sexta-feira, 12 de junho de 2009

Painel 12/06


ABERTURA: AJUSTES AO COPOM E DADOS NOS EUA NORTEIAM MERCADO HOJE

09:02 ABERTURA: AJUSTES AO COPOM E DADOS NOS EUA NORTEIAM MERCADO HOJE

São Paulo, 12 - Esta sexta-feira após o feriado de Corpus Christi reserva para o mercado financeiro doméstico uma boa dose de correções, na esteira da surpresa do Copom de quarta-feira, que contrariou a aposta majoritária de corte de 0,75 pp na Selic e reduziu o juro básico em 1 pp, para 9,25%. O ajuste maior, claro, ocorrerá no mercado de juros, mas também a Bolsa tem uma dose de ganho a computar com a decisão. Corte de juros sempre é bom para as empresas, ainda mais quando a redução vem melhor do que a encomenda. A Bolsa tem a contabilizar também a alta de Nova York ontem, graças a dados norte-americanos favoráveis e alta das commodities, quando aqui o mercado estava fechado. E misturar tudo isso com o jogo para os vencimentos de segunda e quarta-feira, com o pouco fôlego de Wall Street neste começo do dia e com o desânimo das bolsas europeias. No câmbio, teoricamente, o corte de juros alivia pressão de valorização do real, mas outros fatores entram em cena. Os juros brasileiros, mesmo com a redução, continuam sendo atraentes, comparativamente a países de mesmo nível de risco. Mas o dólar está em alta no mercado internacional de moedas, o que reforça a direção da correção técnica.

Mercados externos lutam para encontrar uma direção nesta manhã - De um lado, há dados que mostram aprofundamento da queda da produção industrial na zona do euro; de outro, há números favoráveis vindos dos fundamentos da China, Japão e Índia. Com a nova configuração do mercado, os investidores começaram a mostrar incômodo com os preços do petróleo, que cediam 1,54%, para US$ 71,55 por barril, às 7h49, em um ajuste após a alta forte de 1,89% registrada ontem, quando cravou nova máxima em oito meses no fechamento (US$ 72,68). Uma alta dos preços da gasolina nas bombas norte-americanas pode silenciar o consumo de outros bens, colocando em risco os sinais nascentes de que o país distancia-se do fundo do poço. No câmbio, o dólar sobe, com participantes reduzindo posições compradas em outras moedas como medida preventiva para o caso de o encontro de ministros das Finanças do G-8, no fim de semana na Itália, resultar em alguma ação para as moedas.

Sentimento do consumidor no radar dos EUA; agenda esvaziada aqui - Os investidores devem ficar atentos hoje ao sentimento do consumidor preliminar em junho, com divulgação às 10h55 pela Universidade de Michigan. Antes disso, saem os preços das importações, às 9h30. Economistas preveem alta de 1,5% nos preços. Afora as correções do mercado após da decisão do Copom, a agenda doméstica é esvaziada, sendo o único destaque a operação compromissada que o Banco Central faz, habitualmente, às sextas-feiras.

Veja abaixo detalhes sobre o comportamento do mercado internacional neste início do dia.

Produção desaba na zona do euro e melhora na Ásia

Produção na zona do euro tem nova queda recorde - A produção industrial nos 16 países da zona do euro voltou apresentar queda anual recorde em abril. A produção caiu 1,9%, ante março, e 21,6% ante abril de 2008. O recuo anual é o mais pronunciado desde que os registros começaram em janeiro de 1990. O resultado foi pior do que o esperado por analistas, que previam queda de 0,6% no mês e de 20,1% no ano. Os dados indicam desempenho pior do que o de março, quando os números foram revisados para um declínio de 1,4% no mês e de 19,3% no ano.

China, Japão e Índia abrem dados melhores de produção - Enquanto os dados da zona do euro continuam apontando um quadro enfraquecido, os números vindos dos países da Ásia mostram recuperação. A produção industrial da China subiu 8,9% em maio, em comparação com o mesmo período do ano passado, acelerando ante a alta de 7,3% em abril. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam um crescimento de 7,8% na produção industrial anual. O dado confirma o número antecipado na quarta-feira pelo jornal em língua chinesa Ming Pao Daily. A produção industrial japonesa foi revisada de uma alta de 5,2% para 5,9% em abril, na comparação com o mês anterior.
Na Índia, a produção industrial subiu 1,4% em abril, ante igual mês de 2008, o que configurou uma reversão na contração de 0,8% de março. Ainda no Japão, o índice do sentimento do consumidor do Japão subiu 3,3 pontos, para 35,7 em maio, o nível mais alto desde março de 2008. O dado de março foi revisado ante uma previsão inicial de declínio de 2,3%. As vendas no varejo da China subiram 15,2% em maio, ante igual mês do ano passado, acelerando em relação à alta de 14,8% em abril.

Futuros de NY indicam rumo hesitante para o dia - Sem que os dados de outras regiões do globo deem um sinal claro de rumo da economia global, os futuros de NY indicam que os movimentos da sessão tendem a ficar circunscritos a uma banda estreita de oscilação. Além dos dados, o rumo do mercado de títulos deve seguir no foco, assim como a indústria de gerenciamento de ativos, após o BlackRock. O grupo acertou a compra da Barclays Global Investors (BGI), unidade de asset management do grupo bancário britânico Barclays, por US$ 13,5 bilhões. Às 8h35, o S&P 500 futuro para vencimento em setembro caía 0,42% e o Nasdaq 100 futuro para esse mesmo vencimento cedia 0,12%.

Treasuries sobem - Os papéis do Tesouro norte-americano são negociados em alta, projetando o juro em baixa. Comentários do ministro das Finanças do Japão, Kaoru Yosano, afirmando que o seu governo apoia as políticas norte-americanas e que a confiança nos papéis do Tesouro dos EUA é, absolutamente, inabalável, ajudavam na recuperação da demanda pelos papéis, assim como o bem sucedido leilão de ontem de T-Bond de 30 anos, que apaziguou o desconforto gerado pelo difícil leilão de Notes de 10 anos na quarta-feira. Instantes atrás, os juros projetados pelos T-bonds de 30
anos estavam em 4,6519%, em baixa ante o nível de 4,763% do momento de fechamento de NY na quarta-feira. Os juros das T-notes de 10 anos estavam em 3,8013%, de 3,947% na quarta-feira. Os juros das T-notes de 2 anos estavam em 1,3004%, de 1,354% na quarta-feira.

NY subiu ontem com commodities, dados e leilão de Treasuries - As bolsas norte-americanas fecharam em alta ontem, impulsionadas pelo avanço no mercado de commodities, a nova queda no número de pedidos de seguro-desemprego e dados sobre as vendas do varejo em maio, que registraram expansão pela terceira vez em cinco meses. Além disso, um bem sucedido leilão de US$ 11 bilhões em títulos do Tesouro de 30 anos contribuiu para manter o mercado em território positivo. O Dow Jones subiu 0,37%; o Nasdaq ganhou 0,5%. Os pedidos de seguro desemprego caíram em 24 mil na semana encerrada em 6 de junho, para 601 mil. Embora o resultado sugira que
o ritmo de demissões continuou a ficar mais moderado em junho, o total de norte-americanos que recebem o benefício se manteve na máxima histórica pela 19ª semana, indicando que a prolongada recessão no país continua dificultando que os desempregados arrumem novos postos. As vendas do varejo cresceram 0,5% em maio. No leilão de Treasuries, a relação oferta-cobertura - um referencial de demanda - ficou em 2,68 vezes o montante oferecido, comparado com a relação de 2,14 no leilão anterior em maio.

Europeias indicam perdas leves - Em Londres, o FTSE-100 cedia 0,13%, após fechar ontem com alta de 0,57%. Paris recuava 0,02% e Frankfurt, 0,31%, depois de subirem 0,59% e 0,97% na sessão anterior.

Dólar em recuperação - Às 8h13, o euro cedia 0,49%, para US$ 1,4029. O dólar subia 0,44%, para 98,18 ienes. Hoje, ministros das Finanças do G-8 iniciam reunião na Itália e potencialmente podem dar um suporte ao dólar.

Tóquio e HK sobem; China cai - O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio subiu 1,6% e fechou acima dos 10 mil pontos pela primeira vez em mais de oito meses, com o sentimento dos investidores sustentado pelas bolsas de Nova York e por dados econômicos melhores do que o esperado no Japão e na China. Nos demais mercados, os desempenhos não foram harmônicos. Hong Kong subiu 0,52%, mas o Xangai Composto cedeu 1,91%.

OMC reitera previsão de queda do volume global de negócios - O chefe da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, afirmou que não vê nenhuma melhora no fluxo do comércio mundial e reiterou sua previsão de que deve haver uma queda de 9% em 2009, ante os níveis de 2008.

Na quarta-feira, antes da decisão do Copom, mercado consolidou apostas de corte de 0,75 pp Decisão do Copom surpreendeu mercado - Na quarta-feira, o mercado de juros preparou-se para a reunião do Copom consolidando a aposta de corte de 0,75 ponto porcentual na Selic. Mas o Copom pegou o mercado no contrapé, decidindo-se por um corte de 1 pp, por seis votos a dois e alertando que "qualquer flexibilização monetária adicional deverá ser implementada de maneira mais parcimoniosa" - ou seja, eventual próximo corte será em dose menor. Assim, os juros devem sofrer forte ajuste hoje. Na quarta, as taxas de longo prazo reduziram a alta e as de curto prazo terminaram em queda. O DI de janeiro de 2010 fechou a 9,21%, de 9,27% do ajuste e 9,28% do fechamento de terça-feira. Janeiro 2011 subiu a 10,42%, de 10,37% do ajuste e 10,38% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro de 2012 fechou em 11,40%, ante 11,28% do ajuste e 11,37% do fechamento de terça-feira.

Vale e Petrobras garantiram alta de 0,48% à Bovespa - A Bovespa subiu 0,48%, aos 53.410,93 pontos, na quarta-feira. O índice paulista desviou-se das perdas das ações em Nova York graças ao desempenho da Petrobras e da Vale. O papel ON da petrolífera subiu 0,83%, a R$ 42,35 e o PN, 1,10%, a R$ 33,88. Já as ações PNA da Vale avançaram 1,12%, a R$ 33,45, e as ON 0,89%, a R$ 38,75. O movimento foi amparado pela notícia de um jornal na China de que a produção industrial do país deve crescer 8,9% em maio ante maio de 2008. O dado oficial, divulgado nesta sexta-feira, confirmou o número. A expectativa dos economistas era de um crescimento de 7,8%. Além disso, Vale subiu com a informação de que fechou os primeiros acordos deste ano para fornecimento de
minério de ferro e pelotas com a Nippon Steel Corporation e a Posco. Em Wall Street, o índice Dow Jones cedeu 0,27% e o Nasdaq, 0,38%.

Mercado de câmbio acompanhou o comportamento externo do dólar - A moeda iniciou o dia em baixa, mas virou para alta em meio à discussão sobre a política monetária nos Estados Unidos, que também amparou a demanda pelos Treasuries e as vendas de ações nas Bolsas. No fechamento, o dólar à vista subiu 0,77%, a R$ 1,951 no balcão, e 0,90%, a R$ 1,952 na BM&F.
(Equipe AE)

EUROPA: CAUTELA PREDOMINA E BOLSAS RECUAM; VEDANTA CAI EM LONDRES

09:09 EUROPA: CAUTELA PREDOMINA E BOLSAS RECUAM; VEDANTA CAI EM LONDRES

Londres, 12 - As principais bolsas europeias recuam nesta manhã de sexta-feira, com os investidores avaliando a perspectiva global em busca de sinais concretos de recuperação em meio a muitas incertezas. "Essa parece ser uma época extremamente contraditória nos mercados financeiros", disse o economista Kenneth Broux, do Lloyds Banking Group.

De um lado, segundo ele, o aumento do rendimento dos bônus parece ser um indicador de recuperação econômica. De outro, o desemprego ainda está em alta na maior parte das economias e o crescimento econômico segue em forte queda frente aos níveis do ano passado. "Mas os mercados estão aí para antecipar tendências", disse ele, "e por isso eles estão olhando à frente, para quando os dados ficarem positivos de maneira consistente".

Às 8h55 (de Brasília), o índice FT-100, da bolsa de Londres, operava em baixa de 0,51%, apagando os pequenos ganhos registrados mais cedo. "Os investidores se animaram com a alta do Nikkei (que fechou em +1,6%), mas seguem levemente cautelosos", disse o analista Nick Serff, da City Index. As ações da mineradora Vedanta Resources recuavam 6,8%, após a companhia anunciar que venderá US$ 1 bilhão em bônus conversíveis para financiar aquisições e aumentar sua fatia em subsidiárias.

Barclays caía 2,7%, após vender sua unidade de gerenciamento de ativos, a BGI, ao grupo de private-equity norte-americano BlackRock, por US$ 13,5 bilhões. A transação cria a maior asset do mundo, com US$ 2,7 trilhões em ativos sob gerenciamento. Embora favoráveis ao Barclays no curto prazo, alguns analistas apontaram que os detalhes do acordo podem ser prejudiciais no longo prazo. Sandy Chen, da Panmure Gordon, por exemplo, afirmou que o Barclays continuará com certos ativos que contribuíram para o prejuízo de 346 milhões de libras da BGI em 2008. "Nossas
preocupações relacionam-se com a sustentabilidade do restante do lucro do grupo", afirmou.

Em Paris, o CAC-40 recuava 0,27%, com o sentimento dos investidores prejudicado pelos dados decepcionantes de produção industrial na zona do euro, segundo um trader. A produção registrou nova queda recorde em base anual em abril, de 21,6%. Frente a março, o recuo foi de 1,9%. O volume de negócios é baixo. Total cedia 1,8%, com a queda do petróleo. Em Frankfurt, o Dax cedia 0,64%. As ações da empresa dos setores de varejo e turismo Arcandor subiam mais de 8% após o Financial Times Deutschland informar que sua cadeia de lojas de departamento Karstadt anunciará
lucro operacional no primeiro semestre deste ano. As informações são da Dow Jones. (Marcílio Souza)

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