quarta-feira, 29 de abril de 2009

Painel 29/04


CVM ESTUDA FIM DO MONOPÓLIO DAS BOLSAS COM NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES

CVM ESTUDA FIM DO MONOPÓLIO DAS BOLSAS COM NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES

Rio, 29 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acenou pela primeira vez com a possibilidade de acabar com o monopólio das bolsas de valores nas negociações com ações no Brasil. Na minuta colocada em audiência pública sobre regras para operar no mercado, a CVM informa que pretende reavaliar essa "restrição a concorrência" e lembra que essa é uma prática já adotada em todos os outros tipos de negociação com valores mobiliários.

"A competição é uma coisa salutar para o mercado", afirmou o superintendente de Relações com Mercado e Intermediários, Waldir de Jesus Nobre. Apesar de considerar a mudança positiva para o funcionamento do mercado de capitais brasileiro, ele não acredita que esse seja um tema de implementação rápida.

O superintendente acredita que os grandes investidores seriam os mais beneficiados pela criação no Brasil de um centro alternativo para negociar ações nos moldes de um sistema de balcão organizado. Sem dar pistas de como seria a estrutura desse novo espaço de negociação, Nobre lembra que para executar grandes ordens de compra e venda de ações, muitas vezes, o investidor precisa realizar um número expressivo de operações para não influenciar negativamente o preço do papel.

Nesse centro alternativo, argumenta, poderiam ser negociados grandes lotes, que teria como preço base a própria cotação da ação em bolsa de valores. Já os pequenos investidores deveriam ser pouco afetados pela mudança.

Além desse item, a minuta colocada em audiência pública caminha na direção de dar mais responsabilidade aos intermediários financeiros, que passam a ser obrigados a ter uma relação mais direta com seus clientes. "Vamos supervisionar indiretamente, deixando que o intermediário faça a sua parte para fortalecer seus controles diretos
(fiscalização)", afirmou.

A minuta determina que o intermediário execute da melhor forma as ordens de compra e venda. O tema sempre esteve de forma implícita nas regras da CVM, mas, agora passa a constar explicitamente, o que permite uma cobrança melhor quando apurada alguma irregularidade. Na minuta, a CVM pede que os agentes de mercado deem opinião para alguns itens específicos, como o que trata de conflito de interesses. A autarquia quer saber se a norma atual é suficiente ou seria necessário uma regulamentação mais clara sobre a matéria.
(Mônica Ciarelli)

ANALISTAS: DIFICULDADES DE CAPTAÇÃO SÃO PRINCIPAL DESAFIO DO PRÉ-SAL

ANALISTAS: DIFICULDADES DE CAPTAÇÃO SÃO PRINCIPAL DESAFIO DO PRÉ-SAL

Londres, 29 - As dificuldades de captação de recursos no mercado são o principal risco para o desenvolvimento da área do pré-sal brasileira, acreditam especialistas que debateram o tema hoje em Londres. A exploração, que representa grandes oportunidades na avaliação dos analistas, demanda investimentos elevados. "É algo caro", disse Winston Moore, da Moore Associados, consultoria de petróleo e gás. "A Petrobras pode usar o fluxo de caixa, mas levantar recursos no mercado será difícil."

Carlos Caicedo, da consultoria britânica Exclusive Analysis, lembra que a companhia conseguiu recursos com o banco de desenvolvimento da China, buscando portanto outras formas de financiamento. As outras companhias do setor interessadas no pré-sal também enfrentarão dificuldades de captação, já que a crise é global. Para os especialistas, a produção no pré-sal é viável com o atual preço do petróleo, na casa de US$ 50,00. A cotação da commodity só passaria a ser um risco se desabasse para abaixo de US$ 30,00, avalia Caicedo.

Ele acredita, no entanto, que o petróleo deve continuar negociando nos níveis atuais e um novo colapso dos preços só ocorreria no caso de piora da recessão mundial e desaceleração ainda mais forte da China. A expectativa dos analistas recai agora sobre a nova lei do petróleo, ainda a ser anunciada pelo governo brasileiro. O assunto levanta grande curiosidade entre os investidores estrangeiros, interessados em aproveitar as oportunidades do País.

Para Moore, o principal desafio é encontrar um balanço, com regras que consigam engajar as companhias estrangeiras e ao mesmo tempo garantir o maior aproveitamento possível para o governo. "É uma grande oportunidade para o País, é como ganhar na loteria." Caicedo acredita na criação da Petrosal, uma empresa responsável pela administração das reservas e concessão de licenças. "Mas a Petrobras deve continuar sendo o principal player do setor e as empresas estrangeiras precisarão se juntar a ela." (Daniela Milanese)

FGV: IGP-M DE ABRIL CAI 0,15% ANTE -0,74% EM MARÇO

FGV: IGP-M DE ABRIL CAI 0,15% ANTE -0,74% EM MARÇO

Rio, 29 - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou uma deflação menor em abril e caiu 0,15% este mês, após apresentar queda de 0,74% em março, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Nenhum comentário: