quarta-feira, 28 de abril de 2010

Petr4

Capitalização (Itaú)

Nossa opinião até agora é de que as possibilidades de aprovação permanecem altas, em virtude de toda a energia que o governo está despendendo no sentido de sua aprovação, incluindo o envolvimento pessoal do presidente Lula. Entretanto, mais uma vez, é difícil conceber uma previsão sobre o desfecho de uma sessão de votação. O prazo final para o regime de urgência para o projeto da capitalização é 6 de maio e, dessa data em diante, ela pode ir à sessão plenária. O líder do governo no Senado, Sr. Romero Jucá, declarou publicamente que, na sua opinião, o prazo final para a votação é 20 de maio. Após essa data, as eleições provavelmente irão ocupar todas as agendas. Caso o projeto de lei seja aprovado até 20 de maio, sem a necessidade de retornar à Câmara, a capitalização provavelmente ocorrerá antes do verão (no hemisfério Norte, inverno no hemisfério Sul). A Petrobras parece estar mais do que pronta para iniciar o processo, convocando uma assembléia de acionistas ainda antes da sanção presidencial, enquanto o trabalho interno de avaliação dos barris com a D&M já está quase pronto, segundo a companhia. Uma segunda empresa de consultoria pode ser contratada, caso as minorias decidam contar com uma opinião independente. A ANP também deverá realizar a sua própria avaliação, com o intuito de sustentar sua negociação com a Petrobras, porém o processo de contratação até agora ainda não foi concluído. Dito isto, em ambos os casos o trabalho daquelas duas empresas de consultoria provavelmente levará bem menos tempo do que o trabalho realizado pela D&M para a Petrobras, uma vez que envolverá apenas as áreas visadas. O pessoal técnico da ANP continua a argumentar que eles necessitam dos resultados de outros dois poços antes da avaliação final dos barris, o que deve ocorrer apenas em outubro. Não obstante, acreditamos que é improvável que o governo permita que este fato represente um impedimento para a execução do aumento de capital. Além disso, os resultados dos poços são importantes para a confirmação de que existe petróleo nessas áreas, porém é pouco provável que venha a afetar substancialmente a avaliação proposta, segundo a Petrobras. E no caso da capitalização não ser aprovada? Haverá um “follow-on normal” sem nenhuma associação com os barris? Esta possibilidade é bastante improvável, segundo nosso ponto de vista, pelo menos por ora. Um follow-on normal, respeitando a relação ON/PN, iria exigir que o governo dispusesse de um orçamento para subscrição, caso contrário sua participação seria diluída. A idéia de realizar um aumento de capital baseado apenas nas ações PN está fora de questão, em nossa opinião, uma vez que também implicaria em uma diluição. O cenário mais provável seria colocar a capitalização em compasso de espera até 2011, até que o projeto de lei possa ser aprovado e o processo seja reiniciado. Nesse ínterim, esperamos que a Petrobras reduza um pouco o seu ritmo de investimentos (sem nenhum anúncio, naturalmente), de modo que até o fim deste ano possamos eventualmente chegar à conclusão de que o capex despendido foi menor do que os anunciados R$88,5 bilhões.

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