segunda-feira, 10 de maio de 2010

Painel 10/05

ABERTURA: SOCORRO PARA ZONA DO EURO TRAZ EXUBERÂNCIA AOS MERCADOS

São Paulo, 10 - A aprovação de um fundo, chamado por ora de “mecanismo de estabilização”, de 750 bilhões de euros para combater crises sistêmicas na zona do euro e no bloco amplo da União Europeia provoca estupefação nos investidores e analistas e gera uma disparada das bolsas, enquanto tira o euro da área do US$ 1,27 para a casa do US$ 1,30 nesta manhã. Mas, há pouco, a moeda já tinha saído da máxima intraday. Em Paris, o CAC-40 avançava 8,79% e o S&P 500, referencial da Bolsa de Nova York, dava um salto de 4,56%, às 8h51 (de Brasília), indicando que Wall Street pode computar a maior alta para um único dia de sua história. Após 11 horas de reuniões em Bruxelas, a União Europeia aprovou o plano, que incluirá 60 bilhões deeuros em empréstimos emergenciais que estarão disponíveis rapidamente e uma linha equivalente a 440 bilhões de euros para dar garantias a empréstimos da UE. O Fundo Monetário Internacional poderá entrar ainda com 250 bilhões de euros. E o plano não se esgotou nessa cifra. Os bancos centrais da zona do euro começaram a comprar bônus nacionais de países da região no mercado secundário, como parte do plano de estabilização do Banco Central Europeu. Para completar, o Banco do Canadá, o Banco da Inglaterra, o Banco Central Europeu, o Federal Reserve e o Banco Nacional Suíço reativaram operações temporárias de swap em dólar para prover liquidez. A blindagem derrete juros e o custo para proteção contra default de países da zona do euro.

EUA têm dados de varejo e produção na sexta-feira - Nenhum dado econômico relevante será divulgado hoje nos EUA. A agenda de indicadores para esta semana traz entre os destaques os dados sobre o déficit comercial do país, que em fevereiro aumentou mais do que o previsto, para US$ 39,7 bilhões. O dado sai na quarta-feira. Também serão divulgados os dados de vendas no varejo e a produção industrial de abril, ambos na sexta-feira. A agenda de eventos dos EUA para esta semana traz entre seus destaques os balanços da Walt Disney e da Cisco Systems - ambas componentes do índice Dow Jones - e também um provável encerramento do debate no Senado a respeito do projeto de lei de reforma do sistema financeiro.

Semana nacional tem vendas do varejo, índices de inflação e balanço da Petrobras - No Brasil, a agenda traz vendas do varejo de março (na quarta-feira), alguns índices
de inflação (dois já foram divulgados hoje, restam primeira prévia de maio do IPC-Fipe, amanhã, e IGP-10 na sexta-feira), e o balanço da Petrobras (também na sexta).

1ª prévia do IGP-M de maio sobe 0,47% (+0,27% 1ª prévia abril) - A taxa anunciada pela FGV ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam uma elevação entre 0,23% e 0,82%, e foi inferior à mediana das expectativas (0,56%).

IPC-S de até 7/5 sobe 0,78% ante +0,76% anterior - Segundo a FGV, cinco das sete classes de despesa que compõem o índice registraram acréscimos em suas taxas de variação.

Focus traz alta na projeção de IPCA 2010, mas expectativa para 2011 não muda - A pesquisa Focus divulgada ha pouco mostrou nova alta das expectativas para o IPCA de 2010 - de 5,42% para 5,50% - mas nada mudou em relação a 2011, cuja mediana das projeções permaneceu em 4,80%. As novidades maiores são: o recuo da projeção do IPCA 2010 no Top 5 médio (de 5,49% para 5,42%); a alta da expectativa para crescimento do PIB em 2010 (de 6,06% para 6,26%) - com reflexo do ajuste na previsão para produção industrial, cuja mediana subiu de 9,54% para 10,30%; e a alta na projeção da Selic para o final do ano que vem (2011) de 11,25% para 11,50%.


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BOLSAS EUROPEIAS E EURO SOBEM APÓS PACOTE DE € 750 BI CONTRA CRISES

Londres, 10 - As bolsas da Europa operam com forte alta, assim como o euro, depois do anúncio do pacote de resgate de 750 bilhões de euros que pretende estabilizar a moeda única europeia e evitar que a crise de dívida da Grécia se espalhe para outros países da zona do euro.

Durante a madrugada desta segunda-feira, os ministros de Finanças da União Europeia chegaram a um acordo para um plano de suporte para países que enfrentam crises financeiras. O plano consiste em até 440 bilhões de euros em empréstimos de governos da zona do euro e 60 bilhões de euros em um fundo emergencial da União Europeia.Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) fornecerá 250 bilhões de euros em empréstimos.

Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE) confirmou que vai comprar bônus no mercado secundário para garantir a estabilidade do mercado. "O pacote de socorro foi uma música para o ouvido dos investidores e a reação está sendo rápida e positiva", afirmou Joshua Raymond, estrategista da City Index.

Às 7h55 (de Brasília), o índice FT-100 de Londres subia 4,91%, o CAC-40 de Paris avançava 8,46% e o DAX de Frankfurt ganhava 4,58%. Ao mesmo tempo, o euro subia para US$ 1,2988, de US$ 1,2732 na sexta-feira, e o dólar avançava para 93,25 ienes, de 91,70 ienes. Nos EUA, o Nasdaq futuro tinha alta de 4,41%, enquanto o S&P 500 futuro subia 4,39%. As informações são da Dow Jones. (Danielle Chaves)


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CHINA: BALANÇA VOLTA A TER SUPERÁVIT EM ABRIL, DE US$ 1,68 BILHÃO

Pequim, 10 - A China obteve superávit comercial de US$ 1,68 bilhão em abril, contra um déficit de US$ 7,24 bilhões em março, segundo comunicou o website do governo, citando a Administração Geral da Alfândega. A virada resultou de uma forte recuperação das exportações do país. As compras externas totalizaram US$ 118,24 bilhões em abril, enquanto as exportações somaram US$ 119,92 bilhões.

Embora o retorno mais rápido do que o esperado ao superávit comercial possa trazer de volta a pressão para que a China permita a valorização do yuan, há também o risco de que essa medida e as elevações na taxa de juros sejam adiadas por causa da atual turbulência nos mercados financeiros internacionais.

Muitos economistas esperavam um segundo déficit comercial consecutivo em abril, depois de a balança chinesa ter apresentado em março o primeiro resultado negativo em seis anos. Numa pesquisa com 11 economistas, a mediana das expectativas apontava para um déficit de US$ 1,44 bilhão no mês passado.

Os dados resultaram de uma explosão das exportações, que cresceram 30,5% em relação a abril do ano passado, acima da expectativa de um aumento de 29,1% e da expansão de 24,3% verificada em março. Já as importações aumentaram 49,7%, abaixo da previsão dos economistas, de um crescimento de 52,3%, e abaixo da elevação de março, que foi de 66% sobre o mesmo mês do ano passado. As informações são da Dow Jones.(Hélio Barboza)

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