quarta-feira, 29 de julho de 2009

Painel 29/07

CHINA DERRUBA COMMODITIES, MAS AÇÕES EUROPEIAS SE DESCOLAM

CHINA DERRUBA COMMODITIES, MAS AÇÕES EUROPEIAS SE DESCOLAM

Londres, 29 - O mercado de ações da Europa se descola dos demais ativos internacionais e segue um caminho de valorização incansável, com investidores à caça de pechinchas. As praças ignoram completamente o ambiente de maior risco imposto pela China nesta manhã, que derruba as moedas do continente e as commodities.

O sinal de alerta veio da Bolsa de Xangai, que desabou 5% em meio às preocupações com a possibilidade de desaceleração do crédito no país e alertas de lucros de empresas domésticas. A Bolsa chegou a cair 7,7% durante o pregão. Segundo Boris Schlosserg, diretor de pesquisa de câmbio da corretora GFT, há rumores de que dois grandes bancos da China teriam restringido os empréstimos.

As informações sugerem que as autoridades chinesas estão ficando preocupadas com a velocidade da apreciação dos ativos financeiros, pois o forte estímulo econômico adotado pelo governo poderia estar criando uma bolha especulativa.

Segundo Schlosserg, esses temores surgem juntamente com a disparada de 56% registrada pelas ações da China State Construction Engineering na estreia após o IPO.

"A velocidade do crescimento da China é insustentável, a não ser que a demanda global cresça marcadamente no segundo semestre, (...) o que no momento parece improvável", escreve o especialista da GFT.

As discussões sobre o formato da recuperação global prevalecem. Para os analistas do Credit Suisse, com a estabilização do setor imobiliário, os segmentos automotivo e siderúrgico devem responder pela segunda perna da retomada econômica.

"Dito isso, estamos conscientes de que riscos substanciais continuam existindo", diz a equipe do banco suíço, citando a frágil confiança do consumidor e o "risco real" de que o S&P recue do patamar atual para os 930 pontos.

Ainda em meio à temporada de balanços, a agenda norte-americana traz novas oportunidades de avaliação da crise. As encomendas dos bens duráveis em junho saem às 9h30 e os estoques semanais de petróleo, às 11h30.

Às 7h32 (de Brasília), as bolsas de Londres (+0,74%), Paris (+1,36%) e Frankfurt (+1,58%) avançavam.

O euro (-0,14%, a US$ 1,4152) e a libra (-0,24%, a US$ 1,63940) mostravam desvalorizações na comparação com a moeda norte-americana. O dólar também ganhava sobre o iene, com alta de 0,52%, a 94,71 unidades.

O petróleo desabava 2,07%, para US$ 65,84, movimento que se espalhava por outras commodities. No mesmo horário (acima), a prata (-1,16%), o cobre (-1,75%), o milho (-0,62%) e o trigo (-0,74%) também recuavam nos mercados futuros.
(Daniela Milanese)

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