segunda-feira, 19 de abril de 2010

Painel 19/04

ABERTURA: EFEITO GOLDMAN SACHS SEGUE CAUSANDO ESTRAGOS

São Paulo, 19 - Uma erupção vulcânica na forma de acusações fraudulentas sobre o Goldman Sachs atingiu Wall Street no fim da semana passada e, assim como o vulcão islandês Eyjafjallajökull, continua fazendo estragos nos mercados internacionais. As ações dos setores financeiro e aéreo lideram as perdas nas bolsas europeias,enquanto a aversão ao risco enfraquece a busca por commodities e euromoedas, dando fôlego extra ao dólar. E o spread do título grego de 10 anos para o bund - título alemão - de mesmo vencimento bateu nova máxima desde 1998, já que a paralisia nos aeroportos provocou o cancelamento da reunião do BCE, FMI e de representantes do governo grego, em Atenas. E esse é o quadro que leva os investidores a se municiarem de uma lupa para olhar, linha por linha, o balanço financeiro do Goldman, previsto para amanhã. A safra de resultados nos EUA, que já traz nesta segunda-feira os números do Citigroup e da IBM, entre outros, divide a atenção com a agenda econômica norte-americana, que pode trazer sinais de vida no "mercado-zumbi" de imóveis - na quinta-feira, serão divulgados os dados de vendas de imóveis usados em março e, na sexta, os de imóveis novos. Na China, um novo pedido de Pequim para conter os empréstimos imobiliários levou a Bolsa de Xangai à maior queda porcentual deste ano, com -4,9%. No campo cambial, porém, prevalece a indicação feita pelo presidente Hu Jintao, na última sexta-feira, de que o país ainda não está pronto para permitir que o yuan se aprecie. Enquanto o radar dos negócios monitora as novidades nos mercados, os agentes dizem que o fantasma do subprime foi uma boa razão encontrada para realizar lucros da esticada recente em Nova York, após uma subida praticamente interrupta de sete semanas.

PPI e dados de imóveis são destaques nos EUA - A agenda econômica norte-americana desta semana traz entre os destaques dados sobre o setor de moradias, com os números sobre as vendas de imóveis residenciais usados e novos no país em março, respectivamente na quinta e sexta-feira. Também na quinta-feira sai o índice de preços ao produtor (PPI) do mês passado e, um dia depois, é a vez da leitura final de abril do índice de sentimento do consumidor, da Universidade de Michigan. Nesta segunda-feira, o Conference Board anuncia o índice de indicadores antecedentes de março, às 11 horas. A agenda semanal reserva a divulgação dos balanços trimestrais de um terço das empresas que integram o índice Dow Jones e de mais de 20% dos componentes do S&P 500. Hoje, saem os números da gigante do setor de software IBM. Há pouco, a farmacêutica Eli Lilly abriu seu balanço, com queda de 5% do lucro no primeiro trimestre. Mesmo assim, o resultado superou os prognósticos dos analistas. Mas a companhia projetou que a recente reforma do sistema de saúde dos EUA deve reduzir seu lucro em torno de US$ 0,35 por ação neste ano.

Semana mais curta no Brasil tem IPCA-15 de abril e outros índices de inflação - O IPCA-15 de abril será divulgado amanhã (20), véspera do feriado nacional de Tiradentes. No mesmo dia, será conhecida a segunda prévia de abril do IGP-M. Na quinta, o BC divulga os dados das contas externas de março e o fluxo cambial semanal e, na sexta, será conhecida a terceira prévia de abril do IPC-S.

IPC-Fipe fica em 0,23% na 2ª quadrissemana de abril (0,23% na anterior) - O resultado ficou dentro das estimativas do mercado financeiro, que variavam de 0,15% a 0,30%, com mediana de 0,20%, conforme levantamento realizado pelo AE Projeções com 13 instituições. Na segunda quadrissemana de março, a inflação foi de 0,51%. O coordenador do IPC-Fipe, Antonio Evaldo Comune, detalha os números às 11 horas.

Focus traz alta nas expectativas de inflação e de Selic para 2010 - A mediana das expectativas de inflação para 2010 subiu de 5,29% para 5,32%, enquanto a da Selic para o final do ano foi elevada de 11,25% para 11,50%. Para 2011, a estimativa de IPCA permaneceu estável em 4,80% e a da Selic seguiu inalterada em 11,25%. A projeção suavizada para o IPCA 12 meses à frente subiu de 4,69% para 4,72%. A uma semana da reunião do Copom (dias 27 e 28), o mercado manteve a expectativa de alta da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 9,25%. (AE)

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