sexta-feira, 15 de maio de 2009

Painel 15/05


BOLSAS DA ÁSIA FECHAM EM ALTA COM NY E BUSCA POR AÇÕES BARATAS

BOLSAS DA ÁSIA FECHAM EM ALTA COM NY E BUSCA POR AÇÕES BARATAS

Tóquio, 15 - Os mercados da Ásia fecharam em alta, estimulados pelos bons resultados de Wall Street e especialmente pela presença de investidores em busca de ofertas de ocasião. O setor financeiro foi o mais beneficiado.

As ações do HSBC e do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) tiveram forte alta por causa dos caçadores de pechinchas, após as recentes perdas. Este movimento levou a Bolsa de Hong Kong a fechar em elevação. O índice Hang Seng ganhou 249,01 pontos, ou 1,5%, e encerrou aos 16.790,70 pontos. HSBC avançou 3,1% e ICBC saltou 3,6%. Entre as imobiliárias, China Overseas Land caiu 0,4%.

Os ganhos nos demais mercados regionais fizeram as Bolsas da China fecharem no território positivo, embora a contínua realização de lucros nos setores imobiliário e financeiro tenha limitado a alta. Com redução no volume de negociações, o índice Xangai Composto subiu 0,2% e encerrou aos 2.645,26 pontos - na semana, o índice acumulou alta de 0,7%, ante avanço de 6% na semana anterior. Já o Shenzhen Composto avançou 0,6% e terminou aos 885,73 pontos. A maioria das companhias farmacêuticas apresentou ganhos, com expectativas de demanda por remédios contra a gripe. Holley Pharmaceuticals atingiu a alta limite diária de 10%, assim como Shenzhen Neptunus Bioengineering. Entre as imobiliárias, Cofco Property recuou 2% e Gemdale caiu 0,7%. China Merchants Bank perdeu 0,4%.

A baixa do euro em relação ao dólar, com a divulgação dos números do PIB da Alemanha piores do que o esperado, levou o yuan a se desvalorizar sobre a moeda norte-americana. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado a 6,8258 yuans, de 6,8250 yuans do fechamento de quinta-feira.

Já a Bolsa de Taipé, em Taiwan, apresentou boa elevação, também ajudada pelas compras entre as 22 ações adicionadas ao índice MSCI. O índice Taiwan Weighted subiu 2% e terminou aos 6.489,09 pontos. Wintek disparou 6,9%, mesmo porcentual de alta de Formosa International Hotels.

Os bancos lideraram a alta da Bolsa de Seul, na Coreia do Sul. O índice Kospi avançou 0,8% e fechou aos 1.391,73 pontos. Entre os bancos, Shinhan Financial Group saltou 5,5% e KB Financial Group encerrou com ganho de 4,2%. O Goldman Sachs observou que o preço das ações dos bancos sul-coreanos ainda é baixo, apesar da valorização de quase 40% desde as mínimas, registradas em março. Os papéis da STX Pan Ocean caíram 3,3% depois que a empresa de transporte marítimo anunciou prejuízo líquido de 98,6 bilhões de wons no primeiro trimestre, de um lucro líquido de 272,2 bilhões de wons no mesmo período de 2008.

A Bolsa de Sydney, na Austrália, fechou com uma modesta recuperação, graças ao desempenho de Nova York e aos fortes ganhos nas ações de mineradoras, lideradas pela Rio Tinto. O índice S&P/ASX 200 subiu 1,3%, para 3.773,2 pontos. BHP Billiton e Rio Tinto responderam por quase 40% da alta. A BHP subiu 3,2% e a Rio Tinto disparou 7,4%, após ter reiterado seu compromisso com o acordo fechado entre a mineradora e o grupo chinês Chinalco. As declarações da companhia dissuadiram os traders de ficarem a descoberto, depois de terem vendido as ações da Rio Tinto ao longo de toda a semana, em meio à especulação sobre uma possível emissão de direitos.

Nas Filipinas, o índice PSE da Bolsa de Manila avançou 2% e fechou na máxima de sete meses, aos 2.310,3 pontos. PLDT liderou a alta, com ganho de 0,4%, e a mineradora de ouro e cobre Philex disparou 7,9%.

A Bolsa de Cingapura teve alta, seguindo o desempenho de Wall Street, mas os ganhos no mercado local foram encobertos por vendas de ações relacionadas a commodities. O índice Straits Times subiu 0,8% e fechou aos 2.139,78 pontos.

Na Indonésia, o mercado caiu depois de uma sessão volátil, acionado por realizações de lucros nas companhias relacionadas ao conglomerado Bakrie depois de seus recentes ganhos. O índice composto perdeu 1,9% e fechou aos 1.750,91 pontos.

Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc subiu 1,4% e fechou aos 533,92 pontos, recuperando-se da baixa de ontem, ajudado pela valorização dos mercados regionais. Compras de papéis de bancos em oferta levaram o índice a subir, limitado, porém, por realizações de papéis de petroquímicas.

O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, subiu 0,2% e fechou aos 1.014,21 pontos. Realizações de lucros antes do fim de semana pesaram no índice, mas as compras de blue chips mantiveram-no no território positivo. As informações são da Dow Jones.
(Ricardo Criez e Hélio Barboza)

EXTERIOR DIGERE CONTRAÇÃO RECORDE NA ZONA DO EURO E MOEDAS CAEM

EXTERIOR DIGERE CONTRAÇÃO RECORDE NA ZONA DO EURO E MOEDAS CAEM

Londres, 15 - A queda recorde do PIB da zona do euro dispara um movimento de venda entre as moedas europeias. Além do euro, também a libra despenca com os resultados da atividade econômica mais fracos do que o esperado. As bolsas titubeiam.

A economia da zona do euro afundou 2,5% no primeiro trimestre, em relação aos três últimos meses de 2008, um número pior do que o estimado (-2,2%). Na comparação anual, o tombo foi de 4,6%, também mais forte do que a expectativa de -4,1%. Trata-se da maior queda desde que os registros começaram a ser feitos, em 1995.

Os dados mostram a severidade da contração econômica no continente. Daqui para frente, espera-se que a queda da atividade irá se desacelerar, mas a retomada não será um processo fácil.

Essa percepção está refletida hoje no mercado cambial.

A velocidade da recuperação econômica global está no centro dos questionamentos dos
investidores atualmente. Depois de uma onda de otimismo vislumbrando uma saída rápida da crise, os mercados agora olham com mais cuidado para os indicadores.

"Têm aparecido melhoras genuínas no cenário financeiro e macroeconômico global nas últimas semanas", escreve Andrew Cates, do UBS. No entanto, ele avalia que há motivos para cautela e que a recuperação da demanda ainda é "ilusória".

Após digerirem os dados da Europa, o foco dos investidores se voltará para os Estados Unidos, onde saem o índice de preços ao consumidor de abril e o indicador de atividade Empire State do Fed de Nova York (às 9h30 de Brasília), a produção industrial (10h15) e a confiança do consumidor da Universidade de Michigan.

Ainda por lá, está sendo comentada entre analistas a reportagem do The Wall Street Journal sobre a liberação de até US$ 22 bilhões de recursos do Tarp pelo Tesouro para seis empresas de seguro de vida.

Segundo o jornal, trata-se da primeira nova rodada de resgate federal desde a ajuda aos grandes bancos na virada do ano. A publicação também diz que a medida já era esperada - tanto que o mesmo assunto foi abordado em abril -, mas as seguradoras vinham esperando pelo socorro há semanas.

"O programa de socialização da República Democrática Popular da América continua", diz Paul Donovan, do UBS, que vê uma "escalada preocupante" de ajuda.

Para Jim Reid, do Deustche Bank, sem maiores detalhes ainda é difícil prever a reação dos mercados à notícia. Ele avalia que a recapitalização das seguradoras deve ser positiva para o perfil de crédito. No entanto, as ações podem ficar vulneráveis se novas baixas contábeis forem anunciadas junto com o socorro federal.

Às 7h55, as bolsas de Londres (-0,09%), Paris (estável) e Frankfurt (0,25%) subiam.

O petróleo WTI cai 1,04% para US$ 58,30 o barril na Nymex eletrônica, no mesmo horário (acima). Especialistas do Barclays chamam a atenção para o fato de que a correlação entre a commodity e o dólar está de volta.

Grande fonte da instabilidade dos mercados no ano passado, o reaparecimento dessa relação está ligado à melhora do sentimento sobre a retomada econômica e também à crescente preocupação com a inflação no médio prazo, como resultado do desaperto quantitativo, avaliam David Woo e Piero Ghezzi, economistas do banco britânico. (Daniela Milanese)

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