terça-feira, 21 de julho de 2009

Painel 21/07

EXPECTATIVA COM BERNANKE DEIXA EXTERIOR EM COMPASSO DE ESPERA

EXPECTATIVA COM BERNANKE DEIXA EXTERIOR EM COMPASSO DE ESPERA

Londres, 21 - As palavras do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, definem o tom dos mercados hoje. A grande expectativa sobre a avaliação da autoridade monetária a respeito das estratégias de saída para a política de desaperto deixa os investidores em compasso de espera.

As bolsas da Europa mostram altas, apesar de os futuros em Nova York tocarem o terreno negativo. O euro e o petróleo operam de lado.

O otimismo retornou ao mercado nos últimos dias, a partir dos resultados corporativos bem assimilados. Ontem, o financiamento de US$ 3 bilhões obtido pelo CIT Group com os credores e a elevação da estimativa do Goldman Sachs para o S&P 500, a 1060 no final do ano, deram novo fôlego aos negócios.

Por isso, os investidores encaram com o sentimento bem acomodado a bateria de balanços desta terça-feira nos Estados Unidos - entre eles Yahoo! e Apple.

Os holofotes se voltam para o presidente do Fed, que faz seu depoimento semestral na Câmara, às 11 horas (de Brasília).

O mercado quer saber quando a forte política de desaperto monetário adotada para combater a crise começará a ser revertida, diante dos sinais de retomada.

Os analistas questionam se Bernanke responderá especificamente essa questão, pois avaliam que ainda não é o momento.

Em artigo publicado hoje no The Wall Street Journal, o presidente do Fed já descreve uma série de ferramentas que estão à disposição do banco central para impedir uma explosão inflacionária no futuro.

Mas, ao explicar "como", ele não diz "quando". "Meus colegas e eu acreditamos que políticas acomodatícias provavelmente estarão justificadas por um período prolongado", diz o artigo.

"Então, o debate é praticamente hipotético no momento", afirma Jim Reid,estrategista do Deutsche Bank, ao comentar o texto de Bernanke.

Para Rob Carnell, do ING, seria um "erro" colocar agora um prazo para as estratégias de saída, pois não há motivos para se preocupar com a inflação agora.

Os economistas continuam vendo sinais de melhora da atividade. Tanto que a equipe de Larry Hatheway, do UBS, acaba de elevar as projeções para o PIB global. Para este ano, a estimativa passou de queda de 1% para recuo de 0,8%. Em 2010, a economia mundial deve crescer 3%, ante 2,8% da previsão anterior.

Ainda assim, a cautela segue presente. Segundo o UBS, a velocidade do crescimento no próximo ano vai permanecer abaixo do padrão dos períodos de recuperação de pós-guerras.

"Preços e salários ficarão reprimidos, implicando somente em uma retirada gradual e parcial da política monetária acomodatícia até o final de 2010."

Às 7h55 (de Brasília), as bolsas de Londres (+0,65%), Paris (+0,80%) e Frankfurt (+0,93%) subiam.

O euro tinha alta de 0,08%, para US$ 1,4217, mas a libra recuava 0,57%, para US$ 1,6418. O governo do Reino Unido anunciou hoje que a dívida líquida chegou a 56,6% do PIB, nível mais alto da história.

O dólar era cotado a 94,20 ienes, alta de 0,31%.

No mesmo horário (acima), o petróleo operava a US$ 64,19 (+0,33%).(Daniela Milanese)

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