segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Painel 03/08

RALI DESAFIA CAUTELA DOS ANALISTAS E PROSSEGUE NO EXTERIOR

RALI DESAFIA CAUTELA DOS ANALISTAS E PROSSEGUE NO EXTERIOR

Londres, 3 - Sem o menor sinal de fadiga, o rali nos mercados internacionais avança pelo início de agosto. Depois das fortes valorizações registradas no mês passado, os investidores ainda encontram fôlego para ampliar as posições mais arriscadas, com base nos indicadores que refletem a recuperação econômica.

As ações e moedas europeias sobem com consistência nesta manhã, acompanhadas pelas commodities, desafiando a cautela de diversos analistas.

Esperava-se um verão sem grandes movimentações nos negócios do Hemisfério Norte, com as bolsas de lado diante da liquidez enfraquecida e da lentidão da retomada da atividade global.

No entanto, apática mesmo só tem sido a estação em Londres, chuvosa e sem calor. Nos mercados, os especialistas vêm sendo surpreendidos pela forte disposição ao risco.

Hoje, os condutores do otimismo são os índices de atividade na Europa e na China, além da expectativa positiva para os números dos Estados Unidos.

O índice de atividade industrial dos gerentes de compras chinês subiu para 52,8 em julho, contra 51,8 em junho, no maior crescimento desde maio do ano passado. Na zona do euro, o PMI bateu em 46,3 em julho, o melhor resultado em 11 meses.


Às 11 horas (de Brasília), os investidores irão conhecer o ISM de julho dos EUA, que também devem mostrar desempenho mais favorável.

Para James Knightley, do ING, o comportamento do ISM norte-americano indica que a recessão caminha para o fim, o que deve estimular o apetite pelo risco e colocar pressão nos Treasuries.

No segundo trimestre, o PIB recuou 1%, melhor do que a previsão de queda de 1,5%, como foi divulgado na sexta-feira.
Analistas comentam, no entanto, que o número revisado do primeiro trimestre mostrou mergulho de 6,4% - portanto, o pior momento da crise.

"Esta Grande Recessão foi ultrapassada pela da década de 1950 e se tornou a maior desde a Grande Depressão", diz Ellen Beeson Zentner, após analisar os dados da sexta-feira.

A boa notícia, avalia, é que a comparação com dados tão fracos tornará mais fácil a volta do crescimento econômico no segundo semestre.

Larry Hatheway e Kenneth Liew, estrategistas do UBS, acreditam que a segunda metade do ano marcará a transição da recessão para uma retomada em ritmo lento. A exceção virá dos mercados emergentes, onde a recuperação tende a ser mais forte.

"A recuperação dos ativos de risco desde março indica que os investidores já anteciparam o fim da recessão", avaliam. Para eles, a continuidade do rali agora demanda indicadores com avanços mais sólidos, o que é improvável.

Às 7h55 (de Brasília), as bolsas de Londres (+1,78%), Paris (+1,74%) e Frankfurt (+1,84%) subiam.

O euro (+0,24%, a US$ 1,4290) e a libra (+0,72%, a US$ 1,6833) também avançavam. O dólar valia 94,94 ienes (+0,26%).

No mesmo horário (acima), as commodities mostravam desempenhos positivos. O petróleo era cotado a US$ 70,75, em alta de 1,87%. A prata (+2,01%), o cobre (+3,41%) e o açúcar (+2,96%) também exibiam ganhos. (Daniela Milanese)

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