segunda-feira, 5 de julho de 2010

Painel 05/07

SEMANA SEM GRAÇA TEM LIQUIDEZ ESPREMIDA ENTRE FERIADOS

Londres, 5 - Tudo fica mais sem graça nesta semana. O feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos hoje e da Revolução Constitucionalista na sexta-feira, em São Paulo, espremem a liquidez, em meio à fraca agenda de indicadores. No radar, seguem as preocupações com os efeitos da crise europeia sobre o resto do mundo.

Os mercados internacionais refletem a perspectiva da falta de um condutor forte para os negócios e as bolsas europeias operam de lado pela manhã, sem tendência definida.

Os próximos dias não trarão indicadores econômicos capazes de mudar o sentimento dos investidores. A última leva acendeu uma luz amarela sobre a recuperação global, já que a Ásia e os Estados Unidos passaram a decepcionar. Na sexta-feira, o relatório do mercado de trabalho norte-americano só aumentou a percepção de que os problemas da Europa aparecem como obstáculo para uma retomada mais firme.

A perda de 125 mil empregos em junho superou a estimativa de corte de 110 mil. Mais preocupante foi a criação de somente 83 mil vagas no setor privado, 27 mil menos que o esperado. O UBS já decidiu reduzir a projeção de crescimento dos EUA neste ano, de 3,2% para 3%.

É fato que os riscos aumentaram. No entanto, apesar da aflição dos investidores, os economistas continuam achando que a possibilidade de um novo mergulho recessivo global permanece relativamente baixa, como avalia o Deutsche Bank.

Para o banco, a perspectiva de crescimento forte dos emergentes mais do que compensa um ajuste em baixa para os países ricos. Depois de um final de semana glorioso para a Europa no campo esportivo, esse é um belo consolo para os latino-americanos (assim como foi o ultra concorrido show de Caetano Veloso em Londres no sábado).

"Continuamos cautelosos sobre uma reavaliação substantiva da perspectiva econômica (global)", escreve também o Barclays Capital.

Agora, existe forte expectativa sobre o resultado dos testes de estresse dos bancos europeus, que deve ser divulgado no dia 23 de julho, conforme informou ontem a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde. O grande ponto de atenção serão as premissas utilizadas para avaliar a saúde das instituições. Segundo analistas, de nada vai adiantar se todos os bancos passarem em uma análise considerada frouxa.

"Queremos ver um teste de estresse sério, com premissas confiáveis, capazes de expor os bancos com problemas e forçar uma solução", resumiu o chefe de tesouraria de um banco na Europa à Agência Estado. Ou seja, é melhor já detectar as instituições frágeis e buscar alternativas do que empurrar o problema para debaixo do tapete.

Quem sabe o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, dê alguma pista sobre o processo nesta quinta-feira, durante a sempre esperada entrevista coletiva para comentar a decisão de política monetária, evento que pode ser o destaque da semana.

Às 7h30 horas (de Brasília), as bolsas de Londres (-0,13%), Paris (-0,17%) e Frankfurt (+0,08%) oscilavam ao redor da estabilidade.

O euro cedia a US$ 1,2529, de US$ 1,2543 no fechamento de sexta-feira em Nova York. A libra também caía, a US$ 1,5139, de US$ 1,5185. O dólar valia 87,81 ienes, de 87,76 ienes no final da semana passada.

No mesmo horário (acima), o petróleo brent operava a US$ 72,18 na plataforma ICE, com ligeiro ganho de 0,53%. (Daniela Milanese)

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