segunda-feira, 30 de março de 2009

IBOVESPA FECHA EM BAIXA DE 2,99%, AOS 40.653,13 PONTOS

São Paulo, 30 - A rejeição do governo dos EUA aos programas de reestruturação da GM e da Chrysler e as declarações do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, de que os bancos podem ainda precisar de muita ajuda trouxeram o mau humor de volta aos mercados acionários. As bolsas despencaram ao redor do mundo e levaram a Bovespa para o mesmo caminho, puxada pelas vendas de Vale, siderúrgicas, Petrobras e bancos.

O Ibovespa terminou a segunda-feira em baixa de 2,99%, aos 40.653,13 pontos, devolvendo boa parte dos 4,57% de ganhos acumulados na semana passada. No mês, a alta acumulada agora atinge 6,47%, e, no ano, 8,26%. O giro financeiro totalizou R$ 3,624 bilhões.

O tombo doméstico foi influenciado pelo comportamento de Wall Street, onde o Dow Jones recuou 3,27%, aos 7.522,02 pontos , o S&P caiu 3,48%, aos 787,53 pontos, e o Nasdaq teve perdas de 2,81%, aos 1.501,80 pontos. As ações da General Motors lideraram as perdas do Dow, ao recuarem 25,41%, depois que seu executivo-chefe, Rick Wagoner, renunciou ao cargo pressionado pelo governo, que colocou essa como uma das condições para conceder ajuda à montadora. A Casa Branca, no entanto, recusou o plano de reestruturação da GM, e deu mais 60 dias de prazo para que a empresa lhe convença da necessidade de injetar mais recursos nela.

Obama também sugeriu que uma concordata "cirúrgica" pode ser a única saída para as duas companhias. A outra é a Chrysler, para quem o governo dos EUA deu prazo de 30 dias para apresentar uma solução, no caso, uma aliança com a Fiat. Esse tempo nem deve ser usado, já que a empresa já teria fechado esse acordo, segundo matéria veiculada mais tarde pelo Wall Street Journal. A aliança global teria sido acertada com a ajuda do Departamento do Tesouro dos EUA.

Além das montadoras, também os bancos foram destaques negativos hoje, depois que Geithner, no final de semana, ter dito que alguns bancos precisarão receber muita assistência. À tal declaração, somou-se o pessimismo que se seguiu ao comunicado sobre o encontro do G-20 obtido pelo Financial Times. O documento sinaliza que a reunião não deve trazer novidades sobre mais medidas de estímulo econômico para lidar com a crise.

Na Bovespa, as blue chips foram as principais afetadas hoje, com a saída dos investidores estrangeiros e também pelo tombo das commodities. Na Nymex, o contrato do petróleo para maio despencou 7,58%, para US$ 48,41. Na LME, em Londres, os contratos futuros de metais básicos fecharam com queda, pressionados pelo forte recuo dos índices de ações e pela valorização do dólar ante o euro.

Petrobras ON recuou 3,43%, e PN, 2,77%. Vale ON recuou 5,64%, e PNA, 4,07%. Em relatório de hoje, o HSBC reduziu o preço-alvo para as PNA de Vale de R$ 35,50 para R$ 34,50 e cortou a recomendação de "overweight" para "neutral", diante da revisão das estimativas para as vendas de minério de ferro em 2009.

CSN ON teve a menor queda do setor, com -2,84%. A empresa anunciou crescimento de 674,7% no lucro do quarto trimestre de 2008, para R$ 3,936 bilhões. Usiminas PNA caiu 6,01%. Gerdau PN, 6,28%, e Metalúrgica Gerdau PN, 6,30%. O governo confirmou hoje a prorrogação da redução do IPI para automóveis por mais três meses. Usiminas e CSN são as principais fornecedoras de aço galvanizado para a indústria automotiva.
(Claudia Violante)

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