sexta-feira, 12 de março de 2010

Painel 12/03

ABERTURA:MERCADO TEM VIÉS POSITIVO À ESPERA DE BÚSSOLA DE DADOS/EUA

São Paulo, 12 - A agenda econômica dos EUA ganha força nesta sexta-feira e deve definir a tendência dos negócios para o dia que, por enquanto, mostra viés positivo.
Informações adicionais sobre a atitude do consumidor norte-americano e seus hábitos de compras podem acrescentar novos sinais sobre o ritmo da retomada econômica no país. Os dados, porém, também devem refletir o impacto das nevascas do mês passado no comércio, assim como aconteceu no emprego. Ontem, os números da China abalaram a força da recuperação econômica global, diante do temor de que Pequim freie o crescimento, por causa das pressões inflacionárias. Hoje, o dólar bateu o menor nível de 2010 ante o yuan, durante as negociações asiáticas, com os investidores receosos de que, ao término do Congresso Nacional do Povo, no domingo, medidas adicionais de política econômica sejam anunciadas. Na Índia, a produção industrial mostrou crescimento forte (16,7% jan/jan2009), mas inferior ao previsto por analistas. Mesmo assim, o dado elevou a possibilidade de alta nos juros do país. As euromoedas mantêm o fôlego de alta e sustentam-se acima de marcas psicológicas importantes, com a crise fiscal na Grécia ficando de lado, à espera de novos desdobramentos. A alta recorde de 1,7% da produção industrial na zona do euro em janeiro, ante dezembro, embala os ganhos das bolsas europeias. O petróleo também segue acima de US$ 82,00 por barril e as Bolsas de Nova York buscam renovar as máximas do ano.

Vendas no varejo e sentimento do consumidor são destaques nos EUA; no Brasil, agenda fraca - A agenda econômica dos EUA tem como destaque as vendas no varejo dos EUA em fevereiro, às 10h30. A previsão é de queda de 0,4%, pois, assim como aconteceu com o payroll do mês passado, as varejistas também devem refletir nas vendas o impacto das nevascas que atingiram a Costa Leste do país. Às 11h55, a Universidade de Michigan divulga a leitura preliminar de março do índice de sentimento do consumidor e, pouco depois, às 12 horas, é a vez dos estoques das empresas em janeiro. Aqui, a agenda é fraca em termos de indicadores, sobressaindo-se a pesquisa industrial de emprego e salário do IBGE (9 horas) relativa a janeiro.

Gol reverte prejuízo e lucra R$ 397,8 milhões no 4º tri - A Gol Linhas Aéreas registrou lucro líquido consolidado de R$ 397,8 milhões no quarto trimestre de 2009,
revertendo o prejuízo de R$ 541,6 milhões anotado em igual período de 2008. No terceiro trimestre de 2009, a companhia aérea apurou um ganho líquido de R$ 77,9 milhões.

OGX: Lucro cai 97% em 2009, para R$ 10,829 mi - A OGX, braço do setor de petróleo do grupo de Eike Batista, registrou lucro líquido consolidado de R$ 10,829 milhões no exercício de 2009, mostrando queda de 97% sobre o obtido em 2008. A queda do lucro decorre de um resultado financeiro de R$ 264,4 milhões, despesas de exploração de R$ 97,9 milhões, despesas gerais e administrativas de R$ 118,0 milhões e Imposto de Renda e Contribuição Social de R$ 37,6 milhões. Segundo a empresa, o principal motivo da redução do lucro líquido do exercício de 2009 foi o aumento das despesas financeiras para R$ 608,4 milhões contra R$ 37,1 milhões em 2008.

Eletropaulo: lucro no 4º trimestre recua 1,1%, para R$ 525 mi - A AES Eletropaulo registrou lucro líquido de R$ 525,6 milhões no quarto trimestre, queda de 1,1% em relação aos R$ 531,3 milhões de igual período do ano anterior, refletindo os impactos negativos de maior despesa com a Fundação Cesp. No acumulado do ano de 2009, o lucro foi de R$ 1,063 bilhão, alta de 3,5% sobre 2008.

Cetip: lucro líquido cresce 62,5% para R$ 66,605 milhões em 2009 - A Cetip - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos registrou em 2009 lucro líquido de R$ 66,605 milhões, alta de 62,5% sobre os R$ 40,966 milhões em 2008, segundo o demonstrativo de resultados do exercício de 2009 em comparação ao período de 29 de janeiro a 31 de dezembro de 2008. Já no critério ajustado, o lucro líquido foi de R$ 110,5 milhões, um crescimento de 42,5% sobre os R$ 77,5 milhões de 2008.

Exterior aguarda dados dos EUA, mas segue de olho na China

Futuros de NY e bolsas europeias ensaiam alta - Os investidores estão determinados em renovar as máximas do ano do mercado acionário norte-americano e puxam para cima os índices futuros de Nova York. Ontem, o Dow Jones subiu 0,42%, para 10.611,84 pontos, o melhor nível de fechamento desde 19 de janeiro, enquanto o Nasdaq registrou o melhor fechamento desde 28 de agosto de 2008 e o S&P-500 foi ao nível mais alto desde 1º de outubro de 2008. Na Europa, as bolsas exibem ganhos, puxadas pelas montadoras e bancos, apesar da pressão vinda das farmacêuticas. Há pouco, Volkswagen subia 4,3% e Royal Bank of Scotland avançava 3,8%. Em contrapartida, Roche perdia 1,5%, após anunciar resultados abaixo do esperado com medicamentos contra o câncer de próstata. Às 8h59, o futuro do S&P 500 subia 0,25% e o futuro do Nasdaq ganhava 0,13%. A Bolsa de Londres tinha alta de 0,36%, Paris avançava 0,54% e Frankfurt tinha +0,67%.

Produção industrial da zona do euro tem alta recorde em janeiro - A produção industrial na zona do euro subiu 1,7% em janeiro, ante dezembro, no mais forte aumento mensal registrado desde o início da série, em 1990. O avanço foi impulsionado pela produção de energia, que teve aumento de 2,6%, na mesma base de comparação, provavelmente refletindo as duras condições do inverno no Hemisfério Norte. Economistas esperavam aumento de 0,7%. Em comparação com janeiro do ano passado, a produção cresceu 1,4%, no primeiro aumento anual desde abril de 2008.

Euro e libra seguem em recuperação - O aparente esfriamento das preocupações com a situação fiscal na Grécia e em alguns outros países europeus renova o fôlego de alta das euromoedas. À espera de novos desdobramentos e, por enquanto, sem novidades sobre uma solução para as problemáticas finanças públicas na Europa, o euro recupera o nível de US$ 1,37 e a libra esterlina era negociada acima de US$ 1,51. Às 8h35 , a moeda única europeia subia a US$ 1,3769, de US$ 1,3679 no fim da tarde de ontem em Nova York. A libra esterlina ampliava a alta para US$ 1,5135, de US$ 1,5063 na véspera. O euro, porém, caía ante o franco suíço, com os operadores testando quando o Banco Nacional da Suíça (SNB) resolverá intervir no mercado. A moeda única europeia caiu ao menor nível em um mês ante a moeda suíça, a 1,4590 franco, com o mercado mensurando até que ponto o SNB vai permitir a valorização da moeda local antes de intervir.

Yuan bate maior nível do ano ante o dólar - O yuan subiu ao maior nível ante o dólar em 2010, nas negociações na Ásia, em meio a especulações sobre o início de aperto monetário na China e de liberação de apreciação da moeda chinesa, após o fim do Congresso Nacional do Povo, neste domingo. No balcão, o dólar fechou cotado a 6,8255 yuans, de 6,8266 yuans ontem. No intraday, a moeda norte-americana chegou a valer 6,8253 yuans, no menor nível desde 30 de dezembro de 2008. O vice-governador do Banco do Povo da China, Su Ning, criticou hoje a sugestão do presidente dos EUA, Barack Obama, para que a China tenha uma taxa de câmbio mais orientada pelo mercado. "Nós não concordamos com a politização da questão sobre a taxa de câmbio", disse Su Ning, que acrescentou: "Também não concordamos com um país que, tendo seus próprios problemas, queira que um outro país os resolva".

Petróleo mantém-se acima de US$ 82, mas mira China - O petróleo era negociado acima de US$ 82,00 por barril em Nova York, apesar das apreensões com a política econômica na China. "Cresce o receio de que a autoridade monetária chinesa iniciará um aperto monetário em breve, o que pode restringir a força das commodities", diz o operador da MF Global, Edward Meir. Ele lembra, no entanto, que a base de comparação anual é muito baixa e Pequim deve aguardar alguns meses antes de tomar medidas mais agressivas. Às 8h08, o WTI para abril subia 0,52%, a US$ 82,54 por barril.

AIE eleva previsão de demanda global por petróleo - A Agência Internacional de Energia (AIE) elevou sua previsão de demanda global por petróleo, citando o forte crescimento econômico da China e de emergentes. A instituição revisou em 70 mil barris de petróleo por dia a projeção de demanda pela commodity em 2010. A demanda global por petróleo deve subir em 1,6 milhão de barris por dia, ou 1,8% em base anual, para 86,6 milhões de barris por dia neste ano. A AIE afirmou ainda que depois de cinco trimestres seguidos de declínio, a demanda global por petróleo voltou a crescer, nos últimos três meses de 2009, em base anual.

Bolsa de Tóquio sobe e da Ásia cai; Xangai cede 1,2% - A Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,8%, com os investidores estrangeiros comprando ações japonesas diante da expectativa de que o Banco do Japão adote medidas de flexibilização da política monetária. Nos demais mercados da Ásia, a maioria dos mercados encerrou no campo negativo. As expectativas da adoção de medidas de aperto monetário por parte da China dominaram o cenário nas bolsas da região. Foi o caso da Bolsa de Hong Kong,que teve leve baixa de 0,1%. Na semana, o índice acumulou alta de 2%. Já as Bolsas da China apresentaram pesadas perdas, lideradas pelas ações de imobiliárias e bancos. O índice Xangai Composto perdeu 1,2% hoje e 0,6% na semana. A Bolsa de Sydney fechou praticamente estável (+0,1%), com a relutância dos investidores em assumir posições compradas.

Produção industrial na Índia cresce menos que o previsto - A produção industrial da Índia cresceu 16,7% em janeiro, em base anual, mas o ritmo foi inferior ao de dezembro, que apontou aumento de 17,6%, segundo dado revisado. O resultado também foi menor do que a estimativa dos economistas, que esperavam alta de 17,0% na produção. O resultado foi impulsionado pelos setores automobilístico e de cimento e elevou a possibilidade de um aumento nas taxas de juros pelo banco central indiano na próxima reunião, em abril. Após o dado, o índice Sensex, da Bolsa da Índia, oscilava em leve baixa de 0,1%.

Obama pretende nomear Yellen como vice do Fed - O presidente norte-americano, Barack Obama, planeja nomear Janet Yellen como vice-presidente do Federal Reserve, informa o Wall Street Journal, citando uma fonte familiarizada com o assunto. Yellen, que é presidente do Fed de São Francisco desde 2004, é uma das integrantes mais "dovish" dentre as 12 unidades distritais do Fed e tem dado forte apoio à condução de política monetária de Ben Bernanke. Yellen substituiria Donald Kohn, cujo mandato expira em junho.

Apple começa a receber encomendas online do iPad - Os consumidores ansiosos em comprar o mais novo lançamento da Apple, o iPad, podem fazer seu pedido online a partir de hoje. O novo aparelho só estará disponível para venda nas lojas no início de abril. O iPad, em versões com preços entre US$ 499 e US$ 829, possui uma tela de 9,7 polegadas, sem teclado e conexão sem fio com a internet. Trata-se de um equipamento para navegação na internet, leitura de livros eletrônico e execução de aplicativos criados por companhias parceiras da Apple, como o New York Times.

Juros dispararam ontem com PIB e surpresa com varejo; Bolsa caiu 0,14%. Apostas de alta da Selic na semana que vem ganharam força - Os números robustos das vendas no varejo em janeiro, acima das expectativas, desencadearam forte movimento de redução de posições vendidas em juros e as taxas subiram com força nesta quinta-feira. Os dados do PIB vieram em linha com o esperado e o avanço de 2% no último trimestre de 2009 na margem foi lido como um sinal claro da herança positiva para o desempenho neste início de 2010. Ao mesmo tempo, o resultado trimestral levantou o debate sobre se a economia já não estaria crescendo acima do seu potencial, o que pode deteriorar ainda mais as condições inflacionárias. Na curva a termo, as apostas para o início do ajuste de alta da Selic em março ganharam mais força, mas o mercado ainda está bastante dividido sobre qual deve ser a decisão do Copom na próxima semana. O DI abril de 2010, o primeiro a vencer após a decisão do Copom sobre a Selic na semana que vem, encerrou na máxima de 8,82%, de 8,77% no ajuste de quarta-feira; o DI janeiro de 2011 terminou a 10,52%, ante 10,46% na véspera; o DI julho de 2010 avançou de 9,29% para 9,35%. O DI janeiro de 2012 disparou a 11,67%, de 11,58% na quarta-feira.

(Equipe AE)

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