quinta-feira, 1 de abril de 2010

Painel 01/04

DADOS CHINESES IMPULSIONAM ÁSIA; XANGAI FECHA NA MÁXIMA DESDE JAN

Tóquio, 1 - Os mercados asiáticos apresentaram ótimos resultados nesta quinta-feira, alavancados, principalmente, pelos bons números da economia chinesa. Não houve negociações nas Filipinas por ser feriado.

A Bolsa de Hong Kong atingiu o maior nível em mais de dois meses. O índice Hang Seng subiu 297,65 pontos, ou 1,4%, e terminou aos 21.537,00 pontos, o maior fechamento desde 19 de janeiro.

As Bolsas da China também tiveram o melhor resultado em mais de dois meses, estimuladas por índices que mostraram crescimento na atividade manufatureira chinesa
no mês de março. O índice Xangai Composto ganhou 1,2% e encerrou aos 3.147,42 pontos, a maior pontuação desde 21 de janeiro. O índice Shenzhen Composto subiu 1,4% e terminou aos 1.228,62 pontos. Destaque para o setor imobiliário, com a presença de investidores em busca de ofertas de ocasião. China Vanke avançou 2,4% e Poly Real Estate adicionou 3,1%.

Na Austrália, a Bolsa de Sydney foi bem sustentada, uma vez que as ações do setor de mineração tiveram desempenho acima da média do mercado depois que a Newcrest Mining lançou uma oferta de compra pela rival Lihir Gold. O índice S&P/ASX 200 avançou 0,7%, para 4.907,7 pontos.

As informações são da Dow Jones.(Ricardo Criez, Antonio Rogério Cazzali e Hélio Barboza)

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IBGE: PRODUÇÃO INDUSTRIAL SOBE 1,5% EM FEVEREIRO ANTE JANEIRO

Rio, 1 - A produção industrial subiu 1,5% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou há pouco o IBGE. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções (0,3% a 2%), com mediana de 1,00%.

Na comparação com fevereiro de 2009, a produção cresceu 18,4%. Nesse confronto, as expectativas variavam de 16% a 19,10%, com mediana de 17,40%. No ano, a produção acumula alta de 17,2% e em 12 meses, queda de 2,6%. Os técnicos do IBGE vão conceder entrevista coletiva daqui a pouco para comentar os resultados. (Jacqueline Farid)

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RAJADA DE OTIMISMO ABRE O TRIMESTRE COM SINAIS DE RETOMADA GLOBAL

Londres, 1 - Sinais mais fortes da recuperação econômica global injetam ânimo nos mercados financeiros e permitem uma rajada de otimismo na entrada do novo trimestre. Dados da China, Japão e zona do euro indicam que a retomada ganha velocidade após a crise.

O ambiente permite que os investidores globais ampliem as apostas em ativos de risco, como ações e commodities, mesmo em um dia com todas as características para impor cautela, diante da liquidez reduzida. Afinal, trata-se de véspera de feriado de Sexta-Feira Santa e de payroll nos Estados Unidos.

As principais bolsas da Ásia subiram mais de 1%, como reflexo dos números positivos da região. A pesquisa Tankan mostrou que o sentimento entre as grandes empresas no Japão melhorou pelo quarto trimestre seguido, passando de -25 em três meses até dezembro para -14 em três meses até março.

Além disso, o país protagonizou hoje o maior IPO do mundo, conforme a Dow Jones. A seguradora Dai-Ichi levantou US$ 11,2 bilhões no mercado de ações, acima do previsto e com forte demanda dos investidores.

Na China, dois índices de atividade industrial mostraram avanço. O calculado pelo HSBC passou de 55,8 em fevereiro para 57 em março, enquanto o PMI oficial subiu de 52 para 55,1, na mesma comparação. "A economia está a caminho de atingir nossa previsão de crescimento de 11,5% no primeiro trimestre", diz Tim Condon, do ING.

A reação positiva dos mercados mostra que os receios com a possibilidade de aperto monetário na China foram colocados de lado, ao menos por enquanto.

Os fortes dados de atividades chegam num momento de maior tensão na relação comercial com os Estados Unidos. O Departamento do Tesouro dos EUA tem até 15 de abril para decidir se declara ou não a China um país manipulador do câmbio. Em artigo publicado hoje no Financial Times, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O´Neill, questiona o posicionamento norte-americano, argumenta que o yuan não está desvalorizado e que a forte demanda doméstica chinesa ajudará o governo de Barack Obama a cumprir a meta de dobrar as exportações em cinco anos.

De qualquer forma, o noticiário recente evidencia os riscos de fazer negócios na China, ponto tantas vezes menosprezado pelos empresários, muito mais interessados em acessar o enorme mercado chinês. A decisão do Google de não seguir mais a censura imposta por Pequim e a condenação de executivos da Rio Tinto são dois casos emblemáticos.

Não foi só a Ásia que trouxe informações positivas sobre a retomada hoje. A zona do euro também continua mostrando que deixa a recessão para trás, embora isso ainda não apareça no comportamento do mercado de trabalho. A leitura final da atividade industrial dos gerentes de compras em março marcou 56,6, acima da previsão de 56,3.

"O crescimento da zona do euro encerrou o trimestre com força considerável", diz Violante di Canossa, analista do Credit Suisse. Para Ken Wattret, do BNP, é possível esperar surpresas positivas para o PIB do primeiro trimestre, principalmente na Alemanha, ao contrário do movimento visto nos últimos três meses de 2009.

Com tantos números apontando para a retomada global, os investidores superam a decepção de ontem com a pesquisa ADP, que mostrou corte de 23 mil vagas no setor privado dos Estados Unidos, muito pior do que a estimativa de criação de 50 mil postos.

A grande expectativa recai sobre o payroll amanhã, com previsão animadora de 203 mil novas vagas em todo o mercado de trabalhão norte-americano no mês passado. Como o dado costuma ser definidor do sentimento dos mercados globais, será difícil desgrudar totalmente do smartphone no feriado de amanhã. A reação dos investidores fica para segunda-feira.

Enquanto aguardam e antes de partir para o descanso, ainda há alguns indicadores para acompanhar hoje nos EUA. Às 9h30 (de Brasília), saem os pedidos de auxílio-desemprego. Às 11 horas, é a vez do índice de atividade industrial ISM de março e dos gastos com construção de fevereiro.

Às 7h48 (de Brasília), as bolsas de Londres (+0,66%), Paris (+1,09%) e Frankfurt (+0,85%) subiam. O apetite pelo risco também estimula as commodities. Enquanto o petróleo avançava 0,80%, a US$ 84,43, metais como o cobre e a platina tinham ganhos superiores a 1%.

No mesmo horário (acima), o euro recuava a US$ 1,3493, de US$ 1,3509 no final da tarde de ontem em Nova York. O The Wall Street Journal traz hoje a informação de que a Grécia planeja levantar US$ 10 bilhões no mercado de títulos nas próximas semanas, apesar da frustração com o fato de que o custo de captação não recuou após o acordo da União Europeia, que envolve o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A libra subia a US$ 1,52373, de US$ 1,5183 ontem. O dólar era cotado a 93,54 ienes, de 93,46 ienes, na mesma comparação. (Daniela Milanese)

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