quinta-feira, 14 de maio de 2009

Painel 14/05


INSEGURANÇA SOBRE VELOCIDADE DE RECUPERAÇÃO PREVALECE NO EXTERIOR

INSEGURANÇA SOBRE VELOCIDADE DE RECUPERAÇÃO PREVALECE NO EXTERIOR

Londres, 14 - A insegurança sobre a velocidade da retomada econômica mundial aciona a precaução nos mercados internacionais. Depois do fôlego exibido nas últimas semanas, os investidores preferem adotar um ritmo mais lento, aguardando novos indicadores para reavaliar os prognósticos sobre o ponto de virada da crise.

As bolsas europeias operam de lado nesta manhã de quinta-feira, enquanto as principais moedas da região conseguem leve ganho, numa tentativa de recuperação do tombo de ontem. O petróleo recua diante das dúvidas impostas por um processo de recuperação lento, às vésperas do vencimento dos contratos futuros.

A fraca produção industrial da zona do euro e as vendas no varejo piores do que o esperado nos Estados Unidos ontem colocaram um freio no otimismo dos mercados sobre a estabilização econômica.

Segundo especialistas, os investidores já estavam precificando uma recuperação em "V", algo considerado improvável. Os indicadores mais recentes de fato mostram que a desaceleração da atividade mundo afora vem perdendo força. Mas os avisos de que o processo de saída da crise será complicado se amontoam entre os economistas.

"Parece que a esperança de uma retomada em ´V´ está agora sendo testada", diz Jim Reid, estrategista do Deutsche Bank.

Para Rob Carnell, do ING, a queda de 0,4% das vendas no varejo dos EUA em abril sugere que a recuperação em "V" não está no páreo.

Na Europa, o PIB da Espanha divulgado hoje não deixa dúvidas entre os economistas de que o resultado da zona do euro virá bastante negativo amanhã. A economia espanhola se contraiu 1,8% no primeiro trimestre, em relação aos três últimos meses de 2008. Trata-se de retração recorde, conforme a Dow Jones.

Muito afetado pelo estouro da bolha imobiliária, a Espanha deve ser o país com a recessão mais londa da zona do euro, na avaliação de Tullia Bucco, do UniCredit.

Por ora, é pequena no mercado a repercussão sobre a possibilidade de testes de estresse entre os bancos europeus.

No Reino Unido, mais uma mostra da crise e da perspectiva de desemprego crescente veio hoje da British Telecom, que anunciou o corte de 15 mil vagas de trabalho.

Nos EUA, segue o acompanhamento diário dos indicadores para medir o pulso da crise. Às 9h30 (de Brasília), saem o índice de preços do produtor (PPI) de abril e o balanço semanal do auxílio-desemprego.

Às 8h20 (de Brasília), as bolsas de Londres (+0,14%), Paris (-0,32%) e Frankfurt (-0,49%) mostravam oscilações modestas. O petróleo recuava 1,86%, para US$ 56,94, no pregão eletrônico da Nymex.

No mesmo horário (acima), o euro (+0,13%, para US$ 1,3574) e a libra (+0,03%, para US$ 1,5126) subiam. O dólar valia 95,32 ienes (-0,17%). (Daniela Milanese)

SADIA E PERDIGÃO FECHAM ACORDO; ANÚNCIO SAI NO MÁXIMO ATÉ 2ªF

SADIA E PERDIGÃO FECHAM ACORDO; ANÚNCIO SAI NO MÁXIMO ATÉ 2ªF

São Paulo, 14 - Os principais sócios da Sadia e da Perdigão chegaram a um acordo ontem para unir as duas empresas, mas até às 23 horas não haviam assinado contrato. A expectativa é que isso aconteça hoje ou amanhã e o negócio seja anunciado no máximo até segunda-feira.

O contrato só não foi assinado por causa de exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização das companhias de capital aberto. As exigências foram feitas ontem à tarde, durante visita de Luiz Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, e de Nildemar Secches, presidente do Conselho de Administração da Perdigão, à sede da CVM, no Rio de Janeiro.

Advogados das duas empresas tiveram então de rever cláusulas dos contratos para se adequar às regras. Embora o contrato não tenha sido assinado, as duas empresas dão como certa a operação.

O acordo básico prevê uma troca de ações entre as duas companhias. No resultado final, a Perdigão ficaria com cerca de 70% do capital total, e a Sadia, com 30%. O capital será pulverizado no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, mas dois grupos terão participação destacada na empresa.

A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, que hoje tem 14,16% do capital da Perdigão e 7,33% da Sadia, ficará com 12% das ações da nova empresas. As famílias Fontana e Furlan, que hoje controlam a Sadia com 23% do capital, ficarão com aproximadamente 10% do capital total da nova empresa.

Uma vez anunciada a união das duas empresas será feita uma emissão de ações para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faça um aporte de recursos, por meio de seu braço de investimentos, a BNDESPar. Esse novo aporte será usado para reduzir o endividamento da Sadia, que chegou a R$ 8,5 bilhões em dezembro, depois das perdas com derivativos cambiais.

Assinado o contrato, os representantes das duas empresas passarão a discutir a estratégia para a nova empresa. Já se sabe que no exterior deve ser aproveitada a marca Sadia, que é uma marca forte em muitos mercados, como Rússia e Oriente Médio. No Brasil, sobretudo em alguns segmentos nos quais as duas marcas competem frente a frente, não há indicação de qual marca vai se sobrepor. Há mercados em que a competição das linhas de produtos similares é acirrada.
Caso, por exemplo, de linguiças, que movimenta R$ 2,7 bilhões. A Sadia detém 25% de
participação no segmento e a Perdigão, 21%.

A marca

Há alguns meses quando se intensificaram os rumores da fusão, as agências publicitárias que atendem as duas empresas começaram a se movimentar. A DPZ, que atende a Sadia, chegou a fazer estudos com a associação das marcas. A agência da Perdigão, a Young & Rubicam preparou uma ação de marketing para mudar, em grande estilo, a assinatura da companhia.

Na partida de futebol do próximo domingo, o Corinthians entra em campo contra o Botafogo com a camisa assinada pela marca Perdigão no exato lugar onde se lia Batavo, que é a principal patrocinadora do time. A iniciativa faz parte de uma estratégia da empresa de alimentos, dona da Batavo, para chamar atenção para sua nova campanha publicitária. Uma ação de fôlego na qual está investindo R$ 15 milhões para comunicar que: “Perdigão. Se é do coração, é de verdade”.

Mesmo diante do acordo que levará à fusão com sua grande concorrente Sadia, a Perdigão preferiu manter a programação de mídia e vai pôr no ar, a partir de domingo em tevê aberta e fechada, quatro diferentes comerciais. Demonstra assim disposição de resguardar sua marca num momento crucial. Afinal, nenhum consultor arrisca dizer qual delas, se a Perdigão ou a Sadia, vai prevalecer após a união das duas megaempresas.

“A Sadia se posiciona junto ao consumidor como sinônimo de qualidade e saúde. É quase uma Nestlé na escala de referência das marcas de alimentos para o público em geral”, diz Alejandro Pinedo, diretor da Interbrand, empresa especializada em estudos de marcas. “Já a Perdigão tem uma imagem de maior agressividade, o que é bem típico dos que perseguem a líder.”

Todos os aspectos relativos à imagem das marcas vão entrar na pauta de discussões das ações de marketing após a união. As empresas têm atuação distinta no trato de suas mensagens publicitárias. A Sadia está com a agência DPZ há 38 anos e de lá saíram criações populares para a marca, como o frango veloz feito pelo artista plástico Francesc Petit, sócio da agência.

Já a Perdigão está há dez anos com a agência Young & Rubicam, autora de anúncios como o que repercutiu a oferta hostil à Perdigão feita pela Sadia. Nela havia trechos em que tripudiava com humor a ação da rival: “A Sadia percebeu o que todo mundo sabe”, mais à frente completava com: “Perdigão, todo mundo adora, até o concorrente”.

A rixa entre as duas companhias é permanente e no plano do uso de recursos publicitários, o diálogo está difícil apesar das negociações para uma fusão. Nas próximas semanas, o Conselho Nacional de Auto Regulação Publicitária (Conar) se reúne para avaliar uma queixa da Sadia contra a Perdigão.

A primeira diz que segunda não poderia ter feito uma campanha no Sul do País para vender a sua linha de Pizza, fazendo uma brincadeira com a letra P, de Pizza e também de Perdigão. A Sadia se considera dona da ideia já que, há mais de uma década, começou a vender linguiça fazendo o produto virar um S (de Sadia) na frigideira. Os conselheiros do Conar vão decidir a quem cabe o direito do uso da brincadeira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
(Marili Ribeiro, Mariana Barbosa e David Friedlander)

BB TEM LUCRO CONTÁBIL DE R$ 1,665 BI NO 1ºTRI09, QUEDA DE 29,1%

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CSN: LUCRO NO 1ºTRI09 CAI 52%, PARA R$ 369 MILHÕES

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