segunda-feira, 29 de março de 2010

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Painel 29/03



NIKKEI: NIPPON E VALE FECHAM PRÉ-ACORDO PARA ALTA DE 90% NO MINÉRIO

Tóquio, 29 - A japonesa Nippon Steel e a Vale chegaram a um acordo provisório para estabelecer o preço do minério de ferro em cerca de US$ 105 por tonelada no trimestre entre abril e junho deste ano, aproximadamente 90% acima do valor do ano fiscal de 2009, segundo reportagem do jornal japonês The Nikkei.

As negociações sobre preços vão continuar porque as duas partes não estão em total acordo, diz o jornal. A Nippon e a Vale esperam resolver as divergências até o fim do próximo mês e o preço a ser fechado então, será aplicado retroativamente a 1º de abril.

O preço final do minério provavelmente vai quebrar o recorde de quase US$ 79 estabelecido no ano fiscal de 2008 e será o primeiro aumento de preços em dois anos. As siderúrgicas provavelmente pedirão às montadoras e outros clientes para aceitarem preços maiores para o aço.

A siderúrgica sul-coreana Posco, que conduz as negociações de preço junto com a Nippon Steel, também já aceitou provisoriamente um aumento de 90%.

Se o preço do minério de ferro consumido pelo Japão subir 90% em todo o ano fiscal de 2010, a indústria siderúrgica japonesa verá seus custos crescerem 570 bilhões de ienes (US$ 6,15 bilhões) em comparação com o ano fiscal anterior.

A Vale propôs um forte aumento nos preços no início deste mês, apoiada no crescimento da demanda em mercados emergentes e na recuperação da produção de aço global. A mineradora também tenta negociar preços trimestralmente, no lugar de uma vez por ano. A Nippon Steel se opõe ao estabelecimento de preços com maior frequência.

As siderúrgicas japonesas também já concordaram em comprar carvão de coque por US$ 200 por tonelada de grandes mineradoras no período entre abril e junho, o que representa aumento de cerca de 55% em relação ao ano fiscal de 2009. As informações são da Dow Jones. (Danielle Chaves)

terça-feira, 23 de março de 2010

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Painel 23/03

FECHAMENTO: VALE TEM FORTE ALTA E PUXA GANHO DO IBOVESPA

São Paulo, 23 - As ações da Vale roubaram a cena na Bovespa, sustentando o índice à vista em alta praticamente toda a sessão. Os investidores se avolumaram nas compras depois da notícia de que a mineradora teria adotado um novo sistema de precificação do minério de ferro, que resultaria num reajuste de até 114%. Como o porcentual supera as já gordas estimativas, que atingem até 90%, os papéis brilharam na sessão, liderando as compras e espalhando o efeito positivo também para o setor siderúrgico.

O Ibovespa terminou o dia com elevação de 0,50%, aos 69.386,72 pontos. Na mínima, registrou 68.913 pontos (-0,19%) e, na máxima, os 69.613 pontos (+0,83%). No mês, a Bolsa sobe 4,34%, e, no ano, 1,16%. O giro financeiro totalizou R$ 5,895 bilhões.

A notícia que movimentou o mercado foi a de que a mineradora teria enviado um documento a seus clientes mundiais informando que reajustaria o minério de ferro em 114%, a partir de abril, com adoção de novo sistema de preços. No começo da tarde,no entanto, a Vale disse que "não fez qualquer novo comunicado ao mercado de capitais sobre preços de seus produtos", mas reiterou que "nos últimos tempos" implementou uma nova política comercial, mais flexível quanto à forma de venda. Segundo a Vale, "tal política reflete a realidade de mercado e as necessidades específicas de cada cliente".

Fato ou boato, os investidores passaram a se posicionar na ponta comprada dos papéis, que subiram 3,54% na ação ON - prova de maior presença de estrangeiros - e de 2,60% na PNA. Esta última ação movimentou, sozinha, R$ 1,078 bilhão.

O desempenho da Vale também acabou ecoando sobre as ações da MMX, que subiram 5,56% na ON - maior alta do Ibovespa - e nos papéis de CSN ON (+4,28%) e Usiminas PNA (+2,10%), que detêm ativos em mineração. Gerdau PN subiu 0,30% e Metalúrgica Gerdau PN, 0,12%.

Segundo os analistas, muitos investidores se desfizeram de Petrobras para se posicionar em Vale, em razão do horizonte mais nebuloso sobre a empresa petrolífera. O maior endividamento e a capitalização dentro do marco do pré-sal foram citados como pontos negativos aos papéis da estatal. Petrobras ON perdeu 1,60% e PN, 1,16%.
Na Nymex, o contrato para maio avançou 0,38%, a US$ 81,91.

O comportamento dos papéis da mineradora acabou dando brilho a um pregão que tinha tudo para ser novamente arrastado, uma vez que os investidores ainda não estão encontrando justificativas para empurrar o Ibovespa de volta aos 70 mil pontos e para uma nova máxima de 2010. A Bovespa subiu menos que as norte-americanas. O Dow Jones terminou com alta de 0,95%, aos 10.888,83 pontos, o S&P avançou 0,72%, aos 1.174,17 pontos. Os dois índices terminaram no maior nível desde 26 de setembro de 2008. O Nasdaq subiu 0,83%, aos 2.415,24 pontos. Dois índices foram conhecidos hoje, o de atividade regional do setor de manufatura, que subiu para +6 em março, de +2 em fevereiro, segundo o Federal Reserve de Richmond, e o dado de vendas de imóveis residenciais usados, que caíram 0,6% em fevereiro, ante previsão de - 2%.

(Claudia Violante)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Painel 22/03

CENÁRIO SEMANAL: MERCADO MONITORA ATA, INFLAÇÃO E DADOS NOS EUA

Josué Leonel, jornalista

São Paulo, 22 - Depois de o Copom ter mantido a Selic estável, nesta semana o ponto alto é a ata da reunião. Com ela, o mercado balizará a aposta majoritária na alta dos juros em abril. Combinada aos indicadores de inflação, como o IPCA-15, e à taxa de desemprego, a ata também influenciará as expectativas para o aperto monetário esperado para todo o ano. Nos EUA, onde a aprovação da reforma da Saúde do presidente Barack Obama pode afetar as empresas do setor, a agenda destaca dados de imóveis, as encomendas de bens duráveis e o resultado final do PIB do quarto trimestre de 2009. A situação da Grécia e a alta dos juros na Índia são fatores de volatilidade herdados da semana passada.

Nesta segunda-feira, a bolsa poderá reagir ao balanço da Petrobras, divulgado na sexta-feira após o fechamento. O resultado anual ficou um pouco acima das expectativas. A Petrobras apresentou lucro líquido de R$ 8,129 bilhões no quarto trimestre de 2009, alta de 31,34% sobre o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o lucro líquido ficou em R$ 28,982 bilhões, queda de 12,1% sobre 2008.

A maior curiosidade do mercado brasileiro em relação à ata do Copom, que sai na quinta-feira, será avaliar os argumentos dos três diretores que votaram por uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic. Embora os cinco diretores que votaram pela manutenção da taxa tenham imposto suas posições, alguns analistas esperam que o documento tenha um tom duro, advertindo que qualquer maior ameaça de alta da inflação terá resposta da política monetária.

A ata divide a atenção dos analistas com uma agenda importante de divulgações que começa hoje com a pesquisa Focus. Após o Copom, as projeções para a Selic, inflação e PIB devem ser monitoradas. Os próximos dados de inflação também serão escrutinados com maior atenção em busca de sinais de refluxo ou continuidade da pressão do início do ano. O principal deles é o IPCA-15 de março, que sai nesta terça-feira. Em fevereiro, o índice alcançou 0,94%. Outros índices de preço esperados para a semana são a segunda prévia de março do IGP-M (hoje, com previsão de 0,95%, segundo o AE Projeções) e as terceiras quadrissemanas do IPC-S (amanhã) e IPC-fipe (quinta-feira).

Esta segunda-feira ainda será forte em dados das contas externas, com as divulgações do déficit em transações correntes e Investimento Estrangeiro Direto (IED) de fevereiro. As estimativas apuradas pelo AE Projeções apontam déficit de US$ 1,8 bilhão a US$ 3 bilhões (ante US$ 3,4 bi em janeiro) e IED de US$ 2 bilhões a US$ 2,9
bilhões (ante US$ 789 mi em janeiro). Também hoje sai o resultado da balança comercial na segunda semana de março. Na primeira, o superávit foi de US$ 82 milhões. No mesmo dia da ata, quinta-feira, o IBGE divulgará a taxa de desemprego de fevereiro. Em janeiro, o índice fechou em 7,20%. Diante do aquecimento do consumo e da redução da ociosidade da economia, torna-se mais relevante acompanhar não apenas a taxa de desemprego como os indicadores de salário e massa salarial.

Nos EUA, o ainda cambaleante setor de moradia será um dos destaques da semana, ao lado do dado de encomendas de bens duráveis. Amanhã, saem as vendas de imóveis residenciais usados (NAR) de fevereiro, que deve apresentar queda de 2%, segundo analistas ouvidos pela agência Dow Jones. Na quarta-feira, saem vendas de imóveis residenciais novos, também de fevereiro (previsão de alta de 1,3%).

Também na quarta-feira, saem as encomendas de bens duráveis de fevereiro (previsão de alta de 0,7%), enquanto na quinta-feira serão divulgados os pedidos de auxílio-desemprego da semana até 20 de março (previsão de -4 mil). Na sexta-feira, sai o dado final do PIB final do 4º trimestre, que deve ficar em +5,8%, sem mostrar alteração substancial ante a segunda revisão (+5,9%). No mesmo dia, sai o índice final de sentimento do consumidor de março da Universidade de Michigan (previsão de 73).

A agenda de eventos relevantes na Europa na semana tem entre os destaques o encontro de cúpula dos líderes da União Europeia e o encontro de política monetária do banco central da Noruega. O encontro dos líderes da UE, na quinta-feira, pode discutir a crise da Grécia, embora a chanceler alemã, Angela Merkel, tenha descartado a discussão deste assunto.

Entre os indicadores europeus está a pesquisa de sentimento econômico do instituto alemão Ifo, que deverá apontar uma perspectiva mais forte para a recuperação econômica global na próxima semana, depois do primeiro declínio em 11 meses registrado em fevereiro. A agenda de indicadores também trará os dados preliminares de atividade industrial e do setor de serviços da Alemanha, França e zona do euro. No Reino Unido, destaque para o relatório do orçamento do governo Trabalhista, inflação ao consumidor e de vendas no varejo.

Na Ásia, o Japão divulga vários indicadores econômicos, entre eles as vendas de supermercados, o índice de preços dos serviços corporativos e o índice de preços ao consumidor. Também estão programadas a divulgação da ata da reunião de política monetária do banco central do Japão e o encontro de política monetária do banco central de Taiwan.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Painel 17/03

VEJA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DO COPOM.




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terça-feira, 16 de março de 2010

Painel 16/03

PETROBRAS FAZ DESCOBERTA NA BACIA DE SERGIPE, ÁREA DE PIRANEMA

São Paulo, 16 - A Petrobras anunciou a descoberta de óleo leve na área de Piranema, na Bacia de Sergipe. Conforme comunicado da companhia divulgado há pouco, o volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris.

A descoberta do óleo leve, de 44 graus API, ocorreu em reservatórios areníticos do pós-sal, a 2.693 metros de profundidade, após conclusão da perfuração do poço exploratório 3-PRM-12-SES. O poço fica no extremo norte da área de concessão de produção de Piranema, a 28 km do litoral de Sergipe, em lâmina d'água de 800 metros.

A Petrobras afirma estudar a possibilidade de interligar o poço à plataforma de produção que já opera em Piranema, aproveitando assim a infraestrutura de produção e escoamento instalada na área. "A descoberta será objeto de avaliações adicionais para melhor entendimento do reservatório e perfuração de um segundo poço produtor", segundo a nota. (Equipe AE)

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MPX IDENTIFICA POTENCIAL DE 1,74 BILHÃO DE T DE CARVÃO NA COLÔMBIA

São Paulo, 16 - A MPX Energia, empresa do grupo do empresário Eike Batista, anuncia a identificação de 1,74 bilhão de toneladas de recursos potenciais de carvão na Colômbia. O plano de negócio da subsidiária MPX Colombia, a ser apresentado hoje à tarde, inclui implantação de um porto próprio para o desenvolvimento de um sistema integrado com capacidade de produção de 20 milhões de toneladas por ano, com a expansão da exploração para novas áreas. Com os recursos já identificados, a produção pode alcançar 15 milhões de toneladas anuais, com previsão de início em 2012.

De acordo com fato relevante, o sistema contará com três minas a céu aberto, em Cañaverales, Papayal e San Benito, além de mineração subterrânea em San Juan - esta com potencial de 1,6 bilhão de toneladas de carvão. Os trabalhos de sondagem realizados até fevereiro perfizeram 90 mil metros perfurados, nas quatro áreas atualmente em exploração. As concessões da MPX somam 66.225 hectares, ao longo de 25 km da Formação Cerrejón.

A cerca de 150 quilômetros dessas minas será construído porto próprio, em área de 521 hectares, a entrar em operação ao final de 2013. Antes disso, explica o comunicado da MPX, a empresa negocia a utilização de portos existentes, em Santa Marta ou Ciénaga, para escoar a produção, que irá suprir unidades no Brasil e no Chile. Essa integração regional, explica a companhia no fato relevante, assegura "a monetização de sua produção, permitindo a captura de ganhos de escala e elevando significativamente o retorno de suas operações".

A logística prevê ainda transporte rodoviário, em 2015, para até 7 milhões de toneladas por ano, e a partir de 2016 a companhia conta com a entrada em operação de ferrovia dedicada, para o atingimento da capacidade máxima planejada (20 milhões de toneladas anuais).

A obtenção das licenças ambientais, concessões e servidões ou desapropriações necessárias fazem parte do plano de negócios.

Ainda conforme a MPX, a John T. Boyd Company neste mês de março certificou, segundo normas canadenses (NI 43-101), 144 milhões de toneladas de reservas e recursos, com potencial para mineração a céu aberto.(Equipe)

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CLIMA POSITIVO DOMINA EXTERIOR ANTES DA DECISÃO DO FED SOBRE JUROS

Londres, 16 - Um clima positivo predomina nos mercados internacionais nesta manhã, enquanto os investidores aguardam o resultado da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve. Além disso, diminuíram os temores de mais medidas de aperto na política monetária da China e as preocupações com a Grécia.

Ontem os ministros de Finanças da União Europeia chegaram a um acordo a respeito dos termos sob os quais poderão oferecer um pacote multibilionário de resgate para a Grécia, já que o país com problemas de dívida apresenta riscos para o euro. No entanto, as autoridades forneceram poucos detalhes sobre o plano, que será colocado em prática somente se auditores europeus acharem que o governo grego não está conseguindo controlar suas finanças.

De olho nos EUA, os investidores estão ansiosos por alguma indicação do Fed sobre a direção da sua política monetária nos próximos meses. Ultimamente, o banco central norte-americano tem sido de certo modo mais agressivo (hawkish) do que outros bancos centrais, dando a muitos a impressão de que acredita que a recuperação da economia dos EUA está mais perto do que o pensado anteriormente, observou James Hughes, analista do CMC Markets.

O Fomc tem mantido sua meta para a taxa dos Fed Funds entre zero e 0,25% - seu menor nível histórico - desde dezembro de 2008, mas, recentemente, alguns membros do comitê declararam que o banco central deve remover do comunicado a linguagem frequentemente usada para reafirmar seu compromisso de que manterá o juro muito baixo por um "período prolongado".

Portanto, a reunião de hoje pode dar mais algum sinal sobre o pensamento de Ben Bernanke e sobre o próximo passo da sua estratégia de saída dos estímulos. "Com certeza, as expectativas são de que as taxas de juro sejam mantidas neste mês, mas qualquer indicação de um movimento nas taxas antes do fim do ano pode causar surpresa, o que deve impulsionar o dólar", disse Hughes.

Enquanto a decisão do Fed não vem, os investidores digerem indicadores econômicos divulgados na Europa. O índice Zew de sentimento econômico da Alemanha caiu de 45,1 em fevereiro para 44,5 em março, mas ficou acima das expectativas de 43,0. E o índice de preços ao consumidor (CPI) na zona do euro ficou em linha com as estimativas, com alta de 0,3% em fevereiro ante janeiro e de 0,9% ante fevereiro do ano passado.

No mercado de câmbio europeu, esse cenário positivo sustenta o euro. "Os investidores estão recuperando a energia e deixando o dólar. Isso ajuda a sustentar o cobre e os metais preciosos e dá às mineradoras um impulso", afirmou David Morrison, estrategista do GFT.

Às 8h35 (de Brasília), o índice FT-100 de Londres subia 0,49%, o CAC-40 de Paris avançava 0,85% e o DAX de Frankfurt ganhava 0,76%. O euro operava em alta a US$ 1,3716, de US$ 1,3670 no fim da tarde de ontem, enquanto o dólar subia para 90,68 ienes, de 90,48 ienes ontem.

Entre as commodities, os contratos de petróleo para abril negociados na Nymex eletrônica tinham ganho de 0,56% para US$ 80,25 por barril, e o cobre para maio subia 1,03%, para US$ 1,3490 por libra-peso. As informações são da Dow Jones.(Danielle Chaves)

segunda-feira, 15 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Painel 12/03

ABERTURA:MERCADO TEM VIÉS POSITIVO À ESPERA DE BÚSSOLA DE DADOS/EUA

São Paulo, 12 - A agenda econômica dos EUA ganha força nesta sexta-feira e deve definir a tendência dos negócios para o dia que, por enquanto, mostra viés positivo.
Informações adicionais sobre a atitude do consumidor norte-americano e seus hábitos de compras podem acrescentar novos sinais sobre o ritmo da retomada econômica no país. Os dados, porém, também devem refletir o impacto das nevascas do mês passado no comércio, assim como aconteceu no emprego. Ontem, os números da China abalaram a força da recuperação econômica global, diante do temor de que Pequim freie o crescimento, por causa das pressões inflacionárias. Hoje, o dólar bateu o menor nível de 2010 ante o yuan, durante as negociações asiáticas, com os investidores receosos de que, ao término do Congresso Nacional do Povo, no domingo, medidas adicionais de política econômica sejam anunciadas. Na Índia, a produção industrial mostrou crescimento forte (16,7% jan/jan2009), mas inferior ao previsto por analistas. Mesmo assim, o dado elevou a possibilidade de alta nos juros do país. As euromoedas mantêm o fôlego de alta e sustentam-se acima de marcas psicológicas importantes, com a crise fiscal na Grécia ficando de lado, à espera de novos desdobramentos. A alta recorde de 1,7% da produção industrial na zona do euro em janeiro, ante dezembro, embala os ganhos das bolsas europeias. O petróleo também segue acima de US$ 82,00 por barril e as Bolsas de Nova York buscam renovar as máximas do ano.

Vendas no varejo e sentimento do consumidor são destaques nos EUA; no Brasil, agenda fraca - A agenda econômica dos EUA tem como destaque as vendas no varejo dos EUA em fevereiro, às 10h30. A previsão é de queda de 0,4%, pois, assim como aconteceu com o payroll do mês passado, as varejistas também devem refletir nas vendas o impacto das nevascas que atingiram a Costa Leste do país. Às 11h55, a Universidade de Michigan divulga a leitura preliminar de março do índice de sentimento do consumidor e, pouco depois, às 12 horas, é a vez dos estoques das empresas em janeiro. Aqui, a agenda é fraca em termos de indicadores, sobressaindo-se a pesquisa industrial de emprego e salário do IBGE (9 horas) relativa a janeiro.

Gol reverte prejuízo e lucra R$ 397,8 milhões no 4º tri - A Gol Linhas Aéreas registrou lucro líquido consolidado de R$ 397,8 milhões no quarto trimestre de 2009,
revertendo o prejuízo de R$ 541,6 milhões anotado em igual período de 2008. No terceiro trimestre de 2009, a companhia aérea apurou um ganho líquido de R$ 77,9 milhões.

OGX: Lucro cai 97% em 2009, para R$ 10,829 mi - A OGX, braço do setor de petróleo do grupo de Eike Batista, registrou lucro líquido consolidado de R$ 10,829 milhões no exercício de 2009, mostrando queda de 97% sobre o obtido em 2008. A queda do lucro decorre de um resultado financeiro de R$ 264,4 milhões, despesas de exploração de R$ 97,9 milhões, despesas gerais e administrativas de R$ 118,0 milhões e Imposto de Renda e Contribuição Social de R$ 37,6 milhões. Segundo a empresa, o principal motivo da redução do lucro líquido do exercício de 2009 foi o aumento das despesas financeiras para R$ 608,4 milhões contra R$ 37,1 milhões em 2008.

Eletropaulo: lucro no 4º trimestre recua 1,1%, para R$ 525 mi - A AES Eletropaulo registrou lucro líquido de R$ 525,6 milhões no quarto trimestre, queda de 1,1% em relação aos R$ 531,3 milhões de igual período do ano anterior, refletindo os impactos negativos de maior despesa com a Fundação Cesp. No acumulado do ano de 2009, o lucro foi de R$ 1,063 bilhão, alta de 3,5% sobre 2008.

Cetip: lucro líquido cresce 62,5% para R$ 66,605 milhões em 2009 - A Cetip - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos registrou em 2009 lucro líquido de R$ 66,605 milhões, alta de 62,5% sobre os R$ 40,966 milhões em 2008, segundo o demonstrativo de resultados do exercício de 2009 em comparação ao período de 29 de janeiro a 31 de dezembro de 2008. Já no critério ajustado, o lucro líquido foi de R$ 110,5 milhões, um crescimento de 42,5% sobre os R$ 77,5 milhões de 2008.

Exterior aguarda dados dos EUA, mas segue de olho na China

Futuros de NY e bolsas europeias ensaiam alta - Os investidores estão determinados em renovar as máximas do ano do mercado acionário norte-americano e puxam para cima os índices futuros de Nova York. Ontem, o Dow Jones subiu 0,42%, para 10.611,84 pontos, o melhor nível de fechamento desde 19 de janeiro, enquanto o Nasdaq registrou o melhor fechamento desde 28 de agosto de 2008 e o S&P-500 foi ao nível mais alto desde 1º de outubro de 2008. Na Europa, as bolsas exibem ganhos, puxadas pelas montadoras e bancos, apesar da pressão vinda das farmacêuticas. Há pouco, Volkswagen subia 4,3% e Royal Bank of Scotland avançava 3,8%. Em contrapartida, Roche perdia 1,5%, após anunciar resultados abaixo do esperado com medicamentos contra o câncer de próstata. Às 8h59, o futuro do S&P 500 subia 0,25% e o futuro do Nasdaq ganhava 0,13%. A Bolsa de Londres tinha alta de 0,36%, Paris avançava 0,54% e Frankfurt tinha +0,67%.

Produção industrial da zona do euro tem alta recorde em janeiro - A produção industrial na zona do euro subiu 1,7% em janeiro, ante dezembro, no mais forte aumento mensal registrado desde o início da série, em 1990. O avanço foi impulsionado pela produção de energia, que teve aumento de 2,6%, na mesma base de comparação, provavelmente refletindo as duras condições do inverno no Hemisfério Norte. Economistas esperavam aumento de 0,7%. Em comparação com janeiro do ano passado, a produção cresceu 1,4%, no primeiro aumento anual desde abril de 2008.

Euro e libra seguem em recuperação - O aparente esfriamento das preocupações com a situação fiscal na Grécia e em alguns outros países europeus renova o fôlego de alta das euromoedas. À espera de novos desdobramentos e, por enquanto, sem novidades sobre uma solução para as problemáticas finanças públicas na Europa, o euro recupera o nível de US$ 1,37 e a libra esterlina era negociada acima de US$ 1,51. Às 8h35 , a moeda única europeia subia a US$ 1,3769, de US$ 1,3679 no fim da tarde de ontem em Nova York. A libra esterlina ampliava a alta para US$ 1,5135, de US$ 1,5063 na véspera. O euro, porém, caía ante o franco suíço, com os operadores testando quando o Banco Nacional da Suíça (SNB) resolverá intervir no mercado. A moeda única europeia caiu ao menor nível em um mês ante a moeda suíça, a 1,4590 franco, com o mercado mensurando até que ponto o SNB vai permitir a valorização da moeda local antes de intervir.

Yuan bate maior nível do ano ante o dólar - O yuan subiu ao maior nível ante o dólar em 2010, nas negociações na Ásia, em meio a especulações sobre o início de aperto monetário na China e de liberação de apreciação da moeda chinesa, após o fim do Congresso Nacional do Povo, neste domingo. No balcão, o dólar fechou cotado a 6,8255 yuans, de 6,8266 yuans ontem. No intraday, a moeda norte-americana chegou a valer 6,8253 yuans, no menor nível desde 30 de dezembro de 2008. O vice-governador do Banco do Povo da China, Su Ning, criticou hoje a sugestão do presidente dos EUA, Barack Obama, para que a China tenha uma taxa de câmbio mais orientada pelo mercado. "Nós não concordamos com a politização da questão sobre a taxa de câmbio", disse Su Ning, que acrescentou: "Também não concordamos com um país que, tendo seus próprios problemas, queira que um outro país os resolva".

Petróleo mantém-se acima de US$ 82, mas mira China - O petróleo era negociado acima de US$ 82,00 por barril em Nova York, apesar das apreensões com a política econômica na China. "Cresce o receio de que a autoridade monetária chinesa iniciará um aperto monetário em breve, o que pode restringir a força das commodities", diz o operador da MF Global, Edward Meir. Ele lembra, no entanto, que a base de comparação anual é muito baixa e Pequim deve aguardar alguns meses antes de tomar medidas mais agressivas. Às 8h08, o WTI para abril subia 0,52%, a US$ 82,54 por barril.

AIE eleva previsão de demanda global por petróleo - A Agência Internacional de Energia (AIE) elevou sua previsão de demanda global por petróleo, citando o forte crescimento econômico da China e de emergentes. A instituição revisou em 70 mil barris de petróleo por dia a projeção de demanda pela commodity em 2010. A demanda global por petróleo deve subir em 1,6 milhão de barris por dia, ou 1,8% em base anual, para 86,6 milhões de barris por dia neste ano. A AIE afirmou ainda que depois de cinco trimestres seguidos de declínio, a demanda global por petróleo voltou a crescer, nos últimos três meses de 2009, em base anual.

Bolsa de Tóquio sobe e da Ásia cai; Xangai cede 1,2% - A Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,8%, com os investidores estrangeiros comprando ações japonesas diante da expectativa de que o Banco do Japão adote medidas de flexibilização da política monetária. Nos demais mercados da Ásia, a maioria dos mercados encerrou no campo negativo. As expectativas da adoção de medidas de aperto monetário por parte da China dominaram o cenário nas bolsas da região. Foi o caso da Bolsa de Hong Kong,que teve leve baixa de 0,1%. Na semana, o índice acumulou alta de 2%. Já as Bolsas da China apresentaram pesadas perdas, lideradas pelas ações de imobiliárias e bancos. O índice Xangai Composto perdeu 1,2% hoje e 0,6% na semana. A Bolsa de Sydney fechou praticamente estável (+0,1%), com a relutância dos investidores em assumir posições compradas.

Produção industrial na Índia cresce menos que o previsto - A produção industrial da Índia cresceu 16,7% em janeiro, em base anual, mas o ritmo foi inferior ao de dezembro, que apontou aumento de 17,6%, segundo dado revisado. O resultado também foi menor do que a estimativa dos economistas, que esperavam alta de 17,0% na produção. O resultado foi impulsionado pelos setores automobilístico e de cimento e elevou a possibilidade de um aumento nas taxas de juros pelo banco central indiano na próxima reunião, em abril. Após o dado, o índice Sensex, da Bolsa da Índia, oscilava em leve baixa de 0,1%.

Obama pretende nomear Yellen como vice do Fed - O presidente norte-americano, Barack Obama, planeja nomear Janet Yellen como vice-presidente do Federal Reserve, informa o Wall Street Journal, citando uma fonte familiarizada com o assunto. Yellen, que é presidente do Fed de São Francisco desde 2004, é uma das integrantes mais "dovish" dentre as 12 unidades distritais do Fed e tem dado forte apoio à condução de política monetária de Ben Bernanke. Yellen substituiria Donald Kohn, cujo mandato expira em junho.

Apple começa a receber encomendas online do iPad - Os consumidores ansiosos em comprar o mais novo lançamento da Apple, o iPad, podem fazer seu pedido online a partir de hoje. O novo aparelho só estará disponível para venda nas lojas no início de abril. O iPad, em versões com preços entre US$ 499 e US$ 829, possui uma tela de 9,7 polegadas, sem teclado e conexão sem fio com a internet. Trata-se de um equipamento para navegação na internet, leitura de livros eletrônico e execução de aplicativos criados por companhias parceiras da Apple, como o New York Times.

Juros dispararam ontem com PIB e surpresa com varejo; Bolsa caiu 0,14%. Apostas de alta da Selic na semana que vem ganharam força - Os números robustos das vendas no varejo em janeiro, acima das expectativas, desencadearam forte movimento de redução de posições vendidas em juros e as taxas subiram com força nesta quinta-feira. Os dados do PIB vieram em linha com o esperado e o avanço de 2% no último trimestre de 2009 na margem foi lido como um sinal claro da herança positiva para o desempenho neste início de 2010. Ao mesmo tempo, o resultado trimestral levantou o debate sobre se a economia já não estaria crescendo acima do seu potencial, o que pode deteriorar ainda mais as condições inflacionárias. Na curva a termo, as apostas para o início do ajuste de alta da Selic em março ganharam mais força, mas o mercado ainda está bastante dividido sobre qual deve ser a decisão do Copom na próxima semana. O DI abril de 2010, o primeiro a vencer após a decisão do Copom sobre a Selic na semana que vem, encerrou na máxima de 8,82%, de 8,77% no ajuste de quarta-feira; o DI janeiro de 2011 terminou a 10,52%, ante 10,46% na véspera; o DI julho de 2010 avançou de 9,29% para 9,35%. O DI janeiro de 2012 disparou a 11,67%, de 11,58% na quarta-feira.

(Equipe AE)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Painel 11/03

PETROBRAS ANUNCIA DESCOBERTA DE PETRÓLEO NA COLÔMBIA

São Paulo, 11 - A Petrobras anunciou há pouco a descoberta de petróleo no bloco exploratório Balay, localizado na Colômbia. A subsidiária da petroleira no país é a Petrobras Colombia Limited, que tem 45% de participação no projeto.

A descoberta foi realizada através da perfuração do poço pioneiro Balay-1, localizado em terra, na Bacia dos Llanos, Departamento de Casanare, informa o comunicado da Petrobras. A perfuração chegou a uma profundidade final de 4.652 metros.

Segundo a petroleira, as operações de teste de formação na Colômbia comprovaram a existência de óleo, com cerca de 28º graus API, em vazões iniciais de 1.314 barris de petróleo por dia. "As operações de teste continuam para avaliar o potencial da descoberta", informa a petroleira.

O projeto na Colômbia é desenvolvido em parceria com a Cepcolsa (30%), Sorgenia E&P Colombia B.V. (10%) e Petroamerica Oil Corp (15%). (Equipe AE)

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BOLSA: RECEIO DE ALTA DE JURO/CHINA DEVE SE SOBREPOR A DADOS/BRASIL

São Paulo, 11 - A aceleração da inflação na China combinada com a atividade mais aquecida alimenta o receio de aumento de juro, o que poderia provocar um esfriamento da demanda por matéria-prima. É isso que está por trás da queda das bolsas e da commodities no exterior, acentuada há pouco com os dados piores de auxílio-desemprego nos EUA piores do que o projetado. E a Bovespa, que vem de dois pregões de fortes ganhos e volume financeiro robusto, mostra disposição para realizar lucros. O Ibovespa cedia 0,50% há pouco.

A retração de 0,20% do PIB brasileiro de 2009 veio dentro do esperado e não deve fazer preço na Bovespa. No quarto trimestre, o PIB do Brasil cresceu 2% ante o terceiro trimestre, também em linha com as estimativas. A surpresa da manhã no mercado financeiro doméstico é o crescimento forte das vendas no varejo em janeiro, de 2,7% ante dezembro, superando o teto das projeções dos analistas ouvidos pela AE, de avanço de 2%. Na comparação com o mesmo mês de 2009, as vendas do varejo aumentaram 10,40% em janeiro, segundo o IBGE. Aumento surpreendente das vendas no varejo em janeiro está favorecendo a migração das apostas de elevação da Selic na
reunião do Copom da semana que vem, dia 17.

O dado de vendas no varejo pode impactar positivamente os preços dos papéis de empresas ligados principalmente a consumo. A expansão maior do o previsto das vendas no varejo está favorecendo a migração das apostas de elevação da Selic na reunião do Copom da semana que vem, dia 17, e isso pode vir a ter algum efeito nas ações do setor bancário.

No entanto, esse dado doméstico pode ser eclipsado pelo sentimento negativo no exterior, após os dados chineses terem renovado os temores de aperto monetário em breve.

Na Bovespa, as ações da Vale devem sofrer hoje não apenas o efeito das commodities pressionadas, mas também o da notícia de que abandonou as negociações com a China sobre o preço de referência anual para o minério de ferro, segundo o jornal chinês National Business Daily.

Assim, o spread entre as ações de Vale e Petrobras tende a aumentar nesta quinta-feira. No caso de Petrobras, com a aprovação ontem à noite pela Câmara da proposta de divisão igualitária entre Estados e municípios dos recursos provenientes da cobrança de royalties na exploração do pré-sal, "foi removido mais um empecilho na direção de fechar um projeto bem definido para o pré-sal", destacou uma fonte. Apesar da ameaça de veto pelo presidente Lula, a emenda foi aprovada por 369 votos a favor, 72 contra e duas abstenções. Os quatro projetos que definem o novo marco regulatório serão agora analisados pelo Senado. (Sueli Campo)

Magg3

quarta-feira, 10 de março de 2010

Painel 10/03

PETROBRAS ANUNCIA NOVA DESCOBERTA NO BM-S-9, ÁREA DO PRÉ-SAL

Rio, 10 - A Petrobras informou à Agência Nacional de Petróleo (ANP) ter encontrado mais indícios de petróleo no pré-sal do bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, onde estão localizadas as áreas de Carioca e Guará. A descoberta foi comunicada ontem à reguladora e publicada hoje no seu site. A Petrobras ainda não divulgou informações sobre o assunto.

O bloco BM-S-9 é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a britânica BG (30%) e a espanhola Repsol (25%). No local, por enquanto a Petrobras só identificou o volume de reservas estimado para Guará, entre 1 bilhão e 2 bilhões de barris.

Há uma forte expectativa para a área de Carioca, que pode ser, segundo analistas, a maior acumulação de óleo da área do polo de Tupi, na Bacia de Santos. Além de Carioca e Guará, já foram identificadas potenciais reservas num terceiro prospecto na área, de Abaré Oeste. Além dos já citados, o bloco BM-S-9 possui ainda os prospectos de Iguaçu, Complex, Tupã e Abaré. A Petrobras não informou em qual destes prospectos foi identificada a nova reserva. (Kelly Lima)

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EUA: APÓS VALES E PICOS, INCERTEZAS AINDA RONDAM BOLSAS DE NY

Nova York, 10 - Não é somente a chegada ao fundo do poço das bolsas nova-iorquinas durante a atual crise econômica e financeira que se comemora esta semana, mas também outro momento marcante do mercado: o pico da Nasdaq, atingido há dez anos, no dia 10 de março. Embora as bolsas atualmente não estejam em nenhum pico ou vale e o caminho tenha sido ascendente nos últimos 12 meses, as incertezas sobre o futuro da economia dos Estados Unidos e do mundo continuam pairando no mercado financeiro.

Para o especialista em mercado de ações Michael Covel, da Califórnia, ainda que haja uma tendência altista ou "bullish", o período de volatilidade deve continuar por mais algum tempo nas bolsas. "A tendência das ações é sim de alta. Mas ela pode parar e ir para outro lado? É claro que sim. Os EUA têm déficits gigantescos e os juros estão perto de zero. Isso não me parece uma receita de sucesso no longo prazo. Na verdade, isso me assusta bastante", afirmou Covel, que é autor de dois best sellers "Trend Following" e "The Complete Turtle Trader" e diretor do documentário "Broke: The New American Dream", lançado no ano passado, sobre as causas dos problemas econômicos atuais.

Segundo ele, tendo como ingredientes dívidas altas, juro muito baixo e desemprego elevado, fica difícil descartar imediatamente o risco de uma nova recessão. "O desemprego está em nível assustador, realmente muito alto. E enquanto a economia tenta se recuperar, nossa maior invenção, a internet, está eliminando postos de trabalho num ritmo que também gera temor", disse.

A economista Michelle Meyer, do Barclays Capital em Nova York, disse, no entanto, estar confiante em relação à recuperação da economia norte-americana, que fortalece o otimismo dos investidores. Ela acredita que os juros vão sair do historicamente baixo patamar atual, na região de 0% a 0,25%, em setembro. Michelle espera que o juro norte-americano feche este ano em 1% e continue a subir em 2011. "Acho que a retomada da economia está sendo consistente e estamos num momento muito melhor. Agora o quão saudável será essa recuperação depende da criação de novos empregos. Quando isso começar a ocorrer, aí sim os investidores estarão mais confiantes", afirmou.

Outra discussão no mercado é se os ativos estão caros ou baratos. Segundo reportagem do Wall Street Journal, publicada ontem, o professor Robert Shiller, da Universidade de Yale, acredita que os preços dos ativos estão caros, ainda que mais baixos do que já foram um dia.

Shiller foi um das poucas vozes a alertar sobre a bolha de 2000, das ações pontocom, de telecomunicações e tecnologia. O pico dessa bolha foi atingido em 10 de março de 2000, quando o Nasdaq chegou aos 5,132.52 pontos; e o abismo em 10 de outubro de 2002, quando o índice caiu para 1.108,49 pontos - uma perda de 78% do seu melhor momento. Com a alta de 84% desde março de 2009, o Nasdaq ainda segue 54% aquém do pico de 2000. (Luciana Xavier)

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CHINA TEM SINAIS CONTRADITÓRIOS, MAS MANTÉM RITMO FORTE

Josué Leonel, jornalista

São Paulo, 10 - Os últimos números divulgados na China reforçam a ideia de que o país continua sendo a economia mais dinâmica entre as grandes do mundo. O comércio exterior chinês, que sofreu com a crise no ano passado, voltou a mostrar um ritmo forte em fevereiro. As exportações aumentaram 45,7% sobre mesmo mês de 2009, pouco acima do também vigoroso crescimento das importações, de 44,7% - ambos os números acima do esperado.

Alguns analistas já interpretam os dados da balança de fevereiro como indicação de que o governo chinês acabará tendo, mais cedo ou mais tarde, de aceitar alguma apreciação cambial. Afinal, um aumento acelerado das exportações acaba por influenciar a demanda doméstica, também favorecida pelos estímulos criados durante a crise para assegurar a volta do crescimento econômico. O próprio fato de também as importações terem crescido muito, apenas um ponto abaixo das exportações, reforça a ideia de que a demanda doméstica segue aquecida.

A abertura dos dados atesta a importância das importações chinesas para os produtores de commodities, como o Brasil. As importações de minério de ferro subiram 5,9% em fevereiro ante janeiro e avançaram 5,6% sobre fevereiro de 2009. As importações de cobre, liga de cobre e produtos semiacabados cresceram 10% em fevereiro sobre janeiro, embora tenham cedido 2,1% sobre mesmo mês do ano
passado.

Outros números divulgados entre ontem e hoje na China, porém, sugerem uma tendência contraditória. As vendas de veículos aumentaram para 1,21 milhão em fevereiro, com avanço de 46,3% sobre fevereiro do ano passado, quando o país ainda sentia o efeito da crise. As vendas, porém, ficaram bem abaixo do registrado em janeiro, 1,66 milhão.

Será que a desaceleração do setor automotivo já sinaliza reação às medidas de aperto adotadas pelo governo desde o final do ano passado para evitar um superaquecimento da economia? Neste caso, vale acrescentar que os próprios números da balança comercial, mostrando crescimento superior a 40% para exportações e importações, foram apurados na comparação com fevereiro de 2009, um mês atipicamente ruim.

Outra dado que pode ser interpretado como menos exuberante foi o de novos empréstimos dos bancos chineses, que ficou em 700 bilhões de yuans em fevereiro, metade do valor de janeiro. O dado ficou em linha com as expectativas, segundo a rede CNBC, e pode ser atribuído ao menor número de dias úteis de fevereiro.

Ou seja, os dados de fevereiro, na verdade, trazem dois fatores de distorção dos comparativos. Se o comparativo é feito com janeiro, a tendência é de ocorrer queda pelo fato de o mês passado ter tido menor número de dias úteis. Se a comparação é feita com fevereiro do ano passado, o problema é que um ano atrás a economia estava sob efeito da crise global, o que também prejudica a avaliação.

Os analistas ainda devem aguardar novos dados, sobretudo os de produção industrial e vendas no varejo, para tirar maiores conclusões sobre a economia chinesa. Até agora, porém, as evidências que sugerem a manutenção de um ritmo forte da atividade parecem mais claras do que os sinais de desaquecimento. A venda de veículos de 1,21 milhão em fevereiro, por exemplo, foi menor do que no mês anterior, mas ainda é maior do que a média mensal do ano passado, quando a China bateu seu recorde e superou o setor automotivo americano.

(Josué Leonel é colaborador da AE e comentarista da Rede Eldorado)

terça-feira, 9 de março de 2010

Painel 09/03

MERCADO ESTÁ OTIMISTA COM EMERGENTES E COMMODITIES

Josué Leonel, jornalista

São Paulo, 9 - Um ano depois do fundo do poço atingido pelas bolsas americanas, em março do ano passado, os mercados ensaiam uma retomada. Embora em Nova York as ações também estejam em alta, a bolsa brasileira parece mais firme. Com liderança de empresas cujo desempenho está relacionado a commodities como o petróleo e os minérios, o Ibovespa se aproxima novamente dos 70 mil pontos.

O forte crescimento da China e outros grandes mercados emergentes tem animado novamente as apostas em alta de algumas commodities, embora ainda sem a exuberância verificada antes da crise de 2008. Acredita-se que um fator decisivo para os preços seja o reajuste do minério e ferro que está sendo negociado pelas mineradoras com os chineses. Um aumento de 40% a 60%, embora elevado, provavelmente não teria grande impacto nos negócios.

Porém, os mais otimistas falam de um reajuste de até 80%, que poderia ter uma forte influência sobre as perspectivas em relação às commodities em geral, não apenas ao minério. Um aumento desta magnitude funcionaria como um atestado do apetite da China por insumos para alimentar sua crescente indústria e seu aquecido mercado consumidor.

O otimismo com as commodities e a retomada do crescimento econômico em geral, especialmente nos países emergentes, se reflete também na volta dos grandes IPOs. Hoje foi a vez de a CSN anunciar a contratação de bancos para coordenar a abertura de capital da Casa da Pedra, grande mina de minério de ferro da empresa. O IPO da Casa da Pedra vem na esteira do anúncio da abertura de capital da OSX, do empresário Eike Batista, previsto para este mês. Embora seja um estaleiro, a OSX também se beneficia do ciclo de alta das commodities, em particular do petróleo, uma vez que seu objetivo é fabricar plataformas para a exploração de óleo na costa brasileira.

Analistas do mercado ainda têm dúvidas sobre se a bolsa já está deslanchando uma retomada firme da escalada de alta. As ações fizeram alguns ensaios de alta neste começo de ano, mas que se revelaram pouco consistentes. Ainda há pontos de incerteza no horizonte, como a capitalização da Petrobras, que só deve ser definida nos próximos meses. Questões como a sustentabilidade do crescimento nos EUA e a dívida da Grécia ainda estão em aberto, apesar da evolução recente positiva do noticiário sobre estes temas. De todo modo, a alta desta terça-feira não deixa de ser coerente com um cenário de médio e longo prazo considerado mais positivo pelos investidores.

(Josué Leonel é colaborador da AE e comentarista da Rede Eldorado)

Tnlp4

Painel 09/03

Imposto de Renda sobre ações

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domingo, 7 de março de 2010

Painel 05/03

FECHAMENTO: BOVESPA RETOMA 68 MIL PONTOS E VOLTA A SUBIR NO ANO


São Paulo, 5 - O desempenho da Bovespa nesta sexta-feira coroou o ótimo desempenho da semana, onde o principal índice subiu em quatro das cinco sessões. Por causa dos dados do mercado de trabalho norte-americanos, das notícias a respeito do reajuste do minério de ferro e o clima melhor na Europa, o Ibovespa retomou os 68 mil pontos, nível em que pisou pela última vez em janeiro. Vale foi o principal destaque do pregão, assim como na véspera, mas Petrobras também não desapontou, principalmente por causa do retorno, em peso, dos recursos de investidores estrangeiros.

O Ibovespa terminou o dia em alta de 1,52%, aos 68.846,50 pontos, maior nível desde os 69.908,59 pontos de 19 de janeiro. No desempenho da semana, que coincide com o do mês, acumulou alta de 3,52%. No ano, voltou a acumular ganho, de 0,38%, o que não acontecia também desde 19 de janeiro (quando a alta acumulada atingia 1,93%). Na mínima do dia, registrou 67.823 pontos (+0,01%) e, na máxima, os 68.930 pontos (+1,65%). Engordado pelo fluxo externo, o giro financeiro totalizou R$ 8,037 bilhões, bem acima da média diária de fevereiro, de R$ 6,558 bilhões, e também da de março até ontem (R$ 6,259 bilhões, segundo o site da BM&FBovespa).

Tudo hoje conspirou a favor do mercado acionário, mas o dado mais relevante do dia foi proporcionado pelo Departamento de Trabalho norte-americano, que anunciou corte de 36 mil vagas em fevereiro, menos da metade que as 75 mil previstas pelos economistas.

A reação imediata foi a busca por ativos de risco, e isso inclui as commodities, que ainda se esbaldaram com as declarações do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao,no discurso anual de abertura do Congresso Nacional do Povo. O premiê previu que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá em torno de 8% neste ano. O último componente a favorecer as Bolsas, no geral, e a Bovespa, no particular, foi a menor tensão com as finanças públicas gregas. O Parlamento da Grécia aprovou hoje o pacote de austeridade de 4,8 bilhões de euros, anunciado pelo governo na última quarta-feira. As bolsas europeias fecharam em alta, assim como as americanas. O Dow Jones subiu 1,17%, aos 10.566,20 pontos, o S&P avançou 1,40%, aos 1.138,69 pontos, e o Nasdaq ganhou 1,48%, aos 2.326,35 pontos.

De volta ao Brasil, Vale continua concentrando as atenções, uma vez que ganham força as discussões para o reajuste dos preços do minério de ferro. Os porcentuais citados são bastante robustos e chegam a até 80%. Vale ON terminou em alta de 3,23%, mais do que a PNA (2,93%), por causa dos estrangeiros, que se concentram nas ações ordinárias. Mas foi a preferencial que liderou o giro individual do Ibovespa hoje, com R$ 1,293 bilhão.

Petrobras ON subiu 2,04% e PN, 1,73%. Na Nymex, o contrato do petróleo para abril subiu 1,61%, a US$ 81,50 o barril. (Claudia Violante)

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BNDES: SETOR DE PETRÓLEO E GÁS VAI LIDERAR INVESTIMENTOS ATÉ 2013


Rio, 5 - Impulsionada pelas reservas do pré-sal, a exploração de petróleo e gás vai liderar o investimento da indústria nos próximos quatro anos, que deve somar US$ 271 bilhões (cerca de R$ 487 bilhões). A projeção é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que está concluindo um mapeamento dos investimentos nos sete principais segmentos industriais até 2013. Na comparação com o investimento feito entre 2005 e 2008, isso representa acréscimo de quase 42% no volume de recursos aplicados na indústria. O ano de 2009 ficou fora do trabalho porque ainda não tem dados consolidados.

Mais de 60% dos investimentos virão de petróleo e gás, responsável por US$ 171 bilhões até 2013, pela estimativa do banco.

Outro segmento da cadeia do petróleo que contribuirá substancialmente para a expansão da indústria é a petroquímica. Sob o impacto da união Braskem-Quattor, o setor vai mais do que triplicar os investimentos em relação aos US$ 5 bilhões do período 2005-2008. Segundo o BNDES, serão aplicados US$ 17 bilhões na petroquímica até 2013, um aumento de 240% em relação ao outro quadriênio. Entre os maiores projetos em curso estão o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e o Pólo Petroquímico de Suape, em Pernambuco, que devem consumir US$ 8,4 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente.

Enquanto o petróleo aparece como líder da escalada do investimento prevista pelo BNDES, os setores exportadores de commodities revelam mais dificuldade. Mesmo com os planos de investimentos da Vale, que hoje formalizou a intenção de aplicar R$ 9,4 bilhões em Minas Gerais, o BNDES projeta queda de 13,8% nas inversões da indústria de mineração. O banco contabiliza US$ 25 bilhões para os próximos quatro anos, mas o setor recebeu US$ 29 bilhões entre 2005 e 2008. Para o setor de papel e celulose, o cenário é um pouco melhor: crescimento zero, mantendo o nível de investimento em US$ 10 bilhões.

"Os setores exportadores sofreram muito com a queda da demanda mundial durante a crise, que ainda não se recuperou totalmente. Isso cria uma dificuldade adicional para as empresas, mas não significa que elas não poderão lançar novos projetos até lá. Esses números são um retrato das expectativas neste momento", explica o gerente da área de pesquisa e acompanhamento econômico do BNDES, Gilberto Rodrigues Borça Júnior.

As projeções constaram da apresentação feita esta semana pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a uma plateia de investidores em Londres. Segundo o gerente do Banco, os números apresentados por Coutinho confirmam outro estudo recente do banco, que apontou uma mudança no motor da economia brasileira na retomada do crescimento após a crise econômica.

Para o banco, os setores que impulsionarão o investimento a partir de agora serão os voltados para o mercado interno. Nesse sentido, a projeção do BNDES aponta um crescimento de 41,6% nos investimentos do setor de automóveis, que deve somar US$ 17 bilhões até 2013, e de 50% no de produtos eletrônicos, que deve consumir US$ 12 bilhões em quatro anos.

Na indústria de transformação, a retomada do nível de produção na siderurgia desencadeou novos planos de expansão e ampliação do parque industrial com os projetos de novas usinas. Isso deve levar a um aumento de 33% nos investimentos do segmento, subindo US$ 15 bilhões do período 2005-2008 para US$ 20 bilhões nos próximos quatro anos.

Segundo Borça Jr., os dados ainda são preliminares e deverão sofrer ajustes para a conclusão, nos próximos dias, do mapeamento anual que o banco faz das perspectivas de investimentos na economia. Há duas semanas, o BNDES divulgou o trabalho relativo à infraestrutura, que deve consumir US$ 152 bilhões (cerca de R$ 274 bilhões) até 2013, puxada por energia elétrica e telecomunicações, com crescimento de 36,9%. Os trabalhos têm como base as informações que os departamentos setoriais do banco recebem das empresas, contemplando também os projetos que não são financiados pelo banco. (Alexandre Rodrigues)