terça-feira, 5 de maio de 2009

Painel 05/05


GESTORES DE FUNDOS ESPERAM RECUPERAÇÃO RÁPIDA DO BRASIL

GESTORES DE FUNDOS ESPERAM RECUPERAÇÃO RÁPIDA DO BRASIL

São Paulo, 05 - Executivos do setor financeiro, principalmente gestores de fundos, apresentam moderado otimismo em relação às perspectivas de investimentos no Brasil nos próximos 12 meses. Para esses profissionais, que participaram do encontro "Alternative Investiment Summit Brasil 2009", realizado na capital paulista, os efeitos mais graves da recessão mundial sobre a economia do País estão passando com certa rapidez. Eles esperam que em 2010 possam ampliar bem mais as aplicações em ativos financeiros e domésticos, com retorno da expansão da economia ao redor de 4% e o fim da recessão mundial. Um exemplo é Tim Wong, diretor do Man Group, que aplica U$S 20 bilhões em mercados emergentes. Ele acredita ser possível que seus investimentos no Brasil aumentem dos atuais US$ 200 milhões para U$S 400 milhões.

Hoje, a companhia tem recursos no País em diversos ativos financeiros, especialmente em commodities no mercado futuro. "Temos uma avaliação positiva sobre o desempenho da economia brasileira diante da atual crise, que é muito forte. Como o País mostra bom nível de recuperação e já começa a crescer, mesmo que lentamente, acreditamos que as perspectivas de negócios devem se ampliar no horizonte de um ano", avaliou. Ainda segundo Wong, o Brasil tem vários atrativos, entre eles o grande mercado interno de consumidores e estabilidade política, além de um cenário de retorno do crescimento do País de pelo menos 4% nos próximos anos.

De acordo com uma executiva de um grande fundo de hedge baseado em Nova York, que pediu para não ser identificada, não é provável que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional avance 4,5% em 2010, como estima o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ela, o País é um dos principais mercados emergentes, com dois ativos muito atraentes: títulos de renda fixa e títulos atrelados aos juros e câmbio. "Com um juro real ao redor de 5%, que não deve cair de forma substancial por vários trimestres, trata-se de uma aplicação muito atraente. No mundo, é muito difícil encontrar tais taxas favoráveis, sobretudo porque em muitos países, como os Estados Unidos e Japão, os juros atualmente são negativos."

Na avaliação de Nirav Desaido, diretor executivo do Sparta Group, um family office responsável pela administração de um US$ 1 bilhão em ativos, o Brasil deve se tornar um local de investimentos bem mais importante nos próximos anos, quando a crise passar. Ele afirmou que no País há um grande potencial na produção de commodities, fabricação de manufaturas e mercado financeiro maduro e bem regulado.

"O Brasil é autossuficiente em energia, é uma das lideranças em agrobusiness e possui um polo industrial amplo e diversificado. Nós ainda não investimos no Brasil e estamos começando a conhecê-lo agora. É provável que em dois anos nós atuaremos aqui e aplicaremos recursos em vários setores empresariais. Mais adiante vamos decidir quais são. Mas já posso frisar que o futuro para o Brasil é muito promissor, o que deve perdurar em diversos anos."

Há também um segmento de investidores mais conservadores em relação ao Brasil. Para Samir Patel, diretor da Polar Capital para a America Latina, que administra um fundo de US$ 1,8 bilhão, o mercado financeiro global apresenta um bom humor excessivo em relação ao país, que segundo ele foi eleito por muitos fundos globais como um dos preferidos para investir.

Segundo ele, o Brasil ainda não é um polo atrativo para investimentos, uma vez que movimentos erráticos de expansão do nível de atividade geram dúvidas sobre as perspectivas de rentabilidade da aplicação de recursos e rendas variável e fixa no País. "Antes de participar dessa empolgação coletiva dos mercados, eu prefiro esperar um bom tempo para ver se de fato a economia avança de forma sustentável por diversos anos", afirmou.
(Ricardo Leopoldo)

GM E TESOURO DOS EUA NÃO ENTRAM EM ACORDO SOBRE DÍVIDA

GM E TESOURO DOS EUA NÃO ENTRAM EM ACORDO SOBRE DÍVIDA

Detroit, 05 - A General Motors (GM) comunicou a Securities and Exchange Commission (SEC, comissão de valores mobiliários dos EUA) que não alcançou acordo com o Departamento do Tesouro para a troca de parte de sua dívida por ações.

No comunicado, a montadora disse que ainda está em negociação com o Tesouro sobre um
acordo para a conversão de parte ou toda sua dívida com o governo norte-americano. A GM afirma que se a reestruturação ocorrer nos termos previstos pela companhia, as ações ordinárias existentes seriam reduzidas a cerca de 1%.

As informações são da Dow Jones.
(Ana Conceição)

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