segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Painel 09/11

MOODY'S ELEVA PERSPECTIVA DE RATING DA CHINA PARA POSITIVO

MOODY'S ELEVA PERSPECTIVA DE RATING DA CHINA PARA POSITIVO

Pequim, 9 - A Moody's Investors Service elevou hoje a perspectiva para o rating da China de estável para positivo, citando a solidez financeira de Pequim à medida que o país emerge da crise financeira global. Mas a Moody's mostrou alguma cautela, mencionando que, entre os riscos a acompanhar que podem afetar novas ações positivas no rating, está avaliar se o programa de estímulo do governo chinês não distorceu as perspectivas de crescimento no longo prazo ou provocou aumento das bolhas de ativos.

A agência também elevou a perspectiva de rating de crédito de Hong Kong de estável para positivo. O rating de crédito da China é "A1" e de Hong Kong "Aa2".

A melhora da perspectiva da China foi a primeira feita por uma das grandes agências de classificação de risco desde que a crise global atingiu a economia no ano passado e acontece no momento em que cresce a confiança entre os formuladores de política da China e analistas de que a retomada da economia doméstica está se firmando.

"As autoridades chinesas conduziram de forma bem sucedida a economia durante a turbulência da crise financeira e recessão globais, e, adicionalmente, eles aparentam continuar vigilantes para proteger a estabilidade do sistema de futuras ameaças e desafios", disse Tom Byrne, vice-presidente sênior da Moody's.

Ele avaliou que, "embora as autoridades tenham orquestrado um enorme programa de estímulo econômico em resposta à crise global, os efeitos sobre as finanças do governo foram modestas e não parecem representar riscos que não possam ser administrados à solidez financeira do governo bastante elevada".

Ao mesmo tempo, a Moody's elevou de estável para positivo a perspectiva de crédito de sete bancos chineses: Industrial and Commercial Bank of China Ltd., China Construction Bank Corp., Bank of China Ltd., Agricultural Bank of China, China Development Bank Corp., Export-Import Bank of China, e Agricultural Development Bank of China. O sistema bancário da China também está saindo da crise em uma posição relativamente forte, apesar do boom de crédito que escorou o programa de estímulo de Pequim, disse a Moody's.

A Fitch Ratings e a Standard & Poor's mantêm perspectiva estável para a China. As informações são da Dow Jones. (Nathália Ferreira)

MERCADO SEGUE DANDO SINAIS DE ENTUSIASMO

MERCADO SEGUE DANDO SINAIS DE ENTUSIASMO

Josué Leonel, jornalista

São Paulo, 9 - De certa maneira, é possível explicar o padrão de reação dos mercados ao noticiário econômico recente da seguinte forma: a bolsa e demais ativos de risco reagem positivamente quando os números vêm bons e também quando vêm ruins. Mesmo quando algum dado se mostra muito decepcionante, como ocorreu com a taxa de desemprego divulgada nos EUA na última sexta, o efeito negativo é tênue e dura pouco. No caso do pregão de sexta, a baixa da bolsa de NY não durou nem sequer até o fechamento do pregão.

Como sempre, os analistas estão sempre prontos a explicar porque eventuais números ruins não derrubam a bolsa. Se um dado de atividade vem muito negativo, por exemplo, pode-se argumentar que aumentam as chances de os juros não subirem no ano seguinte, ou, se a alta se revelar inevitável, ela poderá se iniciar depois do esperado e ser mais branda. Por esta lógica, a bolsa deveria cair quando dados de atividade viessem bons, como foi o caso do PIB americano do terceiro trimestre. Mas o fato é que as bolsas, e também o petróleo, registraram alta expressiva no dia da divulgação do crescimento americano.

A reação positiva das bolsas nesta manhã, atribuída ao fato de os ministros do G-20 terem se comprometido a manter os estímulos econômicos, também não deveria ser suficiente para justificar, isoladamente, o otimismo dos investidores. Até porque, não se esperava nada diferente desta promessa dos dirigentes. Seria até possível raciocinar de maneira oposta: se os ministros vão manter o estímulo é porque ainda não estão seguros de que a economia global possa caminhar com as próprias pernas.

Também se pode argumentar, em favor do mercado, que há alguns fundamentos que se mostram mais sólidos na economia global. Se nos EUA os indicadores ainda têm alternados bons e maus resultados, na China, por exemplo, os dados divulgados nos últimos meses veem revelando um avanço sólido, quase sem intervalos de baixa. E o fato de que o país asiático vai divulgar vários dados de peso nesta semana poderia ser um bom motivo para sustentar o otimismo dos investidores desde já.

Um dos indicadores de maior peso que saem nesta semana na China é a produção industrial de outubro. Em setembro, o índice apontou alta fortíssima, de 13,9%. Números divulgados hoje pela agência Xinhua mostram que um dos setores da indústria chinesa, o automobilístico, continuou vigoroso no mês passado. As vendas de automóveis no país cresceram 37,7%, para 10,89 milhões de unidades, de janeiro a outubro em relação a mesmo período de 2008. Rao Da, diretor da Associação de Veículos de Passageiros da China, disse que a entidade prevê vendas de 13,5 milhões em todo o ano, 44% acima do ano passado, o que tornaria o mercado chinês o maior do mundo, à frente dos EUA.

No Brasil, o otimismo com a atividade econômica também tem sido crescente. Os investimentos na produção, muitos engavetados no auge da crise, têm dado sinais de retomada. Segmentos sensíveis ao crédito, como o imobiliário e o varejo, parecem os mais animados. A alta acumulada de mais de 70% do Ibovespa levanta a dúvida sobre se a aposta na retomada do crescimento econômico já não estaria devidamente precificada. Ademais, ainda restam desafios ao bom desempenho do País, sendo um deles a piora das contas públicas, que pode se agravar se o Congresso aprovar o reajuste mais generoso das aposentadorias. Dúvidas como esta, contudo, têm sido "marteladas" por muitos analistas já há algum tempo e até agora não tiveram qualquer impacto sobre o ânimo dos investidores.

Estaria ocorrendo um entusiasmo desmedido, que poderia resultar na formação de bolhas de ativos? Esta é mais uma pergunta que vale um milhão de dólares e, como sempre, ninguém sabe a resposta correta. Até porque, ainda que o mercado já tenha entrado em uma bolha, nada impede que investidores possam surfar na onda de otimismo por algum tempo se o estágio de bolha estiver apenas em seu início. E, com ou sem bolha, o fato é de que os trilhões de dólares injetados por governos na economia em vários países continuam irrigando a liquidez e estimulando apostas no risco.

(Josué Leonel é colaborador da AE e comentarista da Rede Eldorado)

ALEMANHA: PRODUÇÃO INDUSTRIAL CRESCE 2,7% EM SETEMBRO ANTE AGOSTO

ALEMANHA: PRODUÇÃO INDUSTRIAL CRESCE 2,7% EM SETEMBRO ANTE AGOSTO

Berlim, 9 - A produção industrial da Alemanha cresceu 2,7% em setembro em comparação com agosto. O resultado superou a previsão média de analistas consultados pela Dow Jones, que era de expansão de 1,0%, e foi liderado pela indústria de transformação. A produção de bens de capital cresceu 5,9%, de acordo com o ministério da Economia do país. As informações são da Dow Jones. (Marcílio Souza)

Nenhum comentário: