segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Painel 10/08

CAUTELA NO EXTERIOR, EM MEIO À DISCUSSÃO SOBRE NOVO RUMO DO DÓLAR

CAUTELA NO EXTERIOR, EM MEIO À DISCUSSÃO SOBRE NOVO RUMO DO DÓLAR

Londres, 10 - O ambiente cauteloso marca o início da semana e prevalece após a euforia com os dados positivos no mercado de trabalho dos Estados Unidos, na sexta-feira. As valorizações recentes abrem espaço para correções e deixam as bolsas europeias no campo negativo.

Ao dar suporte para avaliações mais otimistas sobre a recuperação econômica norte-americana, o payroll teve poder suficiente para desencadear discussões sobre o comportamento do dólar, que surpreendeu ao avançar após o anúncio do corte de 247 mil vagas nos EUA em julho, desempenho melhor do que a previsão de redução de 275 mil postos. O desemprego ficou em 9,4%, também mais baixo do que o previsto.

Os questionamentos sobre o futuro da moeda norte-americana dominam a manhã de hoje, apesar de a divisa ainda não ter firmado tendência para o dia. Até então, o dólar estava atrelado ao risco e funcionava como porto seguro para momentos de estresse - diante do movimento de repatriação de recursos visto durante a crise.

Como na sexta-feira a reação foi outra, analistas buscam respostas para duas perguntas: o dólar atingiu o piso e agora será guiado pelos fundamentos?

"Se o movimento (da sexta-feira) marca uma mudança dos mercados na forma de avaliação do risco, este pode ser o começo de uma tendência de apreciação do dólar nos próximos meses", avalia Rob Carnell, do ING.

Para o Standard Chartered, a melhora do payroll veio em um momento em que os investidores guardam grandes posições vendidas da moeda dos EUA, que agora poderão ser cobertas. Eles não acreditam, no entanto, que o euro caia abaixo de US$ 1,36.

Kathy Lien, da corretora GFT, avalia que o movimento da sexta-feira pode ter continuidade nos próximos dias. Mas, ela acha que os fundamentos só passarão a ser os principais condutores do dólar quando acabarem as discussões sobre a velocidade da contração global e os economistas passarem a debater sobre quais são os países que estão crescendo mais.

Nesta manhã, o euro subia 0,18%, para US$ 1,4208, às 7h55 (de Brasília), mas a libra recuava 0,17%, para US$ 1,6653. Na comparação com o iene, o dólar valia 97,25 unidades, queda de 0,34%.

Outra discussão que veio com o payroll foi a antecipação do aperto monetário, agora precificado para o início de 2010 nos contratos futuros dos Fed funds. Nesta semana, a autoridade monetária se reúne e deve anunciar na quarta-feira a manutenção dos juros perto de zero, sem ampliar o programa de compra de títulos.

O calendário de indicadores dos Estados Unidos, sem destaques hoje, trará nos próximos dias dados importantes para a análise das condições econômicas do país e o aguardado fim da recessão. As atenções se voltam especialmente para as vendas no varejo na quinta-feira e a produção industrial e o sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, na sexta.

Na Europa, o destaque é o PIB da zona do euro do segundo trimestre, na quinta-feira. Na China, amanhã saem a produção industrial e as vendas no varejo.

Às 7h55 (de Brasília), as bolsas de Londres (-0,62%), Paris (-0,64%) e Frankfurt (-0,78%) recuavam. O petróleo caía 0,24%, para US$ 70,76, no pregão eletrônico da Nymex. (Daniela Milanese)

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