quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Painel 17/09

Petrobras – Reduzindo o Risco da Capitalização (ITAÚ)

Petrobras – Reduzindo o Risco da Capitalização (ITAÚ)

A Petrobras garantiu o direito de adquirir outros cinco bilhões de boe (barris de petróleo equivalente) mediante o atual sistema de concessão, o que, a princípio, é um bom negócio. Porém, nada é de graça, e a empresa precisará de uma capitalização substancial para adquirir estes barris!

Antes que possamos chegar a qualquer conclusão sobre o assunto,precisamos saber:

i) a avaliação dos barris;
ii) o montante de capitalização exigido;
iii) qual é a diluição em potencial;
iv) a proporção proposta de ações ON e PN e
v) quanto tempo levará para se obter a capitalização.

Todas perguntas fáceis… Porém, precisamos ter respostas claras e cristalinas para estas cinco perguntas, de maneira a sermos capazes de acreditar que a Petrobras tenha espaço para apresentar um desempenho acima da média do setor.

O final do caminho não é realmente empolgante, à medida que de qualquer forma as minorias serão diluídas e a dimensão final da capitalização permanece sendo uma grande interrogação. Mesmo assim, este relatório apresenta algumas conclusões interessantes que, em nossa opinião, desmistificam algumas das preocupações do mercado, enquanto potencialmente criam um momentum de curto prazo positivo para a ação. Além disso, o final da estrada pode estar longe o suficiente para permitir que os investidores relaxem um pouco e aproveitem a viagem.

Nossa conclusão principal é que uma avaliação maior para os barris não impõe necessariamente uma diluição maior. Partindo da premissa que o mercado seja razoavelmente justo, a maior parte dos elementos que poderia ser utilizada para aumentar a avaliação dos barris, tais como capex ou o cenário de longo prazo do petróleo, deverá afetar a avaliação das concessões existentes(embutida na avaliação das ações da Petrobras), limitando, em última instância, os efeitos de diluição. Neste meio tempo, a empresa possivelmente venha a:

i)fazer anúncios adicionais de reservas, apontando para as exigências de unitização que darão suporte à escolha da localização para os direitos de exploração dos cinco bilhões de barris;
ii) anunciar bons resultados relativos às taxas de fluxo do teste de longa duração de Tupi, que deverão reduzir as estimativas de capex e
iii)falar sobre a viabilidade do pré-sal a US$ 45/boe; tudo isso dando suporte ao desempenho da ação.

Os especialistas do setor com quem falamos acreditam que a escolha da Petrobras como a operadora exclusiva, com uma participação de 30%, seja na verdade o “calcanhar de Aquiles” desta proposta – e concordamos com esta opinião. O privilégio concedido à Petrobras vai contra os princípios constitucionais que regem o relacionamento entre empresas públicas e privadas, que requerem um processo de licitação formal de maneira a permitir um tratamento isonômico e uma concorrência justa.
Em suma, reiteramos nossa opinião de que a implementação do sistema de partilha de produção no Brasil venha a ser bem mais difícil do que o governo brasileiro acredita, portanto, não preocuparíamos quanto a isso por ora… A Petrobras garantiu seu “pedacinho do Céu” com o direito de comprar outros 5 bilhões de boe (barris de petróleo equivalente) mediante o atual regime de concessão, tendo então mais que o suficiente em mãos para vir a se preocupar. Acreditamos que a capitalização necessária para adquirir estes barris, a avaliação desses e a aprovação do 4°projeto de lei, que permite esta transação, sejam os pontos nos quais os investidores devam se concentrar neste momento.

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