quinta-feira, 29 de abril de 2010

Painel 2904

EXPECTATIVA DE PACOTE MAIOR PARA A GRÉCIA SUSTENTA ATIVOS NA EUROPA

Londres, 29 - Está consolidada a visão de que a conta da Grécia ficará mais cara. A típica indefinição política da Europa agravou bastante a situação e gerou uma crise de dívida já alastrada para outros países com problemas fiscais. Agora, fala-se em um novo pacote entre 100 bilhões de euros e 120 bilhões de euros para um período de três anos.

A expectativa de um socorro mais polpudo para a Grécia ameniza as tensões e sustenta os ativos europeus em alta nesta manhã. Analistas acreditam que o anúncio deve ser feito neste final de semana ou até antes disso, pois as autoridades estariam finalmente convencidas da necessidade de uma ação rápida, diante da gravidade da situação.

De fato, a escalada da crise de dívida pode gerar consequências desastrosas, não só para a região como para o restante do globo. Daí a necessidade de isolar o caso grego e agir com firmeza para impedir a reestruturação da dívida e um colapso sistêmico. Ontem, o economista Nouriel Roubini disse que a Grécia é apenas a "ponta do iceberg".

Numa mostra de que o problema já levanta preocupação em outras partes do mundo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou ontem por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, para discutir a importância de suporte para a Grécia.

Conforme o Dankse Bank, é provável que a iniciativa do telefonema tenha sido de Obama, para colocar pressão na Alemanha e permitir o fechamento de um acordo o mais rápido possível. "Parece que os políticos estão finalmente percebendo a urgência da questão, um pouco tarde, pode-se dizer."

Depois de Portugal, ontem foi a vez de a Espanha, uma economia bem maior, ter o seu rating rebaixado pela Standard and Poor's. Apesar da falta de crédito das agências, explicitada até pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, os investidores continuam reagindo imediatamente aos rebaixamentos.

O ambiente nos mercados europeus segue frágil, embora seja possível algum alívio hoje. Uma questão que se coloca é de onde virão os recursos adicionais para a Grécia, já que os países enfrentam pressões internas contra a liberação de dinheiro. Uma possibilidade é a ação mais incisiva do próprio FMI.

Reportagem do The New York Times diz que as instituições financeiras da Alemanha já possuem exposição de 28 bilhões de euros em títulos gregos, segundo estimativa do Barclays Capital. Metade desse valor estaria com instituições que pertencem ao próprio governo alemão.

Os problemas fiscais afetam outros países desenvolvidos, como os EUA, Reino Unido e Japão. Mas os emergentes, como o Brasil, estão em posição bem mais confortável, pois tinham a casa em ordem antes do colapso do Lehman Brothers e agora desfrutam de crescimento econômico acelerado.

Tanto que o Brasil iniciou ontem o ciclo de aperto monetário com uma dose mais forte, já de 0,75 ponto porcentual, para 9,5%. O diferencial de juro com o restante do mundo permitirá que os recursos continuem entrando, com a óbvia consequência do real apreciado.

"De forma geral, os mercados emergentes possuem mais risco de pressão inflacionária, comparado ao cenário de inflação benigna nas economias desenvolvidas", diz Paul Donovan, do UBS.

Isso ficou bastante explícito na quarta-feira, quando o Federal Reserve manteve seu compromisso de deixar os juros extremamente baixos, embora com avaliação mais positiva sobre a economia, enquanto o Brasil se unia ao movimento de aperto já em curso na Índia, por exemplo. Depois de tremer na terça-feira, ontem a Bovespa já conseguiu se isolar da tensão europeia e seguir Wall Street, com leve ganho do fechamento.

Às 7h55 (de Brasília), as bolsas de Londres (+0,72%), Paris (+1,09%) e Frankfurt (+0,53%) subiam. Lisboa (+2,95%) e Madri (+2,62%) recuperavam-se.

O euro avançava a US$ 1,3264, de US$ 1,3203 no fechamento de ontem em Nova York. A libra também se recuperava, a US$ 1,5249, de US$ 1,5192. O dólar valia 94,05 ienes, de 94,11 ienes ontem. (Daniela Milanese)


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CICLO DE ALTA DE JURO DEVE ACABAR ANTES DAS ELEIÇÕES

Brasília, 28 - A decisão do Copom de elevar a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual, por unanimidade, demonstrou que o presidente do Banco Henrique Meirelles, construiu um consenso de que é melhor um ajuste mais intenso e de curto prazo na taxa de juros para frear a atividade econômica e trazer a inflação para o centro da meta em 2011. Essa estratégia é política e obedece à orientação do Palácio do Planalto de não ter aumentos dos juros nos dois meses que antecedem às eleições, na expectativa de que a política monetária não contamine o debate Eleitoral.

Meirelles apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quinta-feira passada, o cenário macroeconômico, antes de iniciar uma viagem a Washington para o encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI). Deixou claro que os indicadores comprovam que a atividade da economia está acelerada e que a inflação não está sendo motivada por "fatores temporários", como avalia o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O próprio Mantega, depois de resistir, reconheceu que "fatalmente" a inflação será maior este ano, mas que estará no patamar adequado nos próximos 12 meses. Apenas não concorda com a análise de que a alta dos preços não é provocada por fatores pontuais. Ele mantém a leitura de que a economia pode crescer 5,3% este ano, sem pressão Inflacionária.

A alta de 0,75 ponto, que jogou a Selic para 9,50 % ao ano, foi aprovada pelo Copom diante da percepção de que a inflação no primeiro quadrimestre veio alta. Portanto, era necessário quebrar a inércia que arrastaria a alta dos preços para os próximos meses. A diretoria do BC avaliou que se optasse por uma alta de 0,50 ponto porcentual, o ajuste seria mais longo e o custo final maior ainda. A tese técnica que sustenta a decisão é a de que correções de meio ponto exigiriam uma alta ainda maior da Selic anual, no final do processo, para que a inércia fosse quebrada.

A estratégia política desejada pelo Planalto - tudo dependerá da evolução do quadro da atividade econômica nos próximos meses - é a de concentrar as altas da Selic nas reuniões do Copom nos meses de junho, julho e agosto. Assim, o processo estaria concluído dois meses antes das eleições. A situação sugere, como disse uma fonte,que o governo já tinha assimilado a alta de 0,75 ponto, que validou a posição majoritária do mercado financeiro. "Já estava previsto, não é?", indagou um assessor. O que está prevalecendo, neste momento, é a definição da intensidade de alta da Selic para que a trajetória de inflação retorne ao centro da meta. A aposta é de uma correção entre dois a três pontos porcentuais, se aproximando da própria expectativa do mercado de uma taxa Selic de 11,75% em dezembro. (Beatriz Abreu)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nota do dia 28/04

BlackRock aproveita queda e eleva apostas em Brasil

William Landers, diretor da gestora americana: Ibovespa pode chegar a 85 mil pontos nos próximos 12 meses

Para boa parte dos investidores e analistas locais, a queda de 3,43% do Índice Bovespa ontem - que fechou abaixo dos 67 mil pontos com o rebaixamento de Grécia e Portugal - inspira cautela. Mas para a gigante americana BlackRock, que administra cerca de US$ 3 trilhões em recursos em todo o mundo, é hora de comprar mais. "Estamos aproveitando hoje (ontem) para ajustar posições e aumentar um pouquinho o peso de Brasil", afirma William Landers, diretor da BlackRock responsável pela gestão dos fundos de ações dedicados à América Latina, que reúnem cerca de US$ 9 bilhões.

O mercado brasileiro, mesmo após a grande valorização no ano passado, continua entre as grandes apostas da BlackRock na América Latina, conta Landers. Nas carteiras da região, o país representa cerca de 75% do volume investido, além de ser o único que está com um peso maior do que o da carteira usada como referência. "A participação do Brasil está 5% acima do 'benchmark'", diz Landers. Esse percentual já foi maior, chegando a 7%, assim como também esteve 3% acima do referencial.

Todos os demais países estão com peso abaixo do referencial ou neutros. O México, cujo mercado acionário teve um desempenho bem melhor do que o brasileiro no primeiro trimestre, está com uma posição 2% abaixo do "benchmark". A bolsa mexicana subiu 9,86% em dólar no primeiro trimestre, ante 0,31% do Ibovespa. O motivo, segundo o diretor, é a maior exposição do México aos Estados Unidos, que surpreenderam positivamente. Chile e Colômbia estão com peso 3% menor e a participação do Peru é neutra.

Na visão de Landers, todas essas questões externas, como a crise nos países europeus, devem ser encaradas como oportunidades para elevar as posições. "Quando existem tensões lá fora, é natural que a bolsa brasileira reaja no curto prazo", diz. Mas tudo isso não impacta os fundamentos da economia, até por conta da baixa exposição global do país, explica o diretor. Ele lembra que, em 2009, as exportações brasileiras não representaram nem 11% do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico. A queda da bolsa pode até atrair novos investidores globais, segundo ele. "O Brasil está entre os países com o menor grau de risco, dados os avanços macroeconômicos, e provou isso na crise de 2008", afirma. Nem mesmo o aperto monetário, que deve levar a taxa Selic para até 11,5% ao ano, é impeditivo, acredita Landers. Para ele, o Brasil vai crescer cerca de 6% a 7% neste ano, em função da base negativa de comparação, e 4,5% a 5% em 2011. "Não vejo uma freada grande no crescimento econômico no próximo ano", diz. "A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) amanhã (hoje) vai ser importante para acalmar os mercados e mostrar que o Banco Central não está atrasado em seus ajustes para controlar a inflação."

Landers mantém sua projeção para o Ibovespa de 85 mil pontos ao longo dos próximos 12 meses. E trabalha com uma relação de preço sobre lucro (P/L, que dá uma ideia de quantos anos o investidor vai levar para recuperar o que aplicou) de 11,5 vezes para o Brasil em 2010, comparado a 15,5 vezes da bolsa do México, cuja economia deve crescer de 3% a 4% neste ano. Além disso, o diretor espera expansão superior a 40% dos lucros das companhias abertas brasileiras neste ano.

"Olhando o cenário micro, há empresas bastante atrativas", diz. No portfólio de ações latino-americanas da BlackRock, há 35 posições em Brasil, de empresas de baixa liquidez ("small caps") às mais negociadas ("large caps"). Entre as dez maiores, oito são no mercado local, com destaque para Vale, Petrobras, Itaú, Bradesco, Cyrela e OGX. Ao longo do ano, a performance dos fundos de América Latina da BlackRock está em 0,71% em dólar até a última segunda-feira. Esse desempenho teve grande influência das alocações em Brasil, até pelo peso relevante do país nas carteiras. Mas está acima do Ibovespa, de 0,22% em dólar.

No primeiro trimestre, a grande aposta foi em empresas ligadas ao mercado doméstico, mas o que se viu foi uma recuperação das commodities, especialmente do minério de ferro. As ações cíclicas tiveram melhor desempenho, segundo Landers, até porque a economia da China não desacelerou como se esperava. Pelo contrário, puxou os preços das commodities, como o minério de ferro. "Aumentamos a exposição em empresas cíclicas, mas mantivemos o viés local."

Em relação à captação dos fundos, Landers diz que neste ano está praticamente zerada. "O único fundo que atrai recursos é um de "small" e "mid caps" da região."

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Capitalização (Itaú)

Nossa opinião até agora é de que as possibilidades de aprovação permanecem altas, em virtude de toda a energia que o governo está despendendo no sentido de sua aprovação, incluindo o envolvimento pessoal do presidente Lula. Entretanto, mais uma vez, é difícil conceber uma previsão sobre o desfecho de uma sessão de votação. O prazo final para o regime de urgência para o projeto da capitalização é 6 de maio e, dessa data em diante, ela pode ir à sessão plenária. O líder do governo no Senado, Sr. Romero Jucá, declarou publicamente que, na sua opinião, o prazo final para a votação é 20 de maio. Após essa data, as eleições provavelmente irão ocupar todas as agendas. Caso o projeto de lei seja aprovado até 20 de maio, sem a necessidade de retornar à Câmara, a capitalização provavelmente ocorrerá antes do verão (no hemisfério Norte, inverno no hemisfério Sul). A Petrobras parece estar mais do que pronta para iniciar o processo, convocando uma assembléia de acionistas ainda antes da sanção presidencial, enquanto o trabalho interno de avaliação dos barris com a D&M já está quase pronto, segundo a companhia. Uma segunda empresa de consultoria pode ser contratada, caso as minorias decidam contar com uma opinião independente. A ANP também deverá realizar a sua própria avaliação, com o intuito de sustentar sua negociação com a Petrobras, porém o processo de contratação até agora ainda não foi concluído. Dito isto, em ambos os casos o trabalho daquelas duas empresas de consultoria provavelmente levará bem menos tempo do que o trabalho realizado pela D&M para a Petrobras, uma vez que envolverá apenas as áreas visadas. O pessoal técnico da ANP continua a argumentar que eles necessitam dos resultados de outros dois poços antes da avaliação final dos barris, o que deve ocorrer apenas em outubro. Não obstante, acreditamos que é improvável que o governo permita que este fato represente um impedimento para a execução do aumento de capital. Além disso, os resultados dos poços são importantes para a confirmação de que existe petróleo nessas áreas, porém é pouco provável que venha a afetar substancialmente a avaliação proposta, segundo a Petrobras. E no caso da capitalização não ser aprovada? Haverá um “follow-on normal” sem nenhuma associação com os barris? Esta possibilidade é bastante improvável, segundo nosso ponto de vista, pelo menos por ora. Um follow-on normal, respeitando a relação ON/PN, iria exigir que o governo dispusesse de um orçamento para subscrição, caso contrário sua participação seria diluída. A idéia de realizar um aumento de capital baseado apenas nas ações PN está fora de questão, em nossa opinião, uma vez que também implicaria em uma diluição. O cenário mais provável seria colocar a capitalização em compasso de espera até 2011, até que o projeto de lei possa ser aprovado e o processo seja reiniciado. Nesse ínterim, esperamos que a Petrobras reduza um pouco o seu ritmo de investimentos (sem nenhum anúncio, naturalmente), de modo que até o fim deste ano possamos eventualmente chegar à conclusão de que o capex despendido foi menor do que os anunciados R$88,5 bilhões.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Painel 27/04

CLIMA DE INSEGURANÇA TOMA CONTA DOS MERCADOS INTERNACIONAIS

Londres, 27 - O surgimento de riscos em várias partes do globo cria um clima de insegurança entre os investidores internacionais nesta manhã. A crise de dívida na Europa, a bolha imobiliária na China e a expectativa sobre a política monetária e os problemas do Goldman Sachs nos Estados Unidos pressionam os mercados de ações e as commodities.

Na véspera da decisão do Fomc, a agenda do dia será dominada pelos EUA. O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, discursa ao Comitê de Responsabilidade Fiscal da Casa, a partir das 11 horas (de Brasília). O caminho da política monetária norte-americana afeta os mercados mundo afora, daí a expectativa para o encontro de amanhã e a atenção que será dada para fala de Bernanke hoje.

Entre os analistas, entretanto, prevalece a avaliação de que a autoridade não mexerá desta vez no compromisso de manter os juros extremamente baixos. Apesar dos fortes sinais de retomada econômica, a alta do desemprego permanece como preocupação.

Mas não são apenas as palavras do presidente do Fed que ganham destaque hoje. O presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, terá de dar explicações ao Senado sobre a atuação no mercado de subprime. Nos últimos dias, foram divulgados e-mails comprometedores em meio à crise de credibilidade que abala os bancos.

Ontem à noite, os senadores republicanos conseguiram bloquear a apreciação em plenário da reforma do setor financeiro proposta pelo presidente Barack Obama.

Junto com a safra de balanços, o calendário de indicadores nos EUA traz hoje os preços de casas em fevereiro (10h), a confiança do consumidor do Conference Board em abril e a atividade do Fed de Richmond (11h) e a atividade do Fed de Chicago (13h).

Na China, os desdobramentos do comportamento do mercado imobiliário continuam trazendo preocupações. A Bolsa de Xangai voltou a cair forte hoje (-2,07%) com receios de que o governo terá de adotar novas medidas para segurar o preço dos imóveis - o que poderia ter efeitos também sobre o restante da economia.

Como o desempenho econômico da China interessa para todo mundo, as commodities vivem uma manhã de quedas. Às 7h35 (de Brasília), o petróleo recuava 1,13% no pregão eletrônico da Nymex, enquanto o cobre perdia 1,52%.

Na Europa, a ativação do pacote de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela Grécia não foi suficiente para acalmar os investidores. Cresce o receio de que os recursos não chegarão a tempo para o compromisso de 8,5 bilhões de euros em 19 de maio.

A Alemanha continua relutante. Ontem, a chanceler Angela Merkel afirmou que simpatiza com os cidadãos alemães que estão descontentes com a ideia de um socorro para um membro da zona do euro e disse que a ajuda só será dada se for absolutamente necessária. Para piorar, a Moody's voltou a rebaixar o rating dos bônus do país.

A crise de dívida da Europa vai ganhando proporções mais graves, pois agora está se espalhando para outros países com problemas fiscais, como Portugal, Irlanda e Espanha.

A odisseia continua pesando sobre o euro. Às 7h35, a moeda comum recuava a US$ 1,3305, de US$ 1,3364 no final da tarde de ontem em Nova York. Também pressionada, a libra cedia a US$ 1,5329, de US$ 1,5455. O dólar valia 93,65 ienes, de 94,03 ienes. (Daniela Milanese)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Painel 26/04

EUROPA: BOLSAS FECHAM EM ALTA REAGINDO A PEDIDO DE AJUDA DA GRÉCIA

Londres, 26 - Os mercados acionários europeus fecharam em alta reagindo positivamente à notícia de que a Grécia solicitou o pacote de auxílio elaborado por seus pares europeus e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "Nós consideramos interessante a performance dos mercados de ações europeus, dado o sentimento sombrio quanto às economias do sul da Europa", disse um analista da Charles Stanley.

O euro, no entanto, recuava ante o dólar, enquanto o custo de proteção ao calote da dívida grega subia. "Paciência é necessária, visto que ainda há ceticismo que será removido apenas quando o dinheiro fluir", afirmaram analistas do Royal Bank of Scotland.

O índice CAC-40, da bolsa de valores de Paris, avançou 46,09 pontos, ou 1,17%, fechando em 3.997,39 pontos. Em Frankfurt, o índice Dax teve alta de 72,57 pontos, ou 1,16%, terminando o pregão em 6.332,10 pontos. Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 ganhou 30,20 pontos, ou 0,53%, encerrando a sessão em 5.753,85 pontos. As informações são da Dow Jones. (Ricardo Gozzi)


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CENÁRIO-1: MERCADO VÊ SINAIS NA FALA DE MEIRELLES E REFORÇA 0,75PP

Apesar do recado enfático do presidente do BC, Henrique Meirelles, para que o mercado não leia nas entrelinhas do relatório de inflação ou da ata do Copom qualquer sinal sobre a decisão que será tomada sobre a Selic na próxima quarta-feira, foi justamente nas declarações do chairman da autoridade monetária que as instituições financeiras se apoiaram para reforçar as apostas de alta de 0,75 ponto porcentual neste mês. "Não há sinais", afirmou Meirelles, mas o mercado entendeu, diante dessas palavras, que o BC tem flexibilidade para alterar qualquer rota inicialmente traçada e, inclusive, passar de uma decisão de manutenção do juro básico (em março) direto para uma alta de 0,75 pp em abril, sem dar um tempo no degrau de 0,50 ponto. Assim, as apostas para o Copom de quarta-feira ficaram novamente embaralhadas, com o mercado dividido entre as duas hipóteses básicas - 0,50 pp ou 0,75 pp - mas agora engordando aquela que havia perdido força ao final da semana passada. Enquanto isso, a Bolsa encontra-se travada, já tendo precificado a eventual alta de 0,50 pp, mas cultivando a dúvida sobre 0,75 pp, enquanto olha para o quadro externo, onde os receios de um calote da Grécia não foram dissipados. Esse medo novamente pesa sobre o euro, beneficiando o dólar, mas aqui o mercado de câmbio está um tanto descolado do exterior, por causa de arbitragem com juros. Nos EUA, Dow Jones tem sustentação nos balanços favoráveis da Caterpillar e Whirlpool, mas S&P 500 e Nasdaq oscilam, ante a expectativa de votação, hoje à noite, no Senado norte-americano, da proposta de reforma do setor financeiro.(AE)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Painel 22/04

FECHAMENTO: BOVESPA SEGUE MELHORA EM NOVA YORK, VIRA E SOBE 0,10%

São Paulo, 22 - Depois de trabalhar praticamente toda a sessão em queda, a Bovespa acabou sucumbindo nos seus minutos finais à melhora em Wall Street. Virou e fechou com pequena alta, ajudada pela inversão para cima de Vale e siderúrgicas. O discurso de Barack Obama deu fôlego às compras em Nova York e acabou ofuscando as preocupações que predominaram durante o dia com a Grécia.

O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,10%, aos 69.386,41 pontos. Na mínima, registrou 68.081 pontos (-1,79%) e, na máxima, os 69.528 pontos (+0,30%). No mês, a Bolsa perde 1,40% e, no ano, sobe 1,16%. O giro financeiro totalizou R$ 6,473 bilhões.

Durante praticamente toda a quinta-feira, as bolsas norte-americanas e brasileira trabalharam em baixa, reagindo à notícia de que a Eurostat aprofundou a previsão de déficit fiscal da Grécia. O fato de a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixado o rating dos bônus gregos também pesava sobre os negócios e os investidores trataram de fugir do risco. O euro foi penalizado, assim como as commodities. A Bovespa entrou nessa conta, mas no final acabou se beneficiando da melhora de Nova York.

O que levou os investidores a voltarem a comprar ações em Wall Street foi o discurso no qual Obama pediu novamente aos executivos de bancos para retirarem de Washington os lobistas que estão combatendo "furiosamente" a reforma regulatória do setor financeiro. Como já estavam menos mal-humorados, o mercado aproveitou para reagir ainda ao dado positivo do setor imobiliário divulgado pela manhã (as vendas de imóveis residenciais usados subiram 6,8% em março, ante previsão de alta de 3,8%). O Dow Jones terminou em elevação de 0,08%, aos 11.134,29 pontos, o S&P subiu 0,23%, para 1.208,67 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,58%, aos 2.519,07 pontos.

Na Bovespa, Petrobras e Vale caíam, mas apenas a segunda teve fôlego para subir no final. Petrobras ON terminou em baixa de 1,17% e PN, de 1,28%. Vale ON subiu 0,35% e PNA, 0,57%. O setor siderúrgico virou para cima em bloco. Gerdau PN avançou 2,03%, Metalúrgica Gerdau PN, 1,06%, Usiminas PNA, 0,43%, e CSN ON, 0,75%.

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LUCRO DA MICROSOFT SOBE 35% A US$ 4 BI NO TRIMESTRE; AÇÃO -4,52%

Nova York, 22 - O lucro na Microsoft Corp no terceiro trimestre fiscal cresceu 35%,com a gigante do software se beneficiando de uma resposta forte ao lançamento do sistema operacional Windows 7. A Microsoft afirmou que mais de 10% dos microcomputadores no mundo rodam o Windows 7, o que o torna, "de longe, o sistema operacional com as vendas mais rápidas na história".

No trimestre encerrado em 31 de março, a empresa teve lucro de US$ 4 bilhões, ou US$ 0,45 por ação, de US$ 3 bilhões, ou US$ 0,33 por ação, em igual período do ano passado. A receita cresceu 6,3% para US$ 14,5 bilhões. Analistas ouvidos pela Thomson Reuters previam lucro de US$ 0,42 por ação sobre receita de US$ 14,39 bilhões. Apesar do resultado acima do esperado, as ações da Microsoft caíam 4,52% para US$ 29,97 no after-hours. As informações são da Dow Jones. (Regina Cardeal)

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EUA: LUCRO DA AMERICAN EXPRESS DOBRA NO 1º TRI, PARA US$ 885 MI

Nova York, 22 - O lucro da American Express dobrou no primeiro trimestre deste ano e superou a previsão dos analistas, impulsionado por um fortalecimento nos resultados obtidos pela unidade de cartões de crédito e por uma redução nas baixas contábeis em relação a igual período de 2009.

Nos três primeiros meses deste ano, a American Express registrou lucro de US$ 885 milhões, ou US$ 0,73 por ação, em comparação a um lucro de US$ 437 milhões, ou US$ 0,31 por ação, um ano antes. A receita da companhia cresceu 11% na mesma base de comparação, para US$ 6,61 bilhões. Segundo um levantamento da Thomson Reuters, analistas estimavam lucro de US$ 0,63 por ação e receita de US$ 6,34 bilhões.

As ações da AmEx subiam 1,39% no after market, após fecharem em alta de 1,70% no pregão regular. O valor do papel, atualmente próximo de US$ 47,00, quase quadruplicou em relação à mínima de 14 anos registrada no início de 2009.

A unidade de cartões de crédito da companhia, que no primeiro trimestre do ano passado registrou prejuízo de US$ 7 milhões, lucrou US$ 428 milhões em igual período deste ano. A taxa de baixas contábeis relacionadas a cartões de crédito caiu para 7,2%, em comparação a 8,5% e a 8% no primeiro e no quarto trimestres de 2009, respectivamente.

Assim como outras companhias de cartões de crédito, a American Express foi atingida no ano passado pela queda nos gastos dos consumidores e pela inadimplência dos clientes. A empresa, diferentemente das concorrentes, tanto emite cartões como processa as transações. As informações são da Dow Jones. (Gustavo Nicoletta)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Painel 19/04

ABERTURA: EFEITO GOLDMAN SACHS SEGUE CAUSANDO ESTRAGOS

São Paulo, 19 - Uma erupção vulcânica na forma de acusações fraudulentas sobre o Goldman Sachs atingiu Wall Street no fim da semana passada e, assim como o vulcão islandês Eyjafjallajökull, continua fazendo estragos nos mercados internacionais. As ações dos setores financeiro e aéreo lideram as perdas nas bolsas europeias,enquanto a aversão ao risco enfraquece a busca por commodities e euromoedas, dando fôlego extra ao dólar. E o spread do título grego de 10 anos para o bund - título alemão - de mesmo vencimento bateu nova máxima desde 1998, já que a paralisia nos aeroportos provocou o cancelamento da reunião do BCE, FMI e de representantes do governo grego, em Atenas. E esse é o quadro que leva os investidores a se municiarem de uma lupa para olhar, linha por linha, o balanço financeiro do Goldman, previsto para amanhã. A safra de resultados nos EUA, que já traz nesta segunda-feira os números do Citigroup e da IBM, entre outros, divide a atenção com a agenda econômica norte-americana, que pode trazer sinais de vida no "mercado-zumbi" de imóveis - na quinta-feira, serão divulgados os dados de vendas de imóveis usados em março e, na sexta, os de imóveis novos. Na China, um novo pedido de Pequim para conter os empréstimos imobiliários levou a Bolsa de Xangai à maior queda porcentual deste ano, com -4,9%. No campo cambial, porém, prevalece a indicação feita pelo presidente Hu Jintao, na última sexta-feira, de que o país ainda não está pronto para permitir que o yuan se aprecie. Enquanto o radar dos negócios monitora as novidades nos mercados, os agentes dizem que o fantasma do subprime foi uma boa razão encontrada para realizar lucros da esticada recente em Nova York, após uma subida praticamente interrupta de sete semanas.

PPI e dados de imóveis são destaques nos EUA - A agenda econômica norte-americana desta semana traz entre os destaques dados sobre o setor de moradias, com os números sobre as vendas de imóveis residenciais usados e novos no país em março, respectivamente na quinta e sexta-feira. Também na quinta-feira sai o índice de preços ao produtor (PPI) do mês passado e, um dia depois, é a vez da leitura final de abril do índice de sentimento do consumidor, da Universidade de Michigan. Nesta segunda-feira, o Conference Board anuncia o índice de indicadores antecedentes de março, às 11 horas. A agenda semanal reserva a divulgação dos balanços trimestrais de um terço das empresas que integram o índice Dow Jones e de mais de 20% dos componentes do S&P 500. Hoje, saem os números da gigante do setor de software IBM. Há pouco, a farmacêutica Eli Lilly abriu seu balanço, com queda de 5% do lucro no primeiro trimestre. Mesmo assim, o resultado superou os prognósticos dos analistas. Mas a companhia projetou que a recente reforma do sistema de saúde dos EUA deve reduzir seu lucro em torno de US$ 0,35 por ação neste ano.

Semana mais curta no Brasil tem IPCA-15 de abril e outros índices de inflação - O IPCA-15 de abril será divulgado amanhã (20), véspera do feriado nacional de Tiradentes. No mesmo dia, será conhecida a segunda prévia de abril do IGP-M. Na quinta, o BC divulga os dados das contas externas de março e o fluxo cambial semanal e, na sexta, será conhecida a terceira prévia de abril do IPC-S.

IPC-Fipe fica em 0,23% na 2ª quadrissemana de abril (0,23% na anterior) - O resultado ficou dentro das estimativas do mercado financeiro, que variavam de 0,15% a 0,30%, com mediana de 0,20%, conforme levantamento realizado pelo AE Projeções com 13 instituições. Na segunda quadrissemana de março, a inflação foi de 0,51%. O coordenador do IPC-Fipe, Antonio Evaldo Comune, detalha os números às 11 horas.

Focus traz alta nas expectativas de inflação e de Selic para 2010 - A mediana das expectativas de inflação para 2010 subiu de 5,29% para 5,32%, enquanto a da Selic para o final do ano foi elevada de 11,25% para 11,50%. Para 2011, a estimativa de IPCA permaneceu estável em 4,80% e a da Selic seguiu inalterada em 11,25%. A projeção suavizada para o IPCA 12 meses à frente subiu de 4,69% para 4,72%. A uma semana da reunião do Copom (dias 27 e 28), o mercado manteve a expectativa de alta da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 9,25%. (AE)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Painel 13/04

EUA: FED DIVULGA LIVRO BEGE E BERNANKE FALA AO CONGRESSO AMANHÃ

São Paulo, 13 - Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, falará sobre a perspectiva da economia dos EUA durante uma audiência com o Comitê Econômico Conjunto do Congresso norte-americano, a partir das 11h (de Brasília). Algumas horas depois, às 15h (de Brasília), o banco central do país divulga seu relatório sobre as condições atuais da economia - o Livro Bege.

No mesmo dia, o JPMorgan divulgará seu balanço do primeiro trimestre, às 8h (de Brasília). Analistas acreditam que o banco anunciará um aumento de 60% no lucro do período, para US$ 0,64 por ação. As informações são da Dow Jones. (Gustavo Nicoletta)


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CENÁRIO: NY AJUDA E BOVESPA SOBE, MAS NÃO RETOMA OS 71 MIL PONTOS

Ainda abaixo dos 71 mil pontos, a Bovespa buscou se ajustar a Wall Street, onde o Dow Jones desde ontem vem mantendo-se acima dos 11 mil pontos, e fechou em alta, apesar da queda nos papéis da Petrobras. As ações continuaram a ser penalizadas pelas incertezas em relação ao timing para a capitalização da estatal, assim como pesou também o recuo nos preços do petróleo. Entre os destaques do pregão, vale registrar a queda de quase 5% dos papéis do Pão de Açúcar, após as notícias de que a união da empresa com a Casas Bahia está ameaçada. Em Nova York, as bolsas superaram a reação inicialmente negativa ao déficit comercial acima do previsto e ao inesperado prejuízo da Alcoa e fecharam no azul. Após o término dos negócios, foi divulgado o balanço da Intel, que mostrou lucro quase quatro vezes superior no primeiro trimestre. Os juros futuros tiveram alta firme, nesta terça-feira em que a agenda de indicadores se resumiu aos dados positivos sobre o emprego industrial da Fiesp em março. O dólar doméstico terminou no zero a zero, sustentando-se no piso de R$ 1,75. Nas demais moedas, o euro teve ligeiro avanço, depois que a demanda vista aos títulos oferecidos pela Grécia não foi suficiente para grandes arroubos de otimismo, já que a situação tanto desse país como de outras nações do bloco permanece preocupante, e o iene também registrou valorização. (AE)


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ÁSIA: CHINA DIVULGA INDICADORES ECONÔMICOS IMPORTANTES NESTA 4ªF

São Paulo, 13 - A agenda de indicadores da região da Ásia e do Pacífico tem entre os destaques a divulgação de uma série de dados econômicos importantes na China, amanhã à noite, entre eles o Produto Interno Bruto (PIB), os índices de preços ao produtor e ao consumidor e a produção industrial. As informações são da Dow Jones.(Clarissa Mangueira)

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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Painel 08/04

GRÉCIA PRESSIONA EXTERIOR ENQUANTO INVESTIDORES ESPERAM BCE E BOE

Londres, 8 - As bolsas europeias operam em baixa, enquanto participantes do mercado aguardam o fim da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), às 8h (de Brasília), com esperança de que a instituição trate das recentes preocupações com a crise de dívida da Grécia. O Banco da Inglaterra (BOE) também encerra seu encontro nesta manhã, às 8h45.

A expectativa do mercado é de que os bancos deixem as taxas de juros inalteradas. Por isso, a atenção ficará voltada para a coletiva de imprensa que será concedida às 9h30 pelo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, na qual espera-se que ele fale da questão da Grécia, que tem gerado incertezas com relação ao euro.

Nesta quinta-feira aumentaram os temores de que a Grécia não consiga cumprir suas obrigações de dívida diante dos recordes nos custos para tomar empréstimos. O yield dos bônus soberanos de 10 anos do país atingiram 7,423%, o nível mais alto desde que o país adotou o euro, em 2001. A corretora Nomura afirmou que é cada vez mais provável que a Grécia tenha que mudar de estratégia e pedir um resgate.

Os spreads dos swaps de default de crédito (CDS) soberanos da Grécia estabeleceram novo recorde nesta manhã, aos 466 pontos-base, uma alta de 53 pontos-base sobre o fim da tarde de ontem, de acordo com a CMA DataVision. Movimentos parecidos foram observados com outros países. Os spreads dos CDS de Portugal subiram para 172,8 pontos-base, de 162,7 ontem; os da Irlanda avançaram para 170,4, de 160,1; e os da Alemanha aumentaram para 34,8, de 32.

A questão da Grécia também segue pressionando o euro. "A Grécia precisa levantar 10 bilhões de euros até o fim de maio. Se não fizer isso, um default pode ter sérias implicações para o restante da área do euro", destacou Dermot O'Leary, economista do Goodbody Stockbrokers.

Além disso, pesa sobre os sentimento dos investidores o pronunciamento feito ontem pelo presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, no qual ele disse que os EUA devem começar a se preparar agora para os desafios impostos por uma população envelhecida com um plano crível para reduzir gradualmente a crescente dívida pública.

Às 7h55 (de Brasília), o índice FT-100 de Londres caía 0,98%, o CAC-40 de Paris recuava 1,43% e o DAX de Frankfurt cedia 1,01%. O euro declinava para US$ 1,3315, de US$ 1,3355, enquanto o dólar operava a 92,91 ienes, de 93,33 ienes. As commodities também sofrem com a aversão ao risco nos mercados. O petróleo negociado na Nymex eletrônica tinha queda de 0,61%, para US$ 85,36%. As informações são da Dow Jones. (Danielle Chaves)

GEITHNER E VICE-PREMIÊ DA CHINA SE REÚNEM;DEVEM DIVULGAR COMUNICADO

Pequim, 8 - A reunião entre o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, e o vice-primeiro-ministro da China, Wang Qishan, estava prevista para começar às 7h (de Brasília) de hoje, segundo uma pessoa próxima ao assunto. Segundo a fonte, o encontro deve durar entre 60 e 90 minutos. As duas partes vão emitir conjuntamente um comunicado após a reunião.

Geithner e Wang deverão trocar opiniões "sobre as relações entre EUA e China e questões internacionais e regionais de interesse mútuo", afirmou Jiang Yu, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês. Geithner está servindo como representante especial do presidente norte-americano, Barack Obama, enquanto Wang representa o presidente da China, Hu Jintao, segundo Jiang.

A reunião surpresa foi anunciada ontem por um porta-voz do Tesouro dos EUA e ocorre em meio à intensificação das especulações de que a China está considerando ajustar sua política cambial. O encontro pode sinalizar que EUA e China estão tentando encontrar um terreno comum sobre a questão do câmbio. As informações são da Dow Jones. (Danielle Chaves)

terça-feira, 6 de abril de 2010

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Painel 06/04

ATÉ ONDE VAI A QUEDA DO DÓLAR?

Josué Leonel, jornalista

São Paulo, 6 - Depois de passar praticamente incólume pelas zonas de turbulência de março, o real entrou no mês de abril sem perder força em relação ao dólar. Em março, a moeda americana recuou 1,38% em relação à divisa brasileira e, nos primeiros dias deste mês, já acumula queda de 1,5%. Nesta terça-feira, o ensaio de retorno das preocupações com a Grécia chegou a dar um alento ao dólar, mas a pressão foi revertida e a cotação cedeu 0,45%, para R$ 1,7540.

Estas quedas não são propriamente expressivas. Mas é significativo o fato de elas terem ocorrido em um período em que não faltaram notícias e rumores que, teoricamente, poderiam ter sido capazes de provocar volatilidade no câmbio. No final de março, por exemplo, o mercado foi submetido a dois testes: a saída do diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, e a incerteza sobre se o presidente da instituição Henrique Meirelles sairia ou não candidato a algum posto político.

A decisão de Meirelles de ficar no BC só foi anunciada no dia 1º de abril, já no começo da noite, após o fechamento do mercado. E, mesmo neste dia, com o mercado ainda desconhecendo a decisão, o dólar fechou em queda de 0,6%. Acrescente-se que no final de março e início de abril os dois principais pré-candidatos à presidência, José Serra e Dilma Rousseff, deixaram seus cargos para viabilizar suas candidaturas. Ambos são tidos como pouco simpáticos a um câmbio apreciado.

Também foi em março que o Banco Central divulgou medidas reformulando as normas que regem o mercado cambial. Operadores comentaram que pelo menos uma das medidas teria impacto potencial nas cotações: a que deu ao Tesouro mais que o dobro de prazo (750 dias, ante 360 na regra anterior) para comprar dólares para pagamento da dívida externa. De fato, a medida do BC chegou a provocar alguma volatilidade no dólar, mas de curta duração.

De volta ao patamar de R$ 1,75, o câmbio se aproxima agora do nível em que estava antes de o governo anunciar a taxação do IOF para o capital estrangeiro, em outubro do ano passado. O Banco Central sempre reiterou o discurso de que persegue meta apenas para a inflação e que não há um piso para o câmbio. Existe uma percepção vaga, contudo, de que nos níveis atuais o câmbio aumenta a angústia de exportadores e também atiça a chamada "ala desenvolvimentista" do governo, que não vê com bons olhos uma moeda muito apreciada.

A expectativa, agora, é com a possibilidade de o Tesouro realizar compras de dólar, tanto para antecipar pagamentos de dívida quanto eventualmente para a formação do Fundo Soberano. Resta saber se, caso estas compras se confirmem, elas serão suficientes para restabelecer a alta do dólar ou pelo menos impedir novas quedas.

(Josué Leonel é colaborador da AE e comentarista da Rede Eldorado)


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FECHAMENTO: APÓS SEIS PREGÕES EM ALTA, BOVESPA RECUA 0,27%

São Paulo, 6 - As notícias da Grécia levaram a Bovespa a uma abertura em queda, considerada uma realização de lucros após seis pregões consecutivos no azul. Mas esse movimento logo foi interrompido, para voltar apenas no final da tarde. Petrobras e Vale subiram e ajudaram a segurar o recuo do principal índice à vista.

O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,27%, aos 71.095,65 pontos. No mês, sobe 1,03% e, no ano, 3,66%. Na mínima do dia, a Bolsa registrou 70.823 pontos (-0,65%) e, na máxima, os 71.711 pontos (+0,59%). O giro financeiro totalizou R$ 6,372 bilhões.

O sinal negativo do início do dia veio novamente da Grécia, com várias notícias veiculadas na imprensa trazendo de volta preocupações sobre a saúde do país. A principal informação foi a de que a Grécia estaria tentando renegociar o suporte obtido recentemente, com o objetivo de deixar o FMI de fora, já que suas condições de empréstimos são mais rígidas. O governo depois negou a notícia, mas o mercado não levou muito em consideração o desmentido, já que também influenciou o mau humor a notícia do jornal britânico Telegraph de que os bancos gregos estão sendo atingidos por uma onda de resgates conforme os cidadãos mais ricos e as corporações do país procuram levar seu dinheiro para o exterior ou para instituições financeiras internacionais consideradas mais seguras para seus ativos.

Os gregos, no entanto, acabaram sendo renegados a segundo plano no mercado acionário - na Bovespa, pelo menos em grande parte do dia. As bolsas europeias subiram, reagindo com atraso aos dados do payroll norte-americano, divulgado na sexta-feira, já que estavam ontem sem funcionar em razão do feriado prolongado de Páscoa.

Nos EUA, o sinal positivo também predominou, ainda mais depois da divulgação da ata do Fomc, no meio da tarde. Mas o Dow Jones, que virou para cima logo após o documento, não conseguiu sustentar-se em alta e voltou a cair. Fechou perto da estabilidade, em baixa de 0,03%, aos 10.969,99 pontos. O S&P avançou 0,17%, aos 1.189,43 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,30%, aos 2.436,81 pontos.

No Brasil, as ações da Petrobras, Vale e Gerdau contrabalançaram a queda do Ibovespa, ajudadas pela alta do petróleo e dos metais. Na Nymex, o contrato para maio
subiu 0,25%, a US$ 86,84 o barril. Petrobras ON avançou 0,47% e PN, 0,19%. Vale ON terminou em baixa de 0,14%, mas a PNA avançou 0,36%. Gerdau PN subiu 2,10% e Metalúrgica Gerdau PN, 2,51%, Usiminas PNA caiu 3,35% e CSN ON recuou 2,02%. (Claudia Violante)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Painel 05/04

ABERTURA: PAYROLL DÁ TOM POSITIVO AO DIA, MAS MERCADOS AGUARDAM FED

São Paulo, 5 - Henrique Meirelles afirmou que permanecerá no comando do Banco Central para "garantir a estabilidade da economia num ano cheio de desafios". A decisão, anunciada na noite de uma véspera de feriado, tirou o bode da sala e deve trazer tranquilidade ao mercado doméstico nesta segunda-feira, encerrando semanas de incertezas em relação ao comandante da política econômica brasileira. Nos EUA, a criação de 162 mil postos de trabalho no mês passado também trouxe alívio. Apesar de ter vindo abaixo do esperado, o número representou o maior aumento no mercado de trabalho norte-americano em três anos e mostrou contratação em todos os setores da economia, além da admissão de recenseadores temporários abaixo da esperada. Os sinais de que os EUA estão ganhando tração elevaram os rumores de que o Federal Reserve poderia elevar novamente a taxa de redesconto, em um encontro da diretoria programado para hoje, às 12h30. Na primeira reação do exterior aos números do payroll, os índices futuros de Nova York avançam, enquanto as bolsas europeias permanecem fechadas por causa de feriado. Na Ásia, vários mercados da região também estiveram fechados, entre eles China e Hong Kong. Entre as moedas, o dólar bateu a máxima em sete meses ante o iene, enquanto renovava o fôlego de alta ante o euro. O sólido dado de emprego nos EUA dá o tom positivo dos negócios para o dia, mas a semana ainda reserva as vendas das varejistas em março, que podem dar novas pistas sobre o ritmo da retomada norte-americana.

Semana nos EUA terá ata do Fed e venda de varejistas, mas começa com ISM de serviços - Além da reunião do Fed marcada para hoje, a agenda econômica dos EUA desta semana traz, entre os destaques, o índice do ISM sobre a atividade do setor de serviços em março, que será divulgado hoje, às 11 horas. Também nesta segunda-feira, saem os dados sobre as vendas pendentes de imóveis residenciais, no mesmo horário. Entre amanhã e sexta-feira, o calendário norte-americano reserva a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, nesta terça-feira, e também os dados de vendas das redes varejistas no mês passado em lojas abertas há um ano ou mais, na quinta-feira.

Agenda semanal traz IPCA de março - O IPCA de março é destaque na agenda de indicadores nacionais nesta semana. O índice será divulgado pelo IBGE na quinta-feira (8), mas não é o único indicador de inflação na pauta. Na mesma quinta, estão na fila o IGP-DI fechado de março e o IPC-S da primeira quadrissemana de abril; e na sexta, sai a primeira prévia do IPC-Fipe de abril.

IPC-Fipe desacelera para 0,34% em março ante +0,74% em fevereiro O resultado veio ligeiramente abaixo do piso das expectativas do mercado financeiro, que variavam de 0,35% a 0,42%, com mediana de 0,38%, conforme as previsões de um grupo de 15 instituições consultadas pelo AE Projeções. Na terceira quadrissemana de março, o IPC apresentou alta de 0,44%. Às 11 horas, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, comenta os números.

IPC-S de março fica em 0,86% ante 0,68% em fevereiro - O IPC-S ficou acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que aguardavam uma alta entre 0,74% e 0,85%, com mediana das expectativas em 0,82%. Mas a taxa do indicador anunciada hoje foi levemente inferior ao resultado imediatamente anterior, apurado na terceira quadrissemana de março, quando o indicador teve alta de 0,87%.


Exterior sobe embalado com payroll, mas espera por Fed

Futuros de NY avançam com payroll, de olho no Fed - Na primeira oportunidade dos mercados norte-americanos de reagirem ao payroll, os índices futuros sinalizam uma abertura em alta das Bolsas de Nova York, embalados pelos números. A economia norte-americana criou 162 mil postos de trabalho em março, no maior aumento de vagas de emprego em três anos. O número ficou abaixo do estimado por analistas, que previam criação de 200 mil vagas. Também trouxe a contratação de recenseadores temporários abaixo das previsões, com a admissão de 48 mil, de uma estimativa de até 80 mil. Já as vagas no setor privado cresceram acima do previsto e mostraram admissão em todas as atividades. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou estável em 9,7% no mês passado. A notícia animou os investidores, que aguardam agora as observações do Federal Reserve sobre o ritmo de recuperação da economia norte-americana, para avaliar por mais quanto tempo o juro básico nos EUA permanecerá em um nível ultrabaixo. A autoridade monetária deve se reunir nesta segunda-feira, às 12h30,para discutir a taxa de redesconto, usada para empréstimos de emergência concedidos aos bancos. Embora a reunião não seja extraordinária, o anúncio gerou especulações de que a taxa poderá sofrer um novo aumento. Às 8h22, o futuro do S&P 500 subia 0,37% e o futuro do Nasdaq 100 avançava 0,50%.

Taxa de redesconto deve subir em breve, dizem analistas - Segundo os rumores entre analistas, o Federal Reserve deve elevar novamente a taxa de redesconto no encontro previsto para esta segunda-feira, às 12h30, alargando ainda mais o fosso entre o juro emergenciais cobrado aos bancos e a taxa dos Fed Funds. Em meio aos esforços para retirar os estímulos adotados ao longo da crise, o Fed elevou a taxa de redesconto em fevereiro, em 0,25 ponto porcentual, para os atuais 0,75%. "Como o feriado trouxe um volume mais fraco aos negócios, o Fed está em uma boa posição para aumentar a taxa de redesconto sem causar muitos efeitos colaterais nos mercados financeiros globais", disse Joseph Brusuelas, do Brusuelas Analytics. Ele lembra que, de modo geral, a taxa de redesconto costuma situar-se 1% acima dos Fed Funds,"e agora estão 0,5%".

Vendas de iPad estreiam superando as expectativas - A Apple provavelmente vendeu o dobro do previsto de iPads no fim de semana de estreia das vendas, segundo estimativas de analistas, em um sinal de que o executivo-chefe, Steve Jobs, deve ter tido sucesso na tentativa de reviver o estilo para os tablets. As vendas iniciais de iPad devem ter atingido 700 mil unidade, disse Gene Munster, do Piper Jaffray & Co. Analistas previam, em média, vendas de até 400 mil entre sábado e domingo.

Petróleo ensaia testar nível de US$ 86 por barril - As commodities operavam em alta nesta manhã, animadas pela melhora no mercado de trabalho dos EUA no mês passado,que alimentou a expectativa de uma recuperação econômica sustentável no país. Porém, os investidores iniciaram uma realização de lucro nos negócios com petróleo, à medida que a matéria-prima buscava o nível de US$ 86 por barril, o próximo patamar de resistência. Às 8h06, o contrato futuro para maio do petróleo WTI subia 0,61%, a US$ 85,40, na Nymex. Mais cedo, na Comex, o cobre para maio avançava 0,88%, a US$ 3,6155 por libra peso.

(Equipe AE)

THE ECONOMIST:GOVERNO BRASILEIRO MOSTRA-SE ATRAÍDO POR ESTADO FORTE

Nova York, 5 - A revista The Economist desta semana destaca a campanha eleitoral deste ano no Brasil e alerta para o risco de o governo atual estar se sentindo atraído pela ideia de dar ao Estado poder cada vez maior na economia. De acordo com a revista, discursos recentes da candidata petista à presidência Dilma Rousseff deixam claro esse viés ao ressaltarem que foram as instituições controladas pelo Estado, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF), Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e Petrobras que ajudaram a prevenir a economia do pior da crise e a fortalecê-la. Segundo a matéria, o governo tem deixado claro que o Estado tem sido bem sucedido onde o setor privado falhou.

A reportagem pondera, no entanto, que apesar da retórica de Dilma, as eleições não devem trazer alteração no equilíbrio entre setor privado e público, uma vez que o governo não tem capital para melhorar a infraestrutura do País, construindo estradas, portos e aeroportos sem ajuda do setor privado. "Há plenas evidências de que Lula, que muito provavelmente continuará no poder atrás do trono caso Dilma ganhe, atualmente acredita que um papel maior do Estado seria melhor para o Brasil", diz o texto.

A revista observa, porém, que o governo brasileiro está "parcialmente correto" e que o Estado realmente teve papel importante para ajudar que o País continuasse a crescer quando o crédito no mercado externo havia "secado". Mas pondera, também, que tentar voltar ao velho modelo socialista do PT seria mostrar que o governo aprendeu as lições erradas da retomada da economia brasileira. (Luciana Xavier)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Painel 01/04

DADOS CHINESES IMPULSIONAM ÁSIA; XANGAI FECHA NA MÁXIMA DESDE JAN

Tóquio, 1 - Os mercados asiáticos apresentaram ótimos resultados nesta quinta-feira, alavancados, principalmente, pelos bons números da economia chinesa. Não houve negociações nas Filipinas por ser feriado.

A Bolsa de Hong Kong atingiu o maior nível em mais de dois meses. O índice Hang Seng subiu 297,65 pontos, ou 1,4%, e terminou aos 21.537,00 pontos, o maior fechamento desde 19 de janeiro.

As Bolsas da China também tiveram o melhor resultado em mais de dois meses, estimuladas por índices que mostraram crescimento na atividade manufatureira chinesa
no mês de março. O índice Xangai Composto ganhou 1,2% e encerrou aos 3.147,42 pontos, a maior pontuação desde 21 de janeiro. O índice Shenzhen Composto subiu 1,4% e terminou aos 1.228,62 pontos. Destaque para o setor imobiliário, com a presença de investidores em busca de ofertas de ocasião. China Vanke avançou 2,4% e Poly Real Estate adicionou 3,1%.

Na Austrália, a Bolsa de Sydney foi bem sustentada, uma vez que as ações do setor de mineração tiveram desempenho acima da média do mercado depois que a Newcrest Mining lançou uma oferta de compra pela rival Lihir Gold. O índice S&P/ASX 200 avançou 0,7%, para 4.907,7 pontos.

As informações são da Dow Jones.(Ricardo Criez, Antonio Rogério Cazzali e Hélio Barboza)

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IBGE: PRODUÇÃO INDUSTRIAL SOBE 1,5% EM FEVEREIRO ANTE JANEIRO

Rio, 1 - A produção industrial subiu 1,5% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou há pouco o IBGE. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções (0,3% a 2%), com mediana de 1,00%.

Na comparação com fevereiro de 2009, a produção cresceu 18,4%. Nesse confronto, as expectativas variavam de 16% a 19,10%, com mediana de 17,40%. No ano, a produção acumula alta de 17,2% e em 12 meses, queda de 2,6%. Os técnicos do IBGE vão conceder entrevista coletiva daqui a pouco para comentar os resultados. (Jacqueline Farid)

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RAJADA DE OTIMISMO ABRE O TRIMESTRE COM SINAIS DE RETOMADA GLOBAL

Londres, 1 - Sinais mais fortes da recuperação econômica global injetam ânimo nos mercados financeiros e permitem uma rajada de otimismo na entrada do novo trimestre. Dados da China, Japão e zona do euro indicam que a retomada ganha velocidade após a crise.

O ambiente permite que os investidores globais ampliem as apostas em ativos de risco, como ações e commodities, mesmo em um dia com todas as características para impor cautela, diante da liquidez reduzida. Afinal, trata-se de véspera de feriado de Sexta-Feira Santa e de payroll nos Estados Unidos.

As principais bolsas da Ásia subiram mais de 1%, como reflexo dos números positivos da região. A pesquisa Tankan mostrou que o sentimento entre as grandes empresas no Japão melhorou pelo quarto trimestre seguido, passando de -25 em três meses até dezembro para -14 em três meses até março.

Além disso, o país protagonizou hoje o maior IPO do mundo, conforme a Dow Jones. A seguradora Dai-Ichi levantou US$ 11,2 bilhões no mercado de ações, acima do previsto e com forte demanda dos investidores.

Na China, dois índices de atividade industrial mostraram avanço. O calculado pelo HSBC passou de 55,8 em fevereiro para 57 em março, enquanto o PMI oficial subiu de 52 para 55,1, na mesma comparação. "A economia está a caminho de atingir nossa previsão de crescimento de 11,5% no primeiro trimestre", diz Tim Condon, do ING.

A reação positiva dos mercados mostra que os receios com a possibilidade de aperto monetário na China foram colocados de lado, ao menos por enquanto.

Os fortes dados de atividades chegam num momento de maior tensão na relação comercial com os Estados Unidos. O Departamento do Tesouro dos EUA tem até 15 de abril para decidir se declara ou não a China um país manipulador do câmbio. Em artigo publicado hoje no Financial Times, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O´Neill, questiona o posicionamento norte-americano, argumenta que o yuan não está desvalorizado e que a forte demanda doméstica chinesa ajudará o governo de Barack Obama a cumprir a meta de dobrar as exportações em cinco anos.

De qualquer forma, o noticiário recente evidencia os riscos de fazer negócios na China, ponto tantas vezes menosprezado pelos empresários, muito mais interessados em acessar o enorme mercado chinês. A decisão do Google de não seguir mais a censura imposta por Pequim e a condenação de executivos da Rio Tinto são dois casos emblemáticos.

Não foi só a Ásia que trouxe informações positivas sobre a retomada hoje. A zona do euro também continua mostrando que deixa a recessão para trás, embora isso ainda não apareça no comportamento do mercado de trabalho. A leitura final da atividade industrial dos gerentes de compras em março marcou 56,6, acima da previsão de 56,3.

"O crescimento da zona do euro encerrou o trimestre com força considerável", diz Violante di Canossa, analista do Credit Suisse. Para Ken Wattret, do BNP, é possível esperar surpresas positivas para o PIB do primeiro trimestre, principalmente na Alemanha, ao contrário do movimento visto nos últimos três meses de 2009.

Com tantos números apontando para a retomada global, os investidores superam a decepção de ontem com a pesquisa ADP, que mostrou corte de 23 mil vagas no setor privado dos Estados Unidos, muito pior do que a estimativa de criação de 50 mil postos.

A grande expectativa recai sobre o payroll amanhã, com previsão animadora de 203 mil novas vagas em todo o mercado de trabalhão norte-americano no mês passado. Como o dado costuma ser definidor do sentimento dos mercados globais, será difícil desgrudar totalmente do smartphone no feriado de amanhã. A reação dos investidores fica para segunda-feira.

Enquanto aguardam e antes de partir para o descanso, ainda há alguns indicadores para acompanhar hoje nos EUA. Às 9h30 (de Brasília), saem os pedidos de auxílio-desemprego. Às 11 horas, é a vez do índice de atividade industrial ISM de março e dos gastos com construção de fevereiro.

Às 7h48 (de Brasília), as bolsas de Londres (+0,66%), Paris (+1,09%) e Frankfurt (+0,85%) subiam. O apetite pelo risco também estimula as commodities. Enquanto o petróleo avançava 0,80%, a US$ 84,43, metais como o cobre e a platina tinham ganhos superiores a 1%.

No mesmo horário (acima), o euro recuava a US$ 1,3493, de US$ 1,3509 no final da tarde de ontem em Nova York. O The Wall Street Journal traz hoje a informação de que a Grécia planeja levantar US$ 10 bilhões no mercado de títulos nas próximas semanas, apesar da frustração com o fato de que o custo de captação não recuou após o acordo da União Europeia, que envolve o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A libra subia a US$ 1,52373, de US$ 1,5183 ontem. O dólar era cotado a 93,54 ienes, de 93,46 ienes, na mesma comparação. (Daniela Milanese)