quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Painel 10/09

WSJ:PETROBRAS PAGARÁ VALOR JUSTO POR RESERVA/UNIÃO, DIZ GABRIELLI

WSJ:PETROBRAS PAGARÁ VALOR JUSTO POR RESERVA/UNIÃO, DIZ GABRIELLI

São Paulo, 9 - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o processo para estabelecimento do valor dos campos de petróleo do pré-sal deverá ser transparente e coerente com os padrões estabelecidos pela indústria. "Isso tem de ser feito a um valor justo", afirmou Gabrielli em entrevista por telefone concedida do Rio de Janeiro para o The Wall Street Journal.

Segundo Grabielli, empresas internacionalmente reconhecidas irão avaliar o valor dos direitos de exploração dos campos de petróleo que serão adquiridos dentro do programa federal para elevar a participação do governo na Petrobras.

A decisão de escolher empresas de avaliação internacionalmente reconhecidas ajudará a melhorar a confiança dos investidores no processo, cujo anúncio causou fortes perdas às ações da Petrobras na semana passada. Pelo plano, o governo brasileiro subscreverá novas ações da Petrobras em troca de direitos de extração de 5 milhões de barris de petróleo de campos com reservas ainda não especificadas, localizados na área do pré-sal.

Alguns investidores venderam ações com preocupações de que o governo pudesse sobrevalorizar os direitos na transação para adquirir um volume de ações maior do que o justo, reduzindo o valor das ações existentes. O fato de o governo brasileiro ser também o controlador da Petrobras aumenta o risco de conflito de interesses, segundo analistas da indústria de petróleo.

Normalmente a indústria de petróleo confia regularmente a certificação de poços e informações para leilões de direitos sobre petróleo a um pequeno grupo de empresas como Gaffney e a Cline & Associates. As informações são da Dow Jones. (Cynthia Decloedt)

CAPITALIZAÇÃO DA PETROBRAS, QUANDO SAIR, PODE ENCOLHER MERCADO

CAPITALIZAÇÃO DA PETROBRAS, QUANDO SAIR, PODE ENCOLHER MERCADO

São Paulo, 9 - Em meio a reabertura do mercado para ofertas de ações, a capitalização da Petrobras deve inibir futuras operações e até mesmo diminuir o volume de negócios na Bolsa de Valores de Paulo. A avaliação é do presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Mauro Cunha. "Esse aumento de capital vai causar um verdadeiro buraco negro no nosso mercado", alertou.

O executivo lembrou que a capitalização da Petrobras caminha para ser a maior do mundo. Até hoje, a maior oferta de ações já feita foi do Banco Industrial da China, de US$ 20 bilhões. A expectativa de mercado é de que a operação da estatal brasileira de petróleo ultrapasse e muito esse valor, ficando na casa dos US$ 50 bilhões, cifra que equivale, aproximadamente, a um mês inteiro de negociação no pregão paulista. "Para acompanhar a oferta, os investidores terão de vender outros papéis e comprar as ações da Petrobras", explicou.

É o caso da Previ, terceira maior acionista individual da estatal com 3,15% do capital total. Na semana passada, o diretor financeiro do fundo de pensão, Fábio Moser, disse à Agência Estado que a superexposição em renda variável não é um impeditivo à participação da Previ, que pode se desfazer de outros papéis da carteira se considerar interessante o valor a ser fixado para a capitalização da Petrobras.

Para o presidente do IBGC, outros investidores vão seguir pelo mesmo caminho, o que tende a aumentar as ordens de venda no pregão paulista. Mas, o consenso no mercado brasileiro é de que a operação não deva sair este ano. O próprio diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, já afirmou considerar improvável que o projeto de lei seja aprovado pelo Congresso dentro do prazo de 90 dias estabelecidos em casos de pedido de urgência feito pelo Governo. Como a capitalização só deve ocorrer em 2010, a operação não deve prejudicar as 11 ofertas que estão atualmente em andamento.

Mas, quando ocorrer o aumento de capital da Petrobras, observa o ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Wladimir Castelo Branco, o mercado deve passar por um período de menor apetite dos investidores. As próprias companhias interessadas em captar recursos devem evitar o mercado de capitais com receio de enfrentar a concorrência da oferta de papéis da estatal. "Quem se aventurar (a emitir ações) vai quebrar a cara", prevê Eduardo Roche, chefe da área de análise da Modal Asset. "A janela de oportunidades para oferta deve ficar fechada", completou, referindo ao período em que houver a subscrição para aumento de capital da Petrobrás.

Apesar de trabalhar com um cenário ruim para lançamento de ações, o executivo acredita que a redução no giro financeiro da Bovespa não será do tamanho da capitalização da Petrobras, que se especula em torno de US$ 50 bilhões. "Não acredito em caos geral no mercado". Além do governo já ter sinalizado que pretende comprar as sobra de ações da oferta, Roche pondera que após a crise os hedge funds não estão tão aplicados em renda variável como antes. Por isso, a operação pode atrair esses fundos, uma vez que seria uma oportunidade para eles aumentarem a exposição em ativos emergentes com grande liquidez. (Mônica Ciarelli)

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