quarta-feira, 13 de maio de 2009

Painel 13/05


PRODUÇÃO DE METAIS EM ABRIL NA CHINA MOSTRA QUE DEMANDA AINDA É FRACA

PRODUÇÃO DE METAIS EM ABRIL NA CHINA MOSTRA QUE DEMANDA AINDA É FRACA

Pequim, 13 - A China revelou nesta quarta-feira um conjunto misto de resultados da produção dos principais metais industriais em abril, registrando declínios na produção de minério de ferro, aço bruto e alumínio. Já a produção de cobre, chumbo e zinco apresentou ganhos na comparação com a do mesmo mês do ano passado.

Segundo os analistas, as estatísticas de abril traçaram o retrato de um país que ainda luta com as condições frágeis da demanda. "Os fundamentos da economia chinesa não mudaram muito.
O consumo ainda está fraco", disse Wang Zhouyi, analista de metais da Cifco Futures, de Xangai.

A produção industrial da China em abril aumentou 7,3% em relação a um ano antes, diminuindo o ritmo de crescimento na comparação com os 8,3% de março e ficando abaixo da expectativa de mercado, de uma expansão de 8%. Os principais segmentos do setor de metais ainda estão sofrendo com a demanda fraca e com a falta de preços competitivos.

A produção de minério de ferro caiu 16,5% em relação a abril de 2008, para 60,8 milhões de toneladas, e a de aço bruto diminuiu 3,9%, para 43,4 milhões de toneladas. O declínio na produção doméstica de minério de ferro é resultado do fato de as principais mineradoras globais estarem reduzindo o custo da produção local, levando ao que os analistas chamam de fechamentos em massa de minas domésticas. "Elas estão sob pressão por causa das concorrentes estrangeiras", disse Du Wei, analista da consultoria Umetal, de Pequim.

As maiores fornecedoras de minério para a China, a Rio Tinto, a Vale e a BHP Billiton, ofereceram descontos e acordos de embarque, num esforço agressivo para garantir participação de mercado. De acordo com os analistas, os descontos da Vale, que incluem abatimentos provisórios de 20% no preço do minério para as usinas chinesas, foram feitos às custas do lucros da Vale no primeiro trimestre, que foram mais fracos do que o esperado.

"O principal culpado foi o preço do minério de ferro", afirmou num relatório da semana passada a divisão Wealth Management Brasil do banco UBS Pactual. Entretanto, as usinas siderúrgicas da China estavam começando a cortar produção em abril, em resposta à queda dos preços, afirmou Du Wei.

A produção de alumínio declinou 21,5% em relação a abril de 2008, para 876 mil toneladas. "Houve um sério superávit de alumínio no ano passado, entrando neste ano", afirmou Wang, da Cifco. "Como resultado, muitas fundições fecharam e os preços do alumínio no primeiro trimestre não foram suficientes para garantir a produção", disse Yang Yinghui, gerente-geral do departamento de produtos industriais da COFCO Futures Brokerage.

Algumas fundições começaram a retomar a produção, já que o metal parece prestes a romper os 13 mil yuans por tonelada, acrescentou. Mas a escala das retomadas pode ser menor do que outros analistas estimaram, disse Wang.

"A produção chinesa das principais commodities ou está caindo (minério de ferro), ou estagnada (petróleo bruto, soja), ou crescendo de forma insuficiente para acompanhar a demanda (cobre), disse o Barclays Capital, numa nota divulgada na terça-feira à noite.

O cobre mostrou sinais de recuperação na produção, mas os produtores locais enfrentam uma dura competição e são golpeados continuamente por quedas de preço provocadas por uma enorme onda de importações de cobre mais barato. A produção de cobre subiu 2,9% sobre a de abril do ano passado, para 338 mil toneladas, a de chumbo avançou 13,5%, para 302 mil toneladas, e a de zinco aumentou 3,7%, para 335 mil toneladas. As informações são da Dow
Jones.
(Hélio Barboza)

ÁSIA: BOLSA CHINESA FECHA NO MAIOR NÍVEL EM 9 MESES; HK CAI COM HSBC

ÁSIA: BOLSA CHINESA FECHA NO MAIOR NÍVEL EM 9 MESES; HK CAI COM HSBC

Tóquio, 13 - A maioria dos mercados da Ásia fechou no campo positivo, após dois pregões sem sinal definido. A alta em Wall Street ontem e a elevação do preço do petróleo foram alguns dos fatores que influenciaram positivamente os pregões. A Bolsa de Xangai teve o melhor fechamento desde agosto do ano passado. Hong Kong e Austrália foram exceção aos ganhos das demais bolsas e fecharam em baixa. A bolsa australiana foi pressionada por incertezas em relação ao futuro da mineradora Rio Tinto.

Uma das exceções foi Hong Kong. Uma realização de lucros entre bancos de elevada
capitalização de mercado como o HSBC e o China Construction Bank, que na véspera haviam liderado os ganhos, ofuscou as compras em ações do setor imobiliário. Por conta disso, a Bolsa local fechou em queda. Com o maior volume de negociações em 16 meses, o índice Hang Seng perdeu 94,02 pontos, ou 0,6%, e encerrou aos 17.059,62 pontos. HSBC caiu 3,3% e China Construction Bank recuou 3,8%. Entre as imobiliárias, Cheung Kong avançou 2% e New World Development disparou 8,7%. Já a petrolífera CNOOC aumentou 5,5%.

A alta no preço do petróleo e as esperanças de aumento da lucratividade nas empresas levaram a uma forte procura por ações de companhias petrolíferas e de produtoras de carvão. Este movimento fez com que as Bolsas da China atingissem a maior alta em mais de nove meses.
Com o aumento no volume de negociações, o índice Xangai Composto subiu 1,7% e encerrou aos 2.664,77 pontos, o maior fechamento desde 7 de agosto. Já o Shenzhen Composto ganhou 1% e terminou aos 880,60 pontos.

Entre as siderúrgicas, Tangshan Iron & Steel teve ganho de 2,2% e Chongqing Iron & Steel adicionou 4,4%. A China Coal Energy saltou 7,1% e Hebei Jinniu Energy Resources avançou 8,4%. No setor petroquímico, Petrochina faturou 6,1%, após ter as vendas suspensas na véspera por conta de uma reunião de acionistas. China Petroleum & Chemical aumentou 3,1%.

Os números da produção industrial chinesa, que vieram mais fracos do que o esperado,
estimularam a compra de dólares contra yuans no início do pregão. Contudo, a estabilidade na taxa de paridade central dólar-yuan limitou a valorização da moeda norte-americana, fazendo com que a unidade chinesa sofresse uma leve desvalorização. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,8224 yuans, de 6,8216 yuans do fechamento de terça-feira.

Os ganhos nos mercados regionais fizeram a Bolsa de Taipé, em Taiwan, fechar em alta. Os ganhos, contudo, estiveram limitados pela cautela dos investidores. Em sessão volátil, o índice Taiwan Weighted subiu 0,8% e terminou aos 6.485,14 pontos. Entre as siderúrgicas, China Steel ganhou 2,3%. TSMC avançou 1,8%. UMC adicionou 1,9%.

A Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, fechou em alta com os ganhos nas ações das construtoras, mas os analistas alertaram que, diante da falta de um novo impulso, o índice Kospi deve ter um desempenho modesto no curto prazo. O índice avançou 0,8% e fechou aos 1.414,52 pontos.

As construtoras foram beneficiadas, segundo os analistas, pelas renovadas expectativas de que o plano de estímulos do governo possa ajudar a reforçar o mercado local de imóveis. GS Engineering & Construction saltou 5,2% e Hyundai Engineering & Construction ganhou 2,8%. No setor de eletrônicos, Samsung Electronics baixou 0,2% e Hynix Semiconductor perdeu 4,1%.

A Bolsa de Sydney, na Austrália, teve a terceira queda consecutiva, ante a continuação das ofertas de ações na Austrália e nos EUA. O índice S&P/ASX 200 baixou 0,5%, para 3.856,1 pontos. A Rio Tinto foi a maior influência negativa, com queda de 4,7%, causada pelas projeções pessimistas divulgadas pela mineradora e pelo temor de que ela tenha de recorrer a uma grande oferta de ações se o seu acordo com a Chinalco for rejeitado pelo Conselho de Revisão do Investimento Estrangeiro (FIRB, na sigla em inglês).

Já as ações da BHP Billiton subiram 0,4%, e os traders começaram a trocar ações da Rio Tinto pelas da BHP, notando a forte administração e o balanço patrimonial desta última, bem como sua exposição ao preço do petróleo.

Nas Filipinas, o índice PSE da Bolsa de Manila fechou numa máxima de sete meses, aos
2.283,60 pontos, após alta de 1,3%. Os investidores foram estimulados pelos ganhos nas Bolsas de Nova York e pela valorização de 2,6% nos ADRs da peso pesado PLDT. Em Manila, as ações da operadora de telefonia subiram 3,8%.

A Bolsa de Cingapura fechou em alta, uma vez que os investidores tiraram vantagem da queda do mercado logo cedo e resolveram adquirir papéis baratos. Informações de que a Wilmar International planeja listar suas operações chinesas em Hong Kong ou Xangai ajudaram a elevar o índice Strait Times, que subiu 0,3% e encerrou aos 2.185,29 pontos.

Na Indonésia, o mercado teve alta por conta de ganhos em ações de segunda linha, nas
relacionadas ao setor de carvão e blue chips de bancos. O índice composto da Bolsa de Jacarta avançou 0,5% e fechou aos 1.851,33 pontos.

Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc ganhou 1,5% e fechou aos 552,71 pontos, na oitava sessão seguida de alta e o maior fechamento em sete meses. Movimentações fortes de papéis do grupo PTT encobriram as realizações de lucros em algumas ações de alta capitalização.

O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur subiu 0,2% e fechou aos
1.025,27 pontos, alavancado por ganhos em ações do setor agrícola que compensaram perdas nos bancos. As informações são da Dow Jones.
(Ricardo Criez e Hélio Barboza)

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