terça-feira, 27 de abril de 2010

Painel 27/04

CLIMA DE INSEGURANÇA TOMA CONTA DOS MERCADOS INTERNACIONAIS

Londres, 27 - O surgimento de riscos em várias partes do globo cria um clima de insegurança entre os investidores internacionais nesta manhã. A crise de dívida na Europa, a bolha imobiliária na China e a expectativa sobre a política monetária e os problemas do Goldman Sachs nos Estados Unidos pressionam os mercados de ações e as commodities.

Na véspera da decisão do Fomc, a agenda do dia será dominada pelos EUA. O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, discursa ao Comitê de Responsabilidade Fiscal da Casa, a partir das 11 horas (de Brasília). O caminho da política monetária norte-americana afeta os mercados mundo afora, daí a expectativa para o encontro de amanhã e a atenção que será dada para fala de Bernanke hoje.

Entre os analistas, entretanto, prevalece a avaliação de que a autoridade não mexerá desta vez no compromisso de manter os juros extremamente baixos. Apesar dos fortes sinais de retomada econômica, a alta do desemprego permanece como preocupação.

Mas não são apenas as palavras do presidente do Fed que ganham destaque hoje. O presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, terá de dar explicações ao Senado sobre a atuação no mercado de subprime. Nos últimos dias, foram divulgados e-mails comprometedores em meio à crise de credibilidade que abala os bancos.

Ontem à noite, os senadores republicanos conseguiram bloquear a apreciação em plenário da reforma do setor financeiro proposta pelo presidente Barack Obama.

Junto com a safra de balanços, o calendário de indicadores nos EUA traz hoje os preços de casas em fevereiro (10h), a confiança do consumidor do Conference Board em abril e a atividade do Fed de Richmond (11h) e a atividade do Fed de Chicago (13h).

Na China, os desdobramentos do comportamento do mercado imobiliário continuam trazendo preocupações. A Bolsa de Xangai voltou a cair forte hoje (-2,07%) com receios de que o governo terá de adotar novas medidas para segurar o preço dos imóveis - o que poderia ter efeitos também sobre o restante da economia.

Como o desempenho econômico da China interessa para todo mundo, as commodities vivem uma manhã de quedas. Às 7h35 (de Brasília), o petróleo recuava 1,13% no pregão eletrônico da Nymex, enquanto o cobre perdia 1,52%.

Na Europa, a ativação do pacote de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela Grécia não foi suficiente para acalmar os investidores. Cresce o receio de que os recursos não chegarão a tempo para o compromisso de 8,5 bilhões de euros em 19 de maio.

A Alemanha continua relutante. Ontem, a chanceler Angela Merkel afirmou que simpatiza com os cidadãos alemães que estão descontentes com a ideia de um socorro para um membro da zona do euro e disse que a ajuda só será dada se for absolutamente necessária. Para piorar, a Moody's voltou a rebaixar o rating dos bônus do país.

A crise de dívida da Europa vai ganhando proporções mais graves, pois agora está se espalhando para outros países com problemas fiscais, como Portugal, Irlanda e Espanha.

A odisseia continua pesando sobre o euro. Às 7h35, a moeda comum recuava a US$ 1,3305, de US$ 1,3364 no final da tarde de ontem em Nova York. Também pressionada, a libra cedia a US$ 1,5329, de US$ 1,5455. O dólar valia 93,65 ienes, de 94,03 ienes. (Daniela Milanese)

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